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Jungfraujoch e Lauterbrunnen, dois passeios imperdíveis no Bernese Oberland

Jungfraujoch e Lauterbrunnen

Jungfraujoch, o Topo da Europa.

Quando decidi voltar à Suíça, prometi que ao invés de restringir o nosso roteiro às grandes cidades, dedicaria alguns dias para alguns destinos menos conhecidos da maioria das pessoas e principalmente, que iria conhecer alguns vilarejos e me embrenhar (dentro do possível) pelos Alpes e em especial visitar dois lugares:Jungfraujoch e Lauterbrunnen.

Depois de nos encantarmos com Zermatt e vermos de perto o Matterhorn, era chegada a hora de conhecer aquela que é uma das principais atrações alpinas da Suíça: o Topo da Europa / Jungfraujoch. Pois é, assim, curto, direto e sem qualquer modéstia é desta forma que os suíços denominam a cadeia formada por três montanhas: Eiger (3970m), Mönch (4107m) e Jungfrau (4158m).

Pela altura destas três montanhas, mais especificamente a Jungfrau, vocês notam que o apelido é de fato merecido. Tão justo que esta é uma das mais visitadas e fantásticas atrações do país – na minha opinião, um dos pontos altos da nossa viagem.

A exploração da montanha como destino turístico deu-se a partir de 1912, quando foi inaugurada a Jungfraubahn, a linha de trem que dá acesso ao topo da Jungfrau.

Pausa para trocar de trem e apreciar a vista.
Prefira dias de sol. Muitos hotéis têm acesso a canais de tv com previsão do tempo nas montanhas em tempo real.

Foram 16 anos de árduos trabalhos. Fico aqui imaginando trabalhar no inverno e nas condições existentes naqueles tempos.

Para a época, a ferrovia representou um tremendo feito (eu ainda acho que é!!!). Basta notar que para chegar aos quase 3.500m de altitude, eles tiveram que escavar 7,5 km de túneis por dentro do Eiger e do Mönsch.

Só a viagem de trem até lá já vale o passeio. Afinal, esta é uma das viagens de trem mais incríveis do mundo. Boa parte dela é feita em trens do tipo “cremalheira”, onde os trilhos são dentados para que se tenha o necessário atrito para fazer a íngreme subida.

Reparem nos trilhos “dentados”.
A última troca de trens acontece na estação de Kleine Scheidegg, já aos pés da montanha.
Tanto para subir quanto descer, dois caminhos são possíveis.

Para a chegar lá existem duas rotas distintas no trecho Interlaken-Kleine Scheidegg, então o que muita gente faz é subir por uma delas e descer pela outra para apreciar duas paisagens diferentes. Outra coisa bastante comum é parar uma das cidades do trajeto, as duas mais recomendadas são Grindelwald e Lauterbrunnen (da qual falaremos a seguir).

Nós optamos por ir via Lauterbrunnen, onde trocamos de trem. Aliás algo que vocês notarão é a quantidade de vezes que se sobe e desce dos trens. Salvo engano foram umas quatro vezes! Mas como tudo é tão bem sinalizado e cronometrado é super fácil. Basta seguir o fluxo!

Efetivamente, o passeio pela famosa estrada de ferro do Jungfraubahn começa na cidade de Kleine Scheidegg, e sobe 3.454m de altura percorrendo uma distância total de 9km, sendo sete de túneis e dois a céu aberto. Não é à toa que ali fica a estação de trem mais alta da Europa.

No caminho existem duas paradas de uns cinco minutos, nas estações Eigerwand com 2865 metros de altura e Eismeer com 3160 metros de altura, onde os visitantes, a partir de enormes janelas de vidro escavadas na rocha, têm uma prévia do que se verá mais acima – quem curte The Amazing Race irá reconhecer o local como uma das paradas numa etapa.

Na subida, duas pausas para apreciar a vista.
Assim a neve parece mais creme com merengues.

