Image default

São Francisco, o que fazer numa das cidades mais charmosas dos EUA

Como já contei para vocês no post anterior, voltei da Califórnia com uma visão completamente diferente dos EUA. E grande parte disto se deve à nossa experiência em São Francisco.

A cidade é de fato digna da afirmação do cantor Tony Bennett ao dizer “I Left My Heart In San Francisco”. Ela é apaixonante.

São Francisco se destaca das demais cidades norte americanas não só por sua geografia acidentada que resultou num layout cheio de ladeiras – algumas realmente ingrimes – mas também por ter uma energia completamente diferente.

Parece haver ali um ar mais descontraído. As pessoas são muito cordiais e incrivelmente bem humoradas – pelo menos foi o que percebemos nos poucos dias que estivemos lá. E olha que era inverno. Imagina no verão!!!

Com pouco mais de 800 mil habitantes, São Francisco é uma das cidades mais populosas dos EUA. Na área metropolitana, somando as cidades vizinhas, são mais de 6 milhões de pessoas. Mas mesmo com esta enorme quantidade de gente morando ali, a cidade consegue conservar muito bem o seu charme único e uma certa dose de tranquilidade se comparada com outras cidades dos EUA.

Transitando pelas ruas, é relativamente fácil deparar-se com casas centenárias feitas de madeira para lá de charmosas; o trânsito não é caótico (como Los Angeles); e a cidade é muito bem arborizada.

Talvez até mesmo por conta da sua geografia, existem poucos arranha-céus, o que contribui para este ar de “não metrópole”.

A origem do nome da cidade está no fato de que os espanhóis que ali se estabeleceram em 1776, próximo à Golden Gate, fundaram um mosteiro em homenagem a São Francisco de Assis.

Assim como outras cidades da Califórnia, São Francisco teve um período de muita prosperidade e desenvolvimento a partir do início da chamada Corrida do Ouro, em 1849 – como lhes disse anteriormente, é daqui que vem o nome 49ers do time da cidade na NFL, a liga de futebol americano.

Para dar uma noção de quanto isto impactou na cidade, em um ano a população local foi de menos de mil habitantes para 25 mil habitantes. Acho que deve ter sido em percentual a maior explosão demográfica da história.

E foi justamente neste período que chegaram à cidade os imigrantes chineses, que ainda mantém uma forte comunidade em Chinatown.

Só mesmo na Chinatown de São Francisco.

Um dos fatos mais marcantes da história de São Francisco foi o terremoto de 1906, que com magnitude de 8.25 na Escala de Richter e duração de 28 segundos, um dos maiores da história – e o maior dos EUA. Causado por um deslize da falha de São Andreas, 225mil pessoas ficaram desabrigadas e 3 mil perderam a vida.

Apesar da força do abalo, os maiores estragos foram causados pelo grande incêndio subsequente, que consumiu quase que a cidade inteira. Reza a lenda que a maioria das casas pegou fogo simplesmente porque muitos moradores não tinham seguro contra terremoto, mas estavam cobertos para seguro contra incêndio. Hahaha, tá pensando que só no Brasil tem uns “Gersons”???

O estrago foi grande. O terremoto aconteceu no dia 18 de abril, e as chamas somente puderam ser liquidadas por completo 5 dias depois. 

Em 17 de outubro de 1989, um terremoto um pouco mais fraco – 7.1 na escala Richter – atingiu a cidade e deixou um saldo de 12 mortos e a destruição de 60 prédios. Ufa!!! Sinal de que muito se evoluiu em termos de construção desde 1908.

Ladeiras, cable cars, casas victorianas, baía e Alcatraz. Quase um resumo de São Francisco.

Pouca gente sabe, mas durante o período da Segunda Guerra Mundial, em retaliação aos japoneses, os americanos decidiram simplesmente expropriar os japoneses que viviam em São Francisco e enviá-los para campos de concentração situados no interior da Califórnia ou em Nevada. Claro que a condição de vida ali era muito “menos pior” que nos campos nazistas, mas ainda assim uma situação inaceitável.

E por falar em Segunda Guerra Mundial, foi em São Francisco que, ao final dela, representantes de 50 nações diferentes reuniram-se para fundar oficialmente ONU. E ali, tempos depois foi firmado o Tratado de São Francisco, que estabeleceu em definitivo a paz entre Estados Unidos e Japão.

