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Oxford, uma excelente day-trip a partir de Londres

Oxford. Tradição e charme.

Existem várias opções de day trip’s – nome chique do velho para bate-e-volta – a partir de Londres. Da enigmática Stonehenge às cidades universitárias Cambridge e Oxford

Para os fans dos Beatles, dá para fazer um bate-e-volta para Liverpool. O Viagem na Viagem traz um interessante relato de como fazer isto com relativa tranquilidade numa viagem de pouco mais de duas horas de deslocamento.

Quem quiser pode visitar o mítico Stonehenge (Off A344 Road, Amesbury, Wiltshire). Quem nunca ouviu falar deste famoso monumento da Idade do Bronze? Embora mundialmente conhecido, não se tem bem certeza quanto à sua origem, muito menos função. A maioria dos estudiosos acredita que ele tenha sido usado para estudos astronômicos, mágicos ou religiosos.

Outras opções interessantes são as cidades universitárias de Oxford e Cambridge.

Como o nosso tempo estava curto e tínhamos um interesse específico, optamos por uma day-trip até Oxford.

Fundada no século IX e com pouco mais de 100mil habitantes, Oxford é uma das cidades mais visitadas da Inglaterra. Muito disso por conta da vocação para cidade universitária. Afinal, ali estão algumas das mais antigas e mais conceituadas instituições de ensino do mundo. Isto sem falar na sua belíssima arquitetura.

Embora comumente a maioria de nós faça referência a uma única universidade, na verdade são 40 colégios espalhados pela cidade, dentre eles Magdalen College, New College, Christchurch, St. Johns, Brasenose e All Souls.

Um dos college de Oxford. Jesus College.

Ali já estudaram personalidades como Bill Clinton; Tony Blair; J. R. R. Tolkien; e até Manfred von Richthofen (o Barão Vermelho) e Oscar Wilde.

A cidade esbanja charme e a melhor forma de explorá-la é a pé mesmo. Plana e tranquila, dá para ir de uma atração à outra em alguns minutos.

Aliás sugiro como uma primeira parada o Oxford Visitor Information Centre que fica na 15-16
Broad Street para mapas e informações essenciais.

Lay-out da cidade.
Com as atrações bem indicadas, a melhor opção é andar a pé.

Mas o que tem para ver na cidade?

Simplesmente caminhar pela cidade já seria um programa e tanto.

Oxford não tem edifícios altos, e são raros os edifícios modernos, o que ressalta ainda mais a beleza das construções seculares. Some ainda o fato da cidade ser muito arborizada e cheia de calçadões em sua região mais central.

É uma oportunidade perfeita para um relaxante dia longe do agito de Londres, e também para conhecer algo bastante autêntico.

Digo autentico porque ainda que Londres conserve muito de sua história, não dá para negar que ela é uma metrópole cosmopolita, daí porque uma day-trip assim nos permite conhecer um outro lado da Inglaterra.

Centro de Oxford, um excelente lugar para passear também.

De todos os college citados, o mais conhecido, maior, e talvez o mais interessante de todos seja o Christ Church College.

Apenas para dar uma idéia de quão antigo ele é, passados 46 anos do descobrimento do Brasil, os seus primeiros alunos já estavam sentados nas suas salas de aula.

Como o próprio nome dá a entender, e assim como outras instituições educacionais de Oxford, ele tem fortes ligações com a igreja, o que deixa clara a proximidade entre religião e ensino na cidade. Também… o reitor é um clérigo nomeado pela coroa britânica.

Não lembra os corredores de uma famosa escola de bruxos?
Às vezes parece até mesmo sinistro…

É uma instituição tradicionalíssima no Reino Unido. Basta notar que nada menos que 13 primeiros ministros estudaram lá. Dentre os alunos notáveis que ali estudaram, está o escritor Lewis Carroll, mais conhecido por ser o autor de Alice no País das Maravilhas.

Uma curiosidade: apenas em 1980 é que foi permitido o ingresso de alunas na instituição. Demorou, hein?

Uma de suas principais atrações é a Christ Church Cathedral. Construída em estilo gótico entre os anos de 1160-1200, é uma das principais igrejas da cidade. Dos ilustres que ali repousam, talvez o mais notável para nós seja o filósofo John Locke.

A Catedral e o parque que circunda o Christ Church.
Christ Church Catedral.