Como o trem para muito rapidamente para que os passageiros possam conferir rapidamente a vista, fique atento ao relógio para não perder a viagem! Ah, e a parada é apenas na subida.

Bem, antes de contar exatamente o que há lá em cima, deixo aqui uma dica importante: siga a sequência de visitação proposta pela administração local conforme mapa abaixo. Pode parecer banal, mas como se está boa parte, literalmente, dentro da montanha e num espaço reduzido, se você errar o caminho, fica difícil dar a volta. Fora que dependendo do dia pode estar relativamente cheio.

Siga o fluxo!

Como nós tínhamos o carrinho de bebê do Cumbiquinho, nem sempre dava para passar por determinados lugares (como pelo Palácio de Gelo), então tínhamos que dar a volta e algumas vezes nos perdíamos. Então, mais uma vez, siga o fluxo!

Ah, e como o acesso aos principais pontos é facilitado, até mesmo no topo dá para ir com carrinho de bebê.
0ºC a quase 3.500m e a pessoa dorme tranquilamente!

Ah, já ia me esquecendo de um detalhe importantíssimo. Pouco importa o quanto calor esteja em Interlaken ou qualquer outro ponto de partida do qual você tenha partido, tenha à mão um belo casaco, e se você pretender passar um tempo maior brincando na neve, ai vai precisar de gorro, luva, cachecol e sabe lá mais o que, dependendo da sua tolerância ao frio.

Lembre-se, mesmo no verão, a neve lá em cima é eterna!

Leve também óculos escuros e protetor solar, pois mesmo no inverno o sol e seu reflexo na neve queimam bastante.

Mas e ai? O que tem lá em cima?

Bem, depois de tanto subir, finalmente chega-se ao pico da montanha. Desembarcando do trem acessa-se a base do complexo no qual existem num grande saguão envidraçado.

Ali também estão algumas lojas de souvenires e lanchonetes (com preços até que razoáveis). Aproveite para fazer uma breve refeição apreciando a vista.

O que pouca gente sabe é que ao lado da lanchonete existe um balcão onde você mesmo pode carimbar seu “passaporte”.

Pois é, repararam as aspas? Então, o gênio aqui não percebeu que o lance ali era estampar um “passaporte” de brincadeira, próprio da Jungfrau e tomado pela brincadeira que já havia rolado em Liechtenstein, foi lá e carimbou o passaporte brazuca.

Dois carimbos que não contam.

Se tivesse prestado atenção na foto, não teria carimbado (acho que teria mesmo assim!). Quer saber? Valeu como recordação. E mais, atrás de mim tinha uma fila de gente para fazer o mesmo. Ufa, não fui o único! Quero só ver o dia que numa imigração qualquer me perguntarem que país é Jungfrau!!! Kkkkk

Neste mesmo saguão há uma caixa dos correios que atende ao código postal mais alto do mundo. Justamente por conta da estação e do complexo turístico, é necessário que haja um código postal próprio. Vários japoneses estavam ali postando cartas para outra montanha que tem também seu código postal, o Monte Fuji.

A caixa dos correios, direto para o Monte Fuji.

De lá, siga para o Jungfrau Panorama, uma enorme sala com painéis onde são projetados filmes das montanhas. As projeções em 360º aliadas ao som ambiente criam uma interessante sensação de imersão.

Próxima parada é talvez uma das mais interessantes. Trata-se do topo da montanha, conhecido como “Sphinx” –– os visitantes têm uma ampla visão de vários pontos, com duas das mais imponentes montanhas dos Alpes: Mönch e Jungfrau.

E olhando para baixo se tem a noção de quanto alto se está.
No terraço da Sphinx, se vê praticamente tudo: o Mönch.
Olha o passarinho! Esse voa alto.
Meu recorde pessoal.
A Jungfrau.

Ah, aliás algo que já estava me esquecendo de contar é que segundo informado lá, Jungfrau significa senhorita, e Eiger e Mönch significam respectivamente ogro e monge. O “monge” fica exatamente entre a “senhorita” e o “ogro” para protege-la. Nada como um pouco de fantasia!