Assim como a Califórnia como um todo, São Francisco tem um importante papel na cultura norte-americana. Por exemplo, foi ali que nos anos 60 surgiu o movimento hippie.

Cercada por água – de um lado o Pacífico e de outro a Baia de São Francisco, a cidade tem um clima bastante úmido caracterizado por ventos fortes (e gelados) e uma típica neblina que insiste em cobrir a baia pela manhã – com maior frequência no verão.

A área da cidade é relativamente pequena, algo como 13 km de comprimento por 12 km de largura. E como esta região é cheia de morros e colinas, as ruas em São Francisco são incrivelmente íngremes – quem nunca viu aqueles filmes com perseguições policiais e carros saltado nos cruzamentos de ruas???

Precisa de fôlego.

Vendo tantas ladeiras, a primeira coisa que muita gente pensa é em alugar um carro para se locomover pela cidade. Esqueça! Uma vez na cidade, carro é dispensável. Até mesmo porque estacionar em São Francisco não é tarefa fácil muito menos barata.

Na prática, o carro é dispensável até mesmo para o trajeto do aeroporto para a cidade (e vice-versa). Para quem for chegar à cidade vindo de avião, o Aeroporto Internacional de São Francisco (SFO) está a 22Km da cidade e um táxi para o centro custa uns US$ 50. Outra opção é usar o sistema BART que conecta o aeroporto ao centro da cidade em poucos minutos e custa US$8.25. 

O Ricardo Freire do Viaje na Viagem tem um excelente passo-a-passo de como utilizar o transporte público para este trajeto.

Se você for seguir para outra cidade de carro, sugiro pegar o carro no último dia ou no dia da partida, afinal não faz sentido ficar com o carro parado no hotel sem uso e pagando mais de US$ 40 por dia (!!!) de estacionamento.

Para ir de uma atração para a outra, como é tudo relativamente perto (e a cidade é linda!), caminhar é uma excelente opção, mas também sugiro outras duas bem interessantes.

A primeira é alugar uma bicicleta, como vocês verão abaixo, este meio de transporte eco-friendly é um dos mais bacanas para utilizar em São Francisco.

A outra alternativa é na verdade mais que um simples meio de transporte, é uma atração da cidade: os Cable car para os locais ou bondes para nós.

Mais São Francisco que isto impossível.

Uma viagem para São Francisco não está completa sem um passeio nos bondes da cidade.

Mas já adianto. Não são todos os cable cars que são bondes. Ixi ficou confuso! Calma explico. Em São Francisco eles chamam de cable cars apenas aqueles mais antigos (e muito mais interessantes) que como o nome mesmo diz, funcionam com cabos de aço; operam em linhas menores (principalmente nas ladeiras); e são mais utilizados por turistas.

Os demais, são chamados de streetcar, trolley. São elétricos e utilizados nas demais áreas da cidade, principalmente na costa. Estes são mais um meio de transporte do que uma atração, tanto que o preço da passagem é bem mais em conta.

Um streetcar.

Então não espere andar de cable car em qualquer lugar de São Francisco.

Os primeiros cable-cars foram criados em 1873 quando Andrew Hilde inventou o bonde de tração que era tracionado por cabos instalados no solo. Estes bondes não mudaram quase nada nestes anos todos. Eles continuam funcionando praticamente da mesma forma, inclusive no quesito segurança – cinto de segurança para que??? Bom, ao menos a velocidade é baixa, 15km/h.

Dentro de um Cable Car.

Hoje, existem três linhas em operação, as quais passam por boa parte das atrações da cidade.

As ruas Powell e Market são servidas por duas linhas que seguem praticamente paralelas, a Powell-Mason e a Powell-Hyde. Embora sigam por caminhos diferentes, ambas fazem a ligação entre a região de Nob Hill e o Fisherman’s Wharf. Já a linha California line, percorre a rua de mesmo nome, indo no sentido leste-oeste, passando pelo Financial District e Chinatown.

