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Como é voar na China Eastern: de Tóquio à Singapura

Por conta da quantidade de deslocamentos e inviabilidade prática de termos uma única empresa para fazer todos os voos, a nossa viagem pela Ásia rendeu um bocado em termos de experiências com novas empresas aéreas, principalmente com algumas menos conhecidas da maioria dos brasileiros. Nesta linha, depois da SriLankan Airlines, tivemos a oportunidade de voar com uma das maiores empresas aéreas da China, a CHINA EASTERN AIRLINES.

No mercado aéreo chinês ela é uma das três maiores empresas aéreas, e de acordo com pesquisa publicada esta semana pelo MelhoresDestinos, se somado o movimento doméstico e o internacional, ela é a 9ª empresa no ranking mundial de passageiros transportados anualmente.

Chegada em Xangai com direito a desembarque na pista.

Com uma boa parcela de sua gigantesca população realizando tanto voos domésticos em seu vasto território quanto internacionais, a alta demanda de voos fez com que a China abrisse espaço para a criação de outras empresas aéreas além da tradicional Air China.

Por conta disso, atualmente existe uma boa quantidade de grandes empresas aéreas na China, como por exemplo a Air China, China Southern Airlines, e a própria China Eastern que tem nos dois aeroportos de Shangai o seu centro de operações.

A nossa experiência com a China Eastern deu-se por conta do voo de Tóquio (Narita) para Singapura, com uma escala (muito bem aproveitada!) em Xangai.

Embarque em Tóquio (Narita Airport).

Eu sei que alguns talvez estejam estranhando o motivo de escolher uma empresa chinesa para fazer o voo entre dois destinos não chineses.

A resposta é simples: preço e horário do voo.

Como já comentei anteriormente, nem sempre as empresas aéreas do país de origem e do país de destino têm o melhor custo benefício. Não tenham dúvidas que eu adoraria voar novamente de JAL ou experimentar a também japonesa ANA, e mais ainda voar de Singapore, mas os preços praticados por tais empresas nos levaram a buscar outras opções.

Foi ai que a China Eastern apareceu no nosso radar.

Atualmente a China Eastern em sua rota são ao todo mais de 100 destinos em voos próprios e mais 300 em code-share, atendendo a América do Norte, Europa, Oceania e Ásia, é claro.

Até mesmo por conta da quantidade de passageiros que transporta, sua frota é de 430 aeronaves e conta tanto com aeronaves Airbus quanto Boeing.

Quanto ao programa de milhagem da China Eastern, o Eastern Miles; como a empresa é associada ao Sky Team, as milhas voadas com eles podem ser creditadas em empresas como Delta; Air France; KLM; Alitalia, e outras.

Onde termina o céu e começa o mar???

Embora tenhamos tentado inicialmente a compra do bilhete diretamente no site da empresa, o procedimento foi literalmente uma catástrofe. Ainda que o site seja bonito e moderno em suas telas iniciais, o processamento do pedido de compra não pode ser realizado ali. Mas a culpa pelo fato nem foi da companhia aérea.

Explico. Mesmo tendo o cartão de crédito liberado e a compra devidamente autorizada pelo banco e pela administradora do cartão para usá-lo na aquisição da passagem (já havia comprado outras passagens naquele dia), toda vez que tentávamos finalizar a compra, recebíamos uma mensagem de erro.

Troca de cartão, troca de bandeira, troca de banco… E nada.

Depois de algumas tentativas, aparece uma tela no site da empresa solicitando que eu envie para eles “scanneado” o meu passaporte e cartão de crédito (frente e verso!!!) para conferência e armazenamento pois meu IP e nacionalidade, em linhas até que bem cordiais, indicavam que estávamos um local com “alto índice de fraudes relacionadas à cartões de crédito”. Mais uma da lista do “nunca tinha visto isto antes”.

Ah vá! Jura? Atire o primeiro cartão quem nunca teve um cartão de crédito clonado no Brasil!

Fiquei alguns segundo olhando para aquela tela e pensando o que fazer. Enviar os dados e correr o risco disto cair em mãos erradas?

Infelizmente ou não, esta é aquela hora em que você, brasileiro escaldado, desconfia de tudo e de todos (#vidadura!).

Na dúvida, deixei a página lá e passei a buscar a dita passagem nos agregadores como Decolar e etc. Olha daqui, pesquisa dali, encontrei o mesmo voo, com o mesmo preço no site espanhol Last Minute. Corre comprar as passagens em euro mesmo!

Poltronas da executiva (A321).
E da econômica (também do A321).

O custo foi bastante competitivo. Enquanto o bilhete da China Eastern saiu por €500,36 (para dois passageiros na classe econômica), as demais empresas estavam cobrando valores até 60% mais altos.