Mas voltando à realidade, mais precisamente à ciência, notem que no topo da Sphinx (3.571m) existe um telescópio. Assim como no Matterhorn, as condições climáticas são mais que propícias à observação e estudo das estrelas e outros corpos celestes. Infelizmente não encontrei maiores detalhes sobre o telescópio – bem que poderiam apresentar aos visitantes algumas fotos e vídeos a respeito, ou talvez até uma demonstração do seu funcionamento.

Telescópio do topo da Sphinx.

Quem quiser pode ficar sentado na área envidraçada apreciando a vista, ali no quentinho. Mas o mais bacana mesmo é visitar o grande terraço ali existente, de onde se avista não só as montanhas, mas também o incrível Glaciar Aletsch. Trata-se de uma geleira de aproximadamente 23km que vai do Jungfrau até a região de Bernese Oberland. Ela é tão larga que equivale a uma autopista de seis faixas no trecho mais estreito.

Glaciar Aletsch, assim talvez não dê para ter uma ideia do tamanho…
Mas no zoom, imagine que esta é a parte mais estreita e ela equivale a 6 pistas!!!

Eu nunca havia avistado um glaciar daquele tamanho. Parecia literalmente um enorme rio de neve correndo no vale formado entre as montanhas.

Alguns visitantes mais corajosos e experientes costumam fazer caminhadas pela região, inclusive atravessando este vale. Juro que não acreditei quando vi os dois sujeitos caminhando naquela neve toda no meio do nada! Confira ai:

Em pleno glaciar, repare nos dois pontinhos à direita…
Olha dois “perdidos” ai.

A depender da sua tolerância ao frio você pode ir ao Aletschgletscher ou Snow Fun (quero ver repetir rápido o nome em alemão), uma área na base da Sphinx com algumas brincadeiras na neve, como por exemplo tobogãs e etc. Pareceu bem legal, nas não deu para ir. #Snif!

Snow Fun.
Ai que delícia.
Incrível como tem gente que não sente frio.

Seguindo o caminho proposto, passe pela Alpine Sensationuma exposição que conta um pouco da construção da linha de trem (Jungfraubahn).

O original “globinho” de neve.
Nos painéis, uma série de fotos históricas da época da construção.

Se você quiser saber como é estar dentro de um freezer, confira o Eispalast ou Palácio de Gelo, um conjunto de tuneis escavado na rocha e recoberto do chão ao teto com gelo. Como a temperatura ali é baixíssima, esculturas de gelo são expostas.

Parece cenário de filme de ficção científica.

Literalmente da Era do Gelo!
Será que está geladinho?

Mais uma vez, vale aqui aquela dica para ter à mão uma roupa mais quente, e sugiro caminhar com cuidado, afinal, até no chão tem gelo.

Depois de passear na área interna do complexo, era hora de curtir um pouco de frio e neve. Isto porque uma das coisas mais legais ali é literalmente caminhar na neve no topo dos Alpes no Plateu. Como o próprio nome dá a entender, trata-se de uma área plana situada entre a Jungfrau e a Sphinx de onde se tem uma vista completa de toda a região. E que vista! Acho que as fotos são auto explicativas:

Plateu do Jungfraujoch
Lá fora é que se tem a real ideia do tamanho das coisas.
Jungfrau
O complexo e a Sphinx.

Above us only sky como dia Mr. Lennon.

Ficar ali, totalmente exposto ao clima, diante de uma paisagem estonteante num silêncio absoluto foi certamente um dos pontos altos do passeio. Uma sensação de paz e contemplação até difícil de explicar. Recomendo!

Fique apenas atento às indicações pois fora da área demarcada o risco de desmoronamento é grande.

Aliás pelo que li a respeito haveria uma cabana até a qual seria possível caminhar. Sei não… Confira ai:

Que cabana?
Essa! Como chegar lá eu não sei.