Um pequeno detalhe é que preferencialmente você deve viajar sentado, mas é possível ir no estilo “hang on” caso não haja lugares disponíveis. Esteja apenas atento aos avisos do motorista para eventuais “perigos na rota”, como diz o site oficial.

Regras de segurança.

Quem se interessar mais pelo assunto, pode visitar as instalações do sistema, a Cable Car Barn & Powerhouse que fica na 1201 Mason Street e funciona diariamente no verão das 10h00 às 18h00 e no inverno até as 17h00.

O bilhete custa US$ 5 por viagem ou US$ 13 para um passe diário (US$20 para 3 dias).

Onde ficar em São Francisco? Nós escolhemos o Holiday Inn Fisherman’s Wharf, um hotel com um excelente custo benefício cujo review completo vocês conferem aqui.

Agora que já vimos como locomover-se pela cidade e onde ficar, vamos ao que interessa… O fazer em São Francisco?

A minha primeira sugestão é uma passada pelo São Francisco Visitor Information Center que tem muita informação útil sobre a cidade. Ele fica na 900 Market Street, funciona de segunda à sexta das 9h00 às 17h00, e finais de semana até as 15h00 no verão – no inverno não abre de domingo. Atendimento em 14 línguas diferentes. Para informações adicionais, sugiro a visita deste site.

A minha primeira dica de São Francisco não é nenhuma atração turística, mas sim algo que provavelmente fará você começar seu dia mais disposto, ou no mínimo mais feliz. Quando vamos para os EUA uma das coisas pelas quais mais ansiamos é o café da manhã.

O hotel que reservamos cobrava separado (e caro!) pelo café da manhã. Sorte nossa! A desculpa perfeita para procurar por um lugar pela rua para o breakfast.

Alguns poucos metros de onde estávamos hospedados, mais precisamente no 530 da North Point St,  fica o Hollywood Café um pequeno café que serve aquele que até hoje foi o melhor café da manhã no estilo yankee que já tomei – ok, o coffee parece mais tea como sempre… #fazparte

Panquecas com frutas, muito bem servidas.
E ovos mexidos em grande estilo..
O lugar é muito charmoso.

Sabe aquele lugar que se não fosse a evidente distância, e as calorias extras, voltaria sempre? Lá eles servem principalmente panquecas, frutas e omeletes – tudo no tamanho XXXL. Se tiver na dúvida do que pedir, peça pelo nome do artista. São 5 opções de café da manhã selecionados que acompanham café ou chá. Não tem erro.

O Hollywood Café é bastante pequeno e lota muito rápido, então chegue cedo. Ele funciona das das 7h00 às 14h00. 

Nesta mesma linha, um lugar interessantíssimo sugerido pelo meu dupla de mergulho Diego, é o Mama’s on Washington Square, uma mistura de lanchonete com padaria que dizem ser o melhor café da manhã da cidade. Fica no 1701 da Stockton St. e funciona diariamente (exceto segundas) das 8h00 às 15h00. Infelizmente não consegui ir, pois deixei justamente para uma segunda-feira, quando não abre!

Devidamente alimentados, hora de explorar a cidade! 

Como era ano novo chinês, resolvemos aproveitar a nossa estadia em São Francisco para conhecer um dos bairros mais famosos da cidade: Chinatown.

Chinatown.

À exceção de Bangkok, está ai uma coisa que só vejo em países de língua inglesa – se alguém souber de outros lugares que possuem um bairro chinês me conte! New York, SydneySingapura e até Londres têm a sua. Umas maiores, outras menores; umas mais outras menos interessantes.

Reza a lenda que a Chinatown de São Francisco é uma das melhores. Concordo! Não só é a mais interessante, como também a maior, eis que nada menos que 1/3 da população da cidade é composta por asiáticos – e a maioria destes é chinesa é claro!

Prédios típicos
Muitas lojas de souvenires e etc pela Chinatown.

As principais ruas da região são a Waverly Place e o Ross Alley que de tão típico, serviu de cenário para Karate Kid II e Indiana Jones e o Templo da Perdição.

Ross Alley, um dos mais típicos da Chinatown de São Francisco.