O que não faz a globalização! Dois brasileiros partindo do Japão com destino Singapura, numa empresa chinesa com bilhetes comprados em um site espanhol. Que beleza!!!

Fora isto, a experiência com a China Eastern foi super tranquila e dentro do esperado – com as ressalvas abaixo.

O trecho entre Tóquio-Xangai é feito a bordo de um Airbus A321 em aproximadamente 3h10 de voo. E após a conexão de praticamente 11 horas, o trecho até Singapura leva mais 5 horas num Airbus A330-200.

Algo que eu recomendo, e muito é que durante a conexão em Xangai você saia do aeroporto para conhecer a cidade. Aqui as dicas completas de como fazer isto e o que visitar neste breve passeio.

Quanto aos horários de voo, já aviso que partindo o voo de Tóquio às 10:55 hora local, e chegando em Singapura às 5h00 horário local (sim, do dia seguinte!) o esquema é bem puxado. Mas compensa não só pelo custo como também pela oportunidade de um pit-stop em Xangai.

O belo aeroporto de Xangai Pudong.

A franquia de bagagem permitida para despacho nos voos em questão foi de até 2 volumes pesando no máximo 23kg. Nunca é demais lembrar: se você for realizar algum outro voo interno ou até regional, deverá considerar os limites impostos pela empresa com menor franquia de bagagem, caso contrário poderá ter que pagar excesso de bagagem em algum trecho.

Para detalhes sobre a franquia de bagagem de outros trechos, sugiro uma consulta ao site oficial.

Para bagagem de mão, apenas um volume por passageiro, limitado a 5kg (acho pouco!) e não pode exceder o tamanho de 115 cm lineares, ou seja, a somatória de largura, comprimento e altura.

O check-in foi super tranquilo e rápido em ambos os voos.

No quesito pontualidade também não tivemos nenhum contratempo.

Já o serviço de bordo considero que deixou a desejar, mesmo sem ter lá grandes informações a respeito da empresa, fiquei um pouco decepcionado tanto com o atendimento quanto com as refeições.

Simplesmente inexiste o já tão comum kit conforto, foi oferecido apenas um travesseiro e o cobertor. Nunca é demais lembrar que estamos falando de dois voos internacionais, um deles noturno e com 5 horas.

Nada de kit conforto, só cobertor e travesseiro mesmo.

Refeições. No primeiro voo foi servido um almoço muito bom, especialmente dentro do que esperávamos, pois nunca é demais lembrar que a comida chinesa que comemos no Brasil (e EUA) não tem nada a ver com a servida lá (vide nosso post a respeito de Onde Comer na China).

Uma grande diferença de tempo entre entregarem a parte fria da refeição,
E a quente, somada ainda à fome, fazem a gente não conseguir esperar para tirar foto mais bonita. 🙂
A foto pode não ajudar, mas garanto que o prato estava delicioso. Eba! Pato!!!

Já no segundo, numa aeronave mais nova, voo noturno mais longo e chegando nas primeiras horas da manhã, evidentemente que esperávamos um café da manhã… mas nada! Infelizmente não foi servido nada. Ficou devendo.

O espaço interno estava dentro do esperado, e não notamos diferenças significativas se comparado às demais empresas que experimentamos. Mas uma coisa é fato: reparem na diferença de espaço entre o A321 e o A330.

Na poltrona do A321 com bolso vazio tem menos espaço
Do que no A330 com bolso lotado.

No quesito limpeza e conservação da aeronave notamos uma clara diferença entre o primeiro voo (Tóquio-Xangai) e o segundo (Xangai-Singapura).

No primeiro a aeronave (um A321), nitidamente mais antiga, estava num estado já não muito bom de conservação.

Já para o segundo voo, feito num A330, talvez até por ser um trecho mais longo, ai sim notamos uma clara e bem vinda melhora. A aeronave era muito mais nova e moderna. Parecia até que tínhamos trocado de empresa aérea.

A321 configurado na econômica para formação 3-3 poltronas.
Já o A330 estava com configuração para 2-4-2 (3 nas últimas fileiras).

O sistema de entretenimento a bordo, se comparado com outras empresas que avaliamos, me pareceu bem razoável, mas como já era esperado, apenas no voo feito no A330 havia tela individual.

Entretenimento individual só no A330.

Bem, ainda que o preço cobrado pela China Eastern seja inferior àquele cobrado pelas demais empresas que operam a rota (quesito custo nota 10), acredito que pequenas melhorias no serviço poderiam ser aplicadas, justamente para que China Easter possa estar no mesmo patamar que as demais empresas asiáticas.

E você já voou com a China Easter Airlines? Deixe seu comentário abaixo.

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