Como as condições na montanha mudam rapidamente, vale consultar aqui e melhor ainda, aqui e aqui, as condições do tempo. Em razão da altitude, alguns visitantes podem experimentar uma leve dor de cabeça ou náuseas. Como o trem faz algumas paradas durante o trajeto, isto é consideravelmente amenizado.

Separe no mínimo umas 5 horas para fazer o passeio todo.

Mas quanto custa? Não se paga entrada propriamente dita para o Topo da Europa / Jungfraujoch, mas sim a passagem até lá. Mesmo que você tenha o Swiss Pass (ou qualquer outro passe) também terá que pagar a passagem, mas a vantagem é quem tem o Swiss Pass pode usufruir de um desconto de 25% no preço da tarifa entre Grindelwald e Wengen para o Jungfraujoch. Já o trecho Interlaken–Grindelwald/Wengen/Mürren está coberto pelo passe. O preço varia conforme a base de onde se parte:

Start/destination
location
One way Return
Second class *First class Second class *First class
CHF CHF CHF CHF
Allmendhubel 26.60 32.40 50.20 61.80
First 40.00 48.40 80.00 96.80
Grindelwald 11.00 19.40 22.00 38.80
Harder Kulm 15.00 30.00
Jungfraujoch via
Lauterbrunnen or Grindelwald
102.20 109.40 204.40 218.80
Good Morning Ticket / 

Good Afternoon Ticket

145.00
Kleine Scheidegg
via Lauterbrunnen or Grindelwald
40.20 47.40 80.40 94.80
Lauterbrunnen 7.60 13.40 15.20 26.80
Männlichen via
Lauterbrunnen
36.40 42.20 72.80 84.40
Männlichen via
Grindelwald
44.00 52.40 88.00 104.80
Männlichen (return
trip)
84.40 100.80
Mürren via
Grütschalp
18.60 24.40 37.20 48.80
Mürren (return
trip)
49.60 63.20
Schilthorn via
Grütschalp
66.60 72.40 117.20 128.80
Schilthorn (return
trip)
129.60 143.20
Schynige Platte 35.60 38.40 71.20 76.80
Schynige Platte
return from First
80.40 94.80
Wengen 14.40 20.20 28.80 40.40

 Aqui os preços atualizados.

Pode parecer um pouco caro, principalmente se você considerar que o franco suíço está cotado para aproximadamente R$ 3,10 para a data deste post. Mas se você pensar que dificilmente visitará um lugar tão incrível assim… Vale a pena! Pergunte aos meio milhão de turistas ao ano que sobem a montanha!

E na volta um chocolatinho para adoçar a viagem.

Um passeio que muita gente faz na subida ou na descida do Topo da Europa / Jungfraujoch é a visita à pequena cidade de Lauterbrunnen.

Lauterbrunnen
Chalés típicos.
Como sempre muito bem decorados.

Lauterbrunnen é uma daquelas pequenas cidades muito bem representam aquele ideal de vilarejo alpino. Casas de madeira com arquitetura típica; clima tranquilo; vacas típicos sinos dourados no pescoço; e paisagem bucólica.

Mas a paisagem ali tem um outro componente interessantíssimo e que faz a sua fama. Como ela está situada no fundo de um vale aos pés das três grandes montanhas da região (Eiger, Mönch e Jungfrau) e circundada por enormes paredões rochosos. Tem-se a impressão de estar no meio de um daqueles filmes épicos.

A cidade fica literalmente no meio de um enorme vale.
Para a alegria do pessoal do Base Jump.

O meu interesse por esta cidade, surgiu a partir de uma foto que vi na internet e mostrava a sua principal atração: uma enorme cachoeira que parece literalmente cair no meio da cidade a partir de um enorme penhasco e desagua no rio Weisse Lütschine. Sabe aquela coisa de ver uma foto e pensar: Preciso ver isso ao vivo?

Estamos falando da Staubbach Falls (297m), que embora esteja longe de desaguar no meio da cidade, por conta de sua posição em relação à cidade, dá aos visitantes que chegam pela estação central, a impressão de que de fato ela cai no meio da cidade.