Aliás, na Ross Alley está escondido um pequeno segredinho de viagem que descobri num episódio do Sem Reservas do Anthony Bourdain. Se você como eu sempre quis saber como são feitos os biscoitos da sorte chineses, e principalmente como eles colocam o papelzinho dentro, vá à Golden Gate Fortune Cookie Factory (56 Ross Alley) e veja, fotografe, e compre alguns.

50 cents pela foto (repare no cartaz) e o fim do mistério, eles inserem o papelzinho e “dobram”o biscoito ainda quente numa máquina.
Sério, este foi o papel que saiu de um dos biscoitos que compramos na fábrica.
Piada pronta!!!

Ainda por ali, vale a dar uma olhada no Edifício Sing Chong, um belo prédio em formato de pagoda que foi reconstruído após o terremoto de 1906; e o Bank of Canton, bem típico. Não deixe também de ao menos entrar nas lojas de ervas medicinais espalhadas pela região, como por exemplo a Superior Trading Co. (837 Washington).

Para ver um típico templo, vá ao Tin How Temple (125 Waverly Place – das 10h00 às 16h00).

Tin How Temple, pena que fotos no interior não são permitidas.

Vale conferir também o Dragon Gate na Bush St. com Grant Ave, um típico portal chinês doado por Taiwan em 1970. Na Postman Square, à partir das 18h00 acontece um night market – pena que não conseguimos ir. Snif!

E que tal uma pausa para um chá na Ten Ren Tea Co. (949 Grant St.)? Para comer, aposte nos bolinhos de carne ou legumes (dim sum).

Pausa para um chá. Recomendo!
Ou para provar um pato à Pequim.

Muito provavelmente a partir de Chinatown e outros lugares da cidade vocês avistarão um grande edifício em formato bastante peculiar. Trata-se do Transamerica Pyramid. Com 260m e 48 andares, este prédio construído em 1972 ainda desponta no skyline de São Francisco como uma das construções mais icônicas da cidade.

Transamerica Pyramid.

Construído para resistir a terremotos, este edifício gerou muita polêmica na época de sua construção, pois a população considerou o seu design um pouco fora do padrão então existente na cidade. Infelizmente não existe a possibilidade de visitação para turistas. Uma pena porque a vista do último andar deve ser incrível. 

Ali ao lado da Chinatown, está uma das áreas mais descoladas de São Francisco, Union Square.

O ponto central desta região é a praça homônima cujo nome deriva do fato de que durante a Guerra Civil Americana, as tropas de apoio ao Unioun Army ali se reuniam.

Ali perto fica o Westfield, um excelente shopping.
E muitas lojas de grife.

Além de vários hotéis, restaurantes e bares descolados, a área tem uma excelente variedade de lojas de luxo e departamentos como por exemplo Macy´s (170 O’Farrell Street, das 10h00 às 21h00), Bloomingdale, Barneys New York, Nordstrom, Saks Fifth Avenue e Neiman Marcus; e também o shopping Westfield São Francisco Centre, (865 Market St. com 126 lojas – abre de segunda à sábado das 10h00 às 20h30 (domingo fecha às 19h00).

Aliás, neste site, há uma lista completa das lojas da região, vale a pena dar uma olhada.

Se a Union Square é o coração e o principal ponto comercial da cidade, o Fisherman’s Wharf
é a área mais turística de São Francisco. Lojas de souvenires e restaurantes que servem o famoso King Crab, aqueles caranguejos gigantes, são a grande atração. Para quem quiser, vale visitar o pequeno Museu Marítimo que tem ali.

No Fisherman’s Wharf
A grande pedida é ir num destes restaurantes/lanchonetes
E provar o carangueijo
Que costuma ser ser servido em lanche ou como salada.

E por falar em comida, não deixe de experimentar um chocolate da Ghirardelli. Fundada em 1852, é uma das fábricas de chocolates premium mais importante dos EUA. Se fundador, Domingo Ghirardelli, durante a corrida do ouro na Califórnia, descobriu que os mineiros exaustos dos campos estavam sedentos de luxos e precisava de algo para gastar o seu ouro em pó – ora, nada melhor que chocolate!!!

A fábrica fica na 900 North Point St., perto do Fisherman’s Wharf. 

Uma das atrações mais visitadas da cidade é o Píer 39. Com muitas lojas e restaurantes interessantes, é um dos lugares mais interessantes para passear.