Além da Catedral, que certamente merece uma espiada, não deixe de visitar o refeitório. Chamado de The Great Hall, ele foi claramente utilizado como inspiração para o refeitório de
Hogwarts, nos filmes de Harry Potter.

Ainda que as filmagens, diversamente do que a maioria possa pensar tenham acontecido num estúdio nos arredores de Londres; o lugar é um deleite para os fãs.

Ainda que você não seja fã, um “Uau!” ao entrar é quase que inevitável.
Só para constar, os quadros não falam. Ok? Mas tem uns que dão medo!
Com a iluminação e o ângulo certos até dá para imaginar a escola dos bruxos!
Como assim, mesa posta?
Sim, lá são servidas refeições diárias aos alunos!
Detalhe dos quadros.
E da louça. O “ch” não é de chique não! Mas poderia até ser.
De outro ângulo.

Para visitar o Christ Church, deve-se seguir um esquema todo especial. Afinal, aquilo é uma instituição de ensino, e não um parque de diversões.

É preciso aderir a um tour. Para horários e valores atualizados, favor consultar este link oficial. Tenham em mente que o refeitório tem horários mais restritos. Programe-se segundo os horários oficiais.

E já que estamos falando de Harry Potter, outro ponto famoso da cidade que serviu de clara inspiração ao cenário do filme é a Biblioteca Bodleian, outra atração imperdível da cidade.

Por ali passaram nada menos que Oscar Wilde, Lewis Carroll e JRR Tolkien. Inspire-se!!!

Biblioteca Bodleian.
Detalhes da arquitetura de um dos prédios da Biblioteca Bodleian.

Pátio interno da Biblioteca Bodleian.

Datada de 1602, ali estão livros antigos como um esboço do romance Frankenstein, por Mary Shelley; uma cópia da Carta Magna, de 1217; e uma cópia da Divina Comédia de Dante do século 14.

Precisa de algo mais? Só faltou a primeira edição da Bíblia!!! Ah, em tempo. Nada ali se empresta e não se toca em nada!!!

Agora algo que me deixa inconformado… Não são permitidas fotos no interior da biblioteca. Nem sem flash! A lady que acompanha o tour fica ali no seu pé, como um pitbull o tempo todo. Vou começar um movimento dos turistas insatisfeitos com as proibições de tirar fotos. #PhotosFree!!! Vamos?

Para não deixar de mostrar como é, uma foto oficial. Créditos: James Whitaker.

Por outro lado, fotos são permitidas no Divinity Hall, uma belíssima sala construída em 1488 na qual era ministravam-se aulas de teologia. Fiquei imaginando o “naipe” dos debates filosóficos que rolaram ali.

Desculpem o trocadilho barato, mas a sala é simplesmente divina!

Divinity Hall.
Reparem na beleza das janelas.
E o teto então?
De um outro ângulo.
Uma engenhosa caixa-cofre. Será que usavam para guardar as provas???

No tour eles ainda mostram uma sala do século XVII chamada Convocation House. A sua importância histórica decorre do fato de que durante a Guerra Civil, as seções do Parlamento aconteceram ali.

Atenção às explicações da nossa guia na Convocation House.
 Convocation House.
Presumo que o Parlamento era bem reduzido naqueles tempos.

A biblioteca fica na Broad Street, OX1 3BG, mas a entrada mais recomendada é pela Catte Street. A única forma de visitá-la é num tour. No site deles existem várias opções, veja qual melhor se enquadra no seu tempo disponível e confira ali os horários e valores atualizados.

Um pequeno alerta é que os tickets são vendidos na política do “quem chega primeiro leva”. Então, sugiro que, optando por uma day-trip a partir de Londres, você chegue cedo e escolha a Biblioteca Bodleian como primeira atração a ser visitada, ou faça a sua reserva antecipada aqui. A bilheteria abre às 9h00.

E como nem só de estudar vivem os estudantes, vale a pena fazer uma pausa em um dos pubs da cidade.

Os mais famosos são o Kings Arms (40 Holywell Street), fundado em 1607; o Turf Tavern (4-5 Bath Place); e o Eagle and Child (49 St. Giles) que era frequentando por J.R.R. Tolkien.

A nossa escolha: The Eagle and Child. Reparem no logo (?!?!)
Hora de abastecer. Nicholson`s, tipo Pale Alerecomendo!
Interior do pequeno pub. Mais típico impossível.

E como chegar lá?

Optando por ir por conta, a forma mais simples e menos custosa é de trem ou de ônibus.