Vale caminhar até ela para apreciar mais de perto e notar que tudo não passa de uma bela ilusão de ótica.

Esta famosa cachoeira já serviu de inspiração para alguns grandes escritores, como Byron que a comparou à “tail of the pale horse ridden by Death in the Apocolypse“. Ela também foi citada por Goethe que após visitar a cidade em 1779 disse “The soul of man is like water. It comes from heaven and rises again to heaven, it ascends to heaven and falls again to earth, eternally alternating. The pure stream flows from the high, steep rock face, falls softly in cloud-waves onto the smooth rock and, gently accepted, rolls and ripples into the abyss.

Ainda que não seja possível banhar-se na cachoeira, um caminho pelas pedras possibilita ir até uma abertura na rocha de onde se tem uma boa vista da cidade e dá até mesmo para sentir alguns respingos (mas fecha no inverno).

Staubbach Falls.
A cidade vista de “dentro da cachoeira”.

Embora a maioria dos visitantes acabe mesmo vendo apenas a Staubbach, a cidade tem várias outras cachoeiras – 72 para ser mais exato. Não é à toa que o nome da cidade significa algo como “muitas cachoeiras”.

Outra cachoeira interessante é a Trümmelbach, que parece entalhada na pedra. Mas nela o acesso para cadeirantes ou por quem está com carrinho de bebê é muito complicado.

De volta à cidade, aproveite para caminhar pelas suas tranquilas ruas e conferir a pequena e charmosa Quaint Church.

Quaint Church.
Olha só o cemitério!

No vale como um todo residente pouco mais de 2.400 pessoas. Na cidade propriamente dita, muito menos, pois a população está dividida em outras pequenas vilas.

Para chegar lá, o melhor caminho é de trem a partir de Interlaken (20 minutos), ou como já disse na ida-ou-vinda de Topo da Europa / Jungfraujoch.

Mesmo sendo possível visitar o Topo da Europa / Jungfraujoch e Lauterbrunnen num esquema de bate-e-volta a partir de várias cidades suíças, como por exemplo Lausane; Lucerna; e até Zurique (mais puxado), preferimos utilizar como base para estes passeios e ponto de chegada da nossa viagem pelo Glacier Express a cidade de Interlaken, e não nos arrependemos. A cidade é uma graça!

Situada, como o próprio nome diz, entre dois lagos (Thun e Brienz), Interlaken é uma cidade pouco conhecida da maioria dos brasileiros que visitam o país. Uma pena!

Ok, é verdade que em termos de atrações, esta pequena cidade com pouco mais de 5 mil habitantes está muito longe das demais cidades suíças mais conhecidas, como Berna, Genebra ou Lucerna.

Interlaken
Não deixe de provar os deliciosos queijos locais.

Katholische Kirche Interlaken.

Mas o segredo de Interlaken está no fato da cidade ser uma excelente base para a exploração dos vilarejos e das atrações naturais de uma das mais belas (ou talvez mais bela) região Suíça, o chamado Bernese Oberland.

A cidade é o ponto de partida perfeito para vários bate-e-volta interessantíssimos, como os acima mencionados, mas também para Zermatt e outros.

Assim como a maioria dos brasileiros que visitam a Suíça, na minha primeira viagem, simplesmente ignorei esta região e me limitei a visitar apenas grandes cidades. Que erro! Se possível, não façam isso! A essência da Suíça, aquilo que se poderia chamar de mais típico está justamente fora dos grandes centros urbanos.

Como vocês viram do nosso itinerário, buscamos fazer desta vez uma mistura de grandes centros urbanos com os imperdíveis vilarejos alpinos com as suas paisagens estonteantes.

Relativamente pequena e plana, a melhor opção é mesmo caminhar pela cidade.

Para chegar e sair da cidade, a melhor opção é trem.