Píer 39.

Perca um tempo perambulado pelas lojase sente-se no píer para comer algo e apreciar a vista.

Tem até loja especializada em canhotos!!!

Uma das coisas mais típicas ali são os leões marinhos que passaram a ocupar a área por volta de 1989, justamente após o terremoto Loma Prieta. Até hoje não se sabe o motivo, mas o fato é que o Pier 39 virou residência de dezenas deles, e eles, atração local.

Ué! Não posso tomar um sol?

Na minha opinião, um dos lugares mais bacanas de São Francisco.

Ali perto vocês podem também conferir o Aquarium of the Bay. Diariamente das 10h00 às 18h00 e com ingressos a US$ 19,95.

Por ali também está o Ferry Building. O nome engana em parte. Este prédio de 1898 que no passado funcionou como um hub de ferries para várias localidades, serve atualmente como um enorme mercado gourmet, numa mistura de bancas, cafés e restaurantes.

Se puder escolher, deixe para ir no final de semana, para aproveitar o Ferry Building Farmers Market, com uma grande feira que acontece ali.

Fica no Embarcadero na Market Street. Funciona de segunda à sexta das 10h00 às 18h00; sábados das 9h00 às 18h00 e domingos das 11h00 às 17h00.

Uma das atrações mais visitadas de São Francisco não era nada agradável algumas décadas atrás.

Alcatraz, uma das principais atrações de São Francisco.

Alcatraz. Não há quem nunca tenha ouvido este nome.

Situada em uma ilha de mesmo nome na Baía de São Francisco, esta é certamente a prisão mais famosa do mundo, ou pelo menos, dentre as mais famosas, a mais recente da história. O local que inicialmente servia como base militar, passou a ser usado em 1934 como prisão federal até ser fechada em 1963.

Apesar de ter recebido vários presos famosos, o mais conhecido de todos foi certamente o mafioso Al Capone. O lugar era tão terrível que dizem que o lema na época era “quebre as regras e vá para a cadeia, quebre as regras da cadeia e vá para Acatraz”. Eu hein!

Eram três andares de celas divididas em vários corredores aos quais foram dados nomes de famosas avenidas – o hall central chama-se Times Square (sacanagem!).
Uma típica cela de Alcatraz. Literalmente dormindo com o pé no sanitário!
Esta estava menos “fria”.

Mas é verdade, o lugar está longe de ser uma prisão comum. Pensada para que fosse o mais isolada possível, parece que funcionou por algum tempo. Alcatraz fica a 2 km de São Francisco, isolada no mar e sujeita a todo o tipo de adversidade, desde o gélido vento vindo do mar às fortes ondas que praticamente tornavam impossível qualquer tentativa de sair nadando nas águas geladas do Pacífico.

Fugas? Isto é um mistério até hoje não solucionado. Isto porque em 1962, três prisioneiros desapareceram de suas celas. Embora os corpos jamais tenham sido encontrados, a administração do local garantia que os fugitivos morreram. Porém… curiosamente os três, Frank Morris e os irmãos John e Clarence Anglin, ainda estão na lista de fugitivos. O fato rendeu um filme chamado “Escape from Alcatraz”. Segundo contam, eles teriam cavado um túnel com colheres e durante a noite saíram por este túnel – aliás na cela está até hoje o buraco e outros objetos da época.

Os três ai, utilizando colheres,
Cavaram túneis nas celas
Criaram bonecos para disfarçar a ausência.
Chegaram à galeria central e de lá
E nadaram até São Francisco. Resta saber se sobreviveram ao frio.

Depois desta suposta fuga, e vendo que o valor gasto com a manutenção era enorme, o governo resolveu desativar a prisão. Apenas em 1980 foi que a prisão tornou-se uma das atrações mais conhecidas da cidade, com a liberação para visitação.

Ainda que para nós turistas, visitar Alcatraz seja bem fácil, quando em atividade, era muito complicado para os prisioneiros receberem. A visitação em Alcatraz eram bem diferentes daquilo que se ouve que acontece nas penitenciárias brasileiras. Primeiro porque limitava-se a uma visita por mês. Segundo porque como a gente vê nos filmes, ela resume-se a ver e conversar com as pessoas, nada de contato pessoal. Ah, e também não podia levar comida ou qualquer tipo de bebida.

