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Gruyère: visitando uma queijaria e fábrica chocolates da Cailler

Depois de mostrarmos aqui agora metade da nossa #SwissExperience, é hora de falarmos um pouco a respeito daquele que foi literalmente o passeio mais gostoso que fizemos nesta viagem, estou falando da cidade de Gruyère, conhecida pela dupla queijo e chocolate.

Mundialmente conhecida pela qualidade de seus queijos e chocolates, de longe, no quesito comida, a Suíça é o meu destino favorito. Sou viciado em queijo; daqueles que comeria praticamente até pedra com queijo. Chocolate então… nem se fala. 

Estas duas iguarias que fazem parte da identidade da Suíça são facilmente encontradas em qualquer supermercado ou vendinha de todas as cidades a preços excelentes e com uma variedade de tipos incrível.

Gruyère, uma grata surpresa na nossa #SwissExperience.

Mas não há nada como ir direto na fonte.

Gruyère e Broc, duas cidades vizinhas muito próximas de Genebra, reservam a oportunidade de ver de perto uma fábrica de queijos e uma de chocolate, respectivamente.

Enfim, se você gosta de queijo ou é chocólatra, prepare-se para cenas fortes!

Fábrica de queijos em Gruyère

Na Suíça é possível encontrar uma enorme variedade de queijos. Uma simples ida a um supermercado qualquer pode fazer um “queijólatra” sentir-se como uma criança na Disneylândia.

E para completar, algumas fábricas e queijarias artesanais abrem as portas aos visitantes para mostrar o processo produtivo. Louco por queijo, não poderia deixar passar em branco a oportunidade de visitar uma fábrica.

E a escolhida foi a La Maison du Gruyère uma das mais importantes do país.

La Maison du Gruyère.

Na Suíça, queijo é levado tão a sério que além de alguns concursos para eleger o melhor queijo, e eles têm vários selos que além de comprovar a qualidade do produto, também atestam a sua procedência.

Tanto que apenas os queijos fabricados a partir do leite das vacas que pastam nos pastos da região de Gruyère podem ostentar tal denominação. É mais ou menos aquilo que aconteceu anos atrás com a champanhe.

Para nós leigos, pode parecer certo preciosismo, mas dizem que um dos segredos do queijo suíço está no leite a partir do qual ele é feito.

Pena que não caberia na sacada daqui de casa!

Aliás, uma dica. Na Suíça, fuja ao menos uma vez daquele café com leite ou chocolatado no café da manhã e prove o leite puro. Nunca tomei um leite cremoso e gostoso. Momento saudades!

Os diferentes sabores dos queijos decorrem não só da receita em si e do tempo de maturação do queijo, mas também do tipo de pastagem que as simpáticas vaquinhas suíças comem.

Dependendo do tipo de pasto e época do ano, as vacas ingerem determinadas ervas e até flores que dão um aroma e sabor diferente ao queijo.

Lá você experimenta os diversos aromas.

Não falei que queijo na Suíça é coisa séria???

Algumas curiosidades a respeito da fabricação dos queijos na La Maison du Gruyère: uma daquelas simpáticas vaquinhas suíças come 100kg de pasto, bebe 85 litros de água e produz uma média de 25 litros de leite ao dia. E são necessários 12 litros de leite para fazer 1kg de queijo Gruyère. Façam as contas, cada vaca rende uns 2kg de queijo por dia. Agora entendi por que não é tão barato quanto gostaríamos.

De forma simplificada, o processo consiste em pasteurizar o leite e depois aquecê-lo para atingir o grau de acidez necessário para o tipo de queijo que se quer fazer.

Assim que o ponto de acidez correto é atingido, são adicionadas bactérias para transformar a lactose em ácido láctico; e acrescenta-se o coalho. Posteriormente, faz-se a separação do soro.

Já com a mistura no ponto certo, ela é colocada em formas ou cintas que dão a forma do queijo, quando então ele recebe o seu primeiro banho de sal e água para ser posto na cave (câmara) climatizada onde permanece maturando (envelhecendo).

Enformados, os queijos são guardados na cava para maturar.
E são girados e “lavados” com água e sal automaticamente segundo uma programação super rígida.

Nesta cave eles são girados e lavados com uma mistura de água e sal até ficarem no ponto certo.

Lá nos provamos queijos com 6, 8 e 10 meses de maturação e deu para notar que quanto mais maturado, mais forte é o sabor. O de 10 meses dá até aquela “arranhada” de tão forte.

Amostra grátis para quem faz o tour.
Traria um destes para casa fácil.

O ingresso para a La Maison du Gruyère custa CHF 7, mas é gratuito para quem tem o Swiss Pass. A visitação ocorre das 9h00 às 19h00 de abril a setembro, e até as 18h00 de outubro a março. O processo de fabricação dos queijos ocorre quatro vezes ao dia 9h00, 11h00, 12h30 e 14h30. Ela fica diante da estação de trem, não dá para errar.

Mesmo diante de alguns relatos dizendo