Com verões amenos, o inverno tende a ser um pouco menos rigoroso que outros destinos da Suíça. Confira ai a média anual:

Mês Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Máx 3.1 5.1 10.1 14.1 18.8 21.9 24.4 23.5 19.3 14.4 7.7 3.8
Méd −0.5 0.6 4.6 8.4 12.9 16.0 18.2 17.4 13.8 9.4 3.8 0.6
Mín −3.6 −3.0 0.3 3.4 7.9 11.1 13.2 12.8 9.5 5.6 0.6 −2.2
Chuva 73 70 80 87 121 138 139 144 96 78 84 86

O posto de Informação Turística de Interlaken fica na Höheweg 37 e funciona de segunda à sexta das 8h00 às 19h00, sábados das 8h00 às 17h00, e domingos das 10h00 às 12h00.

Onde ficar em Interlaken? Nós optamos pelo Hotel Interlaken, um hotel histórico com um excelente serviço cujo review completo vocês conferem aqui.

Se me pedissem para comparar Interlaken com algum outro destino de viajem aqui já publicado, eu diria que existe uma grande semelhança com Queenstown, na Nova Zelândia.

As duas têm belíssimas paisagens que unem montanhas cobertas de neve mesmo no verão, lagos cristalinos, e ambas têm excelentes opções em termos de esportes radicais. Sim acreditem, mesmo com todo aquele ar de tranquilidade, a Suíça guarda em Interlaken algumas experiências com alto teor de adrenalina.

Fim de tarde com céu cheio de paragliders.

Na cidade e nos seus arredores existem muitas atividades ao ar livre como caminhadas, trilhas de montain-bike, voos de paragliding, skydiving, voos panorâmicos de helicóptero, escaladas, rafting. Poxa tem até jet boat e bungee jumping, agora me senti em Queenstown mesmo – aqui um aperitivo de como é.

Todas estas atividades estão descritas no portal Interlaken Adventure, a partir de onde se tem o contato com as empresas responsáveis por cada uma das atividades.

Mesmo que você não seja lá muito chegado numa jogatina, vale a pena conferir o belíssimo cassino existente na cidade. Ele está instalado num prédio clássico às margens do rio Aare que cruza a cidade.

Cassino de Interlaken.
E seus jardins floridos.
Aliás, mesmo no fim do verão, Interlaken estava bem florida.
Olhem só o que encontramos num jardim da cidade: morangos silvestres.

E já que falamos do rio Aare, um passeio bastante agradável é fazer a caminhada pelas suas margens, indo do lago Thun e Brienz. Minha sugestão? Vá pelas margens e volte pela rua principal da cidade.

Lake Brienz.
A cor da água do Rio Aare é simplesmente fantástica.
Fiquei com uma dó do pessoal que mora às margens do rio…
Olha a preocupação deste sujeito em plena segundona!
Um dos programas mais bacanas lá é fazer um passeio de barco pelo lago.

Quem desejar ter uma vista panorâmica da cidade, deve ir ao Harder Kulm. Com 1.322m de altura é a montanha mais próxima de Interlaken e no seu topo, de um observatório se tem vistas incríveis da cidade, dos dois lagos e dos três picos que cercam a cidade (Eiger, Mönch, Jungfrau). A partir da estação Ost Intelaken, partem funiculares que fazem o trajeto inaugurado em 1908. Funciona diariamente das 8h10 às 18h25 de abril à outubro e a subida custa CHF 27.

No próximo post da série, vamos falar da capital cidade mais francesa da Suíça, Genebra. Ou Genéve como eles preferem por lá!

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23 comentários

Michele 1 de novembro de 2018 at 10:10

Bom dia !!
Amei seu post, muito completo 🙂
Viajarei daqui uma semana para Suíça com meus pais Marido e filho de 1 ano. Vi que subiu Jungfraubahn com carrinho de bebe, achei que era impossível e ja havia retirado do nosso roteiro, mas agora vendo vocês, voltei a pensar na possibilidade. Super tranquilo mesmo com carrinho? e a altitude para o bebe, não teve nenhum problema?
Estaremos de carro e hospedados em Interlaken.