Visita? Só na janelinha!
As duas únicas diversões era jogar baseball ou frequentar a biblioteca.

Algumas coisas bem estranhas aconteceram no local. Por exemplo, em 1969, quando o governo já não utilizava o local, os índios nativos resolveram simplesmente ocupar a área com fundamento em uma legislação que permitia aos nativos fazerem uso de áreas do governo que não estivessem em uso. Resultado, os nativos viveram ali por dois anos.

Alcatraz, território indígena por dois anos em plena baía de São Francisco.

Porque do nome Alcatraz? O nome vem do fato da ilha ser originalmente ocupada pelos Alcatraces (pelicanos).

Tem gente que acha deprimente visitar este tipo de atração. Mas nós que adoramos história, achamos muito, mas muito interessante. 

O áudio-guia é algo essencial à visita, pois é por ele que você receberá todas as informações narradas por ex-detentos e ex-vigias, o audio-guia mas interessante que já usei. É gratuito e tem opção de português. O site oficial recomenda que quem tenha um celular com GPS, baixe este arquivo onde existem algumas dicas extras como a localização de rotas de fugas tentadas por alguns prisioneiros.

Aqueles que não se comportavam eram enviados para as celas de isolamento onde passavam dias sem ver ninguém ou a luz do dia. Arrepio!
No interior das celas do isolamento não havia nada além de uma pia e sanitário.
No refeitório, o menu do último café da manhã servido em Alcatraz.
Não deixe de conferir a cozinha na saída.
Ah, e saindo tem uma lojinha de souvenires!

Como venta muito na região, um casaco corta vento ou algo do gênero é obrigatório. O passeio leva umas 2h00 ou 2h30 de duração, fora os 15 minutos da viagem de barco. A chegada à ilha é via barco, num passeio meio que no estilo daquele que leva à ilha em que está situada a Estátua da Liberdade. Só a vista já vale o passeio.

Alguns avisos importantes: eles pedem um documento com foto para retirar o bilhete pré-comprado; eles não permitem o ingresso com malas maiores que uma mochila padrão; não é permitido comer em qualquer lugar, apenas nas áreas próprias.

Os barcos da Alcatraz Cruises LLC, empresa que opera o passeio, saem do Pier 33 que ficam perto da Bay Street, a leste do Fisherman’s Wharf. As partidas acontecem a cada 30-35 minutos a partir das 9h00, e o último ocorre às 15h55. Como os ingressos acabam rápido, as compras devem ser feitas online e antecipadamente no site da Alcatraz Cruises LLC. Existem dois tipos de tour, um diário que custa US$28 e outro noturno que custa US$35.

Que ruas íngremes fazem parte da paisagem de São Francisco não é novidade. O que pouca gente sabe é que lá está localizada a “rua reta mais torta” do mundo e um dos símbolos da cidade, a Lombard Street.

Pensa numa rua sinuosa.
Lombard Street.
Pena que fomos no inverno. Dizem que na primavera fica inteira florida.

Embora os pontos de entrada e saída da rua estejam alinhados em linha reta, ela faz um zigue-zague de 11 curvas e canteiros floridos. O motivo disto é que se ela fosse em linha reta, seria tão íngreme que seria muito difícil transitar com carros por ali. Foi então que eles resolveram literalmente contornar o problema.

Ela tem apenas um quarteirão e 400m de extensão, e sua inclinação é de 27 graus. E embora seja uma subida razoável, a vista de lá de cima vale a pena!

Procurando um lugar para belas vistas de São Francisco? Vá à Coit Tower uma torre de 64m situada na Telegraph Hill, que é um dos melhores lugares para fotografar o skyline da cidade. Concluída em 1933, é possível do seu topo ter vistas 360º de toda a São Francisco, incluindo a Golden Gate e a Baia. Fica na 1 Telegraph Hill Blvd.

Um dos lugares mais bacanas para ver as típicas e charmosas casas de madeira de São Francisco é a Alamo Square onde estão algumas destas casas em estilo Victoriano. A rua mais apropriada para ver estas casas, carinhosamente chamadas de Painted Ladies, é a Steiner Street.