Nós escolhemos o trem pela comodidade e garantia de pontualidade. Britânica, é claro!

A compra foi feita diretamente no site da National Rail, num procedimento relativamente simples.

O único detalhe é que a retirada do bilhete propriamente dito é feita na estação, nas máquinas de auto-atendimento. Você deverá apresentar o código que eles te enviam por e-mail e o cartão de crédito utilizado para fazer a compra (não se esqueça).

Um detalhe importante e uma sugestão é adquirir os bilhetes com certa antecedência. O sistema libera a compra de bilhetes até 3 meses antes.

Digo isto não porque o trem lota, mas sim porque o valor da passagem é significativamente mais alto para compras feitas às vésperas da viagem.

Exemplificando: para 7 de novembro próximo, encontrei bilhetes ida e volta por £ 16,20; enquanto que para 12 de setembro (mesmos dias da semana e horários), o melhor valor encontrado foi £37,60. Vale programar-se com antecedência.

Os trens partem da estação London Paddington e chegam a Oxford em aproximadamente 1 hora. As partidas acontecem em vários horários do dia. Importante ressaltar que em alguns casos, como foi o nosso, foi preciso fazer uma baldeação em Didcot Parkway. Mas mesmo assim a viagem levou pouco mais de 1 hora. Super tranquilo!

Atenção à necessidade de retirar o bilhete na máquina.
Ai é só embarcar. Trens modernos, limpos e confortáveis!

Outra saída é utilizar os ônibus da National Express. Neste caso, a viagem que parte de vários pontos de Londres (consulte o site para ver os pontos de embarque) demora praticamente 2 horas e custa £18.

Assim, se fosse para marcar de última hora, no custo benefício, o ônibus pode ser uma boa opção.

Quem não se sentir confortável em ir por conta, pode utilizar um tour que invariavelmente engloba outras cidades, como é o caso do tour da EvanEvans ou Aviator, que inclui Windsor, Stonehenge e Oxford. Eu acho que fica muito corrido.

Outra opção é pegar um tour de meio período na London Toolkit, o que eu também considero muito corrido. 

No próximo post, vamos contar um pouco sobre comer e principalmente beber em Londres.

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6 comentários

Adriana Mega 18 de setembro de 2013 at 15:12

Estive em Oxford no começo de setembro, fiz o passeio de um dia saindo de Londres com minha filha adolescente, fomos de trem. Fizemos o passeio pela cidade de ônibus(aquele de turismo, que vai narrando por onde passa), em frente da estação tem um ponto para embarque. Visitamos o museu ASHMOLEAN, que adorei!!! entrada free!!!

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Diogo Ávila 18 de setembro de 2013 at 20:43

Adriana,
Muito obrigado pela dica. Eu não conhecia este museu.
Dei uma espiada e parece muito interessante mesmo.
Acho demais o fato de que muitas das atrações, museus principalmente, na Inglaterra serem free. Um exemplo a ser seguido.

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Marcio 18 de setembro de 2013 at 01:20

Voltei de Oxford na semana passada e gostei muito da cidade, apesar de não poder ter visto muita coisa (fui para um evento acadêmico). Achei mais bonita que Cambridge, embora não tenha visto em Oxford nada tão deslumbrante quando a capela do King's College de Cambridge. Fiz o passeio "Behind the Scenes" do Christ Church College, em que o guia nos leva a locais aonde os visitantes comuns não têm acesso, e fiz o passeio padrão do centro oficial de turismo (aliás, recomendo conferir as datas e horários dos passeios temáticos. Eu queria muito fazer o de Tolkien e Lewis, mas os horários não batiam). Para quem não tem claustrofobia, também vale a pena gastar 4 libras pra subir na torre de St. Mary's, na praça da Câmara Radcliffe. A vista da cidade é muito boa!

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Diogo Ávila 18 de setembro de 2013 at 01:23

Márcio,
Muito obrigado pelo seu comentário.
Uma das funções deste espaço é justamente abrir oportunidade para boas dicas como as suas que acrescem muito ao post. Considere-as incorporadas!
Valeu mesmo.

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Boia Paulista 16 de setembro de 2013 at 14:39

Oi, Diogo. Tudo bem? 🙂

Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem.

Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com

Até mais,
Natalie – Boia

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Diogo Ávila 16 de setembro de 2013 at 20:37

Olá Natalie,
É sempre uma honra receber a visita de vocês.
Obrigado!

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