Muito Obrigada

Responda
Diogo Avila 2 de novembro de 2018 at 08:29

Oi Michele,
Obrigado.
Não tivemos problema algum, mas tomamos cuidados como agasalhar muito bem ele e também ficamos de olho para ver se não estava tendo nenhum desconforto. Como a subida é muito lenta, acho que isso é minimizado.
Quanto ao carrinho, tudo é muito acessível sim.
Boa viagem e aproveite muito!!!

Responda
Thaís Bruch 20 de maio de 2018 at 19:31

Olá,
Tudo certo? Parabéns pelo site: muito bem escrito, condensando as informações importantes e ainda sendo divertido!
Olha só estamos indo para Suíça em julho, e estaremos em Interlaken no dia 22, com programação para subir no dia 23; tu achas que é necessário comprar o bilhete da subida à Jungfrau (estaremos com o Swiss Pass).
Obrigada!!

Responda
Diogo Ávila 20 de maio de 2018 at 21:22

Thais, obrigado.
Mesmo com o Swiss Pass, você vai precisar comprar um bilhete para o trecho final que é operado por outra empresa. Mas o valor não é muito caro não.
Boa Viagem!!!

Responda
Juju 28 de fevereiro de 2018 at 23:07

Olá família. Acham tranquilo ir com um bebê de um ano (nosso caso) num ar tão rarefeito? E levar carrinho ou canguru? Vcs pernoitaram só uma noite? Estamos meio perdidos. Obrigada.excelente site! 🙂

Responda
Diogo Ávila 1 de março de 2018 at 00:29

Oi. Muito obrigado.
Não pernoitamos lá em cima, mas sim em Interlaken (acho que umas 3 noites) que é bem agradável e tem muitas opções de lugares para dormir.
Levamos o carrinho pela praticidade (mas o canguru estava sempre à mão).
Tínhamos sim a preocupação com o ar rarefeito por conta de dor de cabeça, mas nenhum de nós sentiu nada. Acho que os efeitos são mais sentidos no caso de atividades físicas na altitude.
Abraço.

Responda
Atena Schneider 17 de janeiro de 2017 at 13:41

Oi Diogo, eu adorei as dicas de todos os locais da Suiça, eu e meu marido vamos em abril pra lá, será que conseguimos ver neve em Interlaken? Ou apenas no topo das montanhas de jungfrau?
Obrigada pela ajuda.

Responda
Diogo Ávila 23 de janeiro de 2017 at 19:28

Oi Atena, obrigado.
Olha, difícil prever. A única certeza é que no topo das montanhas certamente. Fui no verão, de quando são estas fotos!
Aproveite.

Responda
Spartakós Libânio 28 de dezembro de 2016 at 00:13

Olá! Na visita a Jung pagou algo para o Cumbiquinho ir no trem? Se não comprar SwissPass posso ainda assim descer em Lauter ou Grind e ficar lá por uma ou duas horas e continuar o trajeto com o mesmo bilhete de Jung? Obrigado!

Responda
Diogo Ávila 14 de janeiro de 2017 at 09:10

Oi, não paguei não, nem o SwissPass ele pagou.

Responda
Gerson Souto 6 de fevereiro de 2016 at 04:16

Olá Diogo, muito interessante suas dicas, pretendo ir no mês de agosto, e estou achando meio confuso a compra do ticket pelo site, pois pretendo adquirir o "good morning", você acha que corro risco de não conseguir comprar com um dia anterior diretamente na estação Interlaken Ost? Qual sua opinião? grato.

Responda
Diogo Ávila 6 de fevereiro de 2016 at 13:03

Obrigado!
Olha, é possível que você não consiga na véspera sim. Se der compre ao menos com alguns dias de antecedência.
Abraço.