Uma graça estas casas.
Painted Ladies.

Construída em 1937, a Golden Gate Bridge está para São Francisco como o Cristo Redentor está para o Rio de Janeiro, ou a Torre Eifel para Paris, o que torna um passeio por ela obrigatório àqueles que visitam a cidade.

Vista do Fort Point Lookout.

Não é para menos, trata-se da ponte pênsil mais famosa do mundo. Para quem não sabe, ponte pênsil é aquela que é suspensa por cabos. No caso da Golden Gate, são dois cabos maiores com 92cm de diâmetro, formados por formado por 27.572 cabos menores.

Ligando São Francisco a Sausalito, a ponte tem 2.737m de extensão, 27m de largura, 277m de altura e 1.280m de vão livre, recebendo nada menos que uma média de 112mil veículos ao dia.

Os cabos mais finos tem uns três dedos de largura.

A ideia da ponte surgiu a partir do grande terremoto de 1906 e da necessidade de reconstruir a cidade. Tecnicamente, o grande desafio era justamente construir uma estrutura capaz de resistir aos fortes ventos da Baia de São Francisco – na história, ela já foi fechada 5 vezes por conta da ventania. O incrível é que seu construtor, o alemão Joseph Strauss não tinha nenhuma experiência com estruturas deste tipo. Imagina se tivesse???

Durante a sua história, a ponte tem sido utilizada por suicidas que se jogam dali e atingem a água, 4 segundos depois, a nada menos que 120 km/h. Dizem que 1200 pessoas já se jogaram de lá! Existem até placas alertando dos riscos do “mergulho” e pedindo para as pessoas pensarem duas vezes.

É alto hein!

As origens do nome são contraditórias. Alguns acreditam que o nome decorre do apelido Golden State dado à Califórnia. Outros defendem que o nome decorre do fato de que um engenheiro considerou a região ao seu redor muito parecida com o Golden Horn de Istambul… vai saber.

Para cruzar a ponte a pé é bem interessante, mas como a caminhada até lá pode ser puxada, dependendo de onde você estiver em São Francisco, a nossa dica é alugar uma bicileta e fazer um passeio mais longo e muito mais bacana.

Aproveite para apreciar a vista de São Francisco.

Nós optamos por alugar a bicicleta nos arredores do Fisherman´s Wharf e ir até Sausalito pela ciclovia – são 14km de pedalada. Para aluguel de bicicleta, sugiro a Blazing Saddles (com 7 endereços pela cidade), com alugueis a partir de US$32 por dia – Reservando antes e pela internet tem desconto de 10% e você já pode comprar o bilhete do ferry para a volta (excelente opção para quem não quer pedalar todo o caminho de volta).

Ainda que Sausalito não tenha lá grandes atrativos, as vistas durante as pedaladas e um passeio pela cidade valem a pena, pois ela é muito charmosa e oferece belas vistas do skyline
de São Francisco.

Sausalito.
Sausalito.

No caminho, sugiro algumas paradas para apreciar a ponte, como por exemplo o Fort Point Lookout (das 10h00 às 17h00), Marine Dr. do lado sul, e o Marin’s Vista Point ao norte. Outro ponto interessante é a partir da Baker Beach. O site oficial sugere uma visita à Bridge Plaza, situada “south east end of the Bridge”, onde fica o centro de visitantes. Outras opções são o Crissy Field Center e o Vista Point.

E Baker Beach, tudo no caminho para Sausalito.

No próximo post vamos conferir um dos principais parques naturais dos EUA, o Yosemite.

Booking.com
Posts relacionados
Cebu, uma maravilhosa primeira impressão das Filipinas
Diogo Avila
Disneyland Hotel, uma experiência digna da realeza
Diogo Avila
Onde Ficar no Deserto do Atacama? Hotel La Cochera
Diogo Avila

2 comentários

Bóia 9 de março de 2015 at 14:37

Oi, Diogo. Tudo bem? 🙂

Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com

Até mais,
Bóia – Natalie

Responda
Diogo Ávila 9 de março de 2015 at 15:12

Oba!!! Obrigado.
São Francisco é uma cidade que todo mundo deveria conhecer nos EUA.
Abraço.

Responda

Deixe um comentário