Responda
Anônimo 29 de maio de 2015 at 01:35

Oi Diogo, parabéns pelo seu blog, ótimas dicas.
Estou indo para Interlaken dia 10/06… Pretendo fazer o passeio até Jungfraujoh e minha dúvida é se posso na ida parar em Lauterbrunnen, ficar um tempo por lá, e depois seguir até o topo.
Na descida parar em Grindelwald, tbém ficar um tempo por lá, e depois seguir viagem para interlaken.
Se existe essa opção, daria para fazer tudo no mesmo dia?
Precisa comprar o bilhete antecipado? Tem marcação de poltrana?
Se vc puder esclarecer as minhas dúvidas, fico muito agradecido
abçs

Responda
Diogo Ávila 29 de maio de 2015 at 10:06

Olá. Obrigado! 🙂
Olha não só é possível fazer o roteiro que você quer, como é o mais comum. Nós só não fizemos isto porque tínhamos um dia sobrando para aproveitar Lauterbrunnen.
Neste caso você só precisará chegar mais cedo e ficar de olho no relógio porque lá em cima, diante da paisagem maravilhosa, parece que o tempo voa.
Sugiro comprar o bilhete um dia antes para agilizar. A maioria dos hoteis da região oferecem os bilhetes pelo mesmo preço praticado nas estações. Ou vá à estação de Interlaken.
As poltronas não são marcadas.
Bom passeio!
Abraço.

Responda
Anônimo 29 de maio de 2015 at 16:40

OK Diogo, muito obrigado pela sua atenção. Valeu!!!
Abraço

Responda
Anônimo 12 de abril de 2015 at 15:35

Oi Diogo amei seu blog to tirando muitas dúvidas c vc ,só to com dúvida sobre o passeio p Jungfraun , se eu sair de Interlaken Ost pela manhã posso parar nas cidades antes de Kleine e conhecê-las e depois com o mesmo bilhete eu sigo a viagem até o Topo?

Responda
Diogo Ávila 12 de abril de 2015 at 15:39

Oi, Obrigado.
Sim, contanto que você tenha o bilhete até o topo. Até Kleine você pode utilizar o SwissPass.

Responda
Anônimo 9 de abril de 2015 at 22:14

Oi Diogo
to com uma duvida , quanto ao passeio ao Jungfraujoch , eu posso decser nas estaçoes e ficar o tempo que quiser e depois embarcar no o proximo trem?

Responda
Diogo Ávila 9 de abril de 2015 at 23:43

Olha, nas estações antes de Kleine Scheidegg tenho certeza que sim, pois não há bilhete com horário nem poltrona designada.
Para as demais, dentro da montanha, além de não ter nada para fazer além de apreciar a vista que não é tão bonita quanto a do topo, talvez algum fiscal implique se alguém ficar ali mais tempo que o necessário, até para a sua própria segurança já que os trens passam a todo momento.

Responda
Anônimo 24 de março de 2015 at 19:08

Olá!
Será que poderia me dar uma ajuda/opinião?
Pretendo chegar em um sábado a tarde pelo aeroporto de Zurique e seguir até Engelberg, pois no domingo gostaria de conhecer o monte Titlis. A noite, seguir para Interlaken, para na segunda conhecer o Jungfrau e seguir viagem para Paris na terça… Acredita ser possível esta programação?!
Agradeço muito por sua opinião!
Marcio.

Responda
Diogo Ávila 25 de março de 2015 at 09:56

Márcio,
É um plano arrojado, mas como tudo na Suíça funciona muito bem, e os meios de transporte são muito confiáveis em termos de horário, em tese daria certo sim. Só seria um pouco corrido.
Para o seu caso, eu sugiro utilizar o serviço da SBB (empresa de trens local) que faz a remessa da mala para o seu destino, assim você não precisa ficar carregando ela o caminho todo. Veja no nosso post sobre como programar a sua viagem os detalhes deste serviço.
Boa viagem!

Responda
Bóia 23 de março de 2015 at 14:08

Oi, Diogo. Tudo bem? 🙂

Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com

Até mais,
Bóia – Natalie

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Diogo Ávila 23 de março de 2015 at 14:41

Oba!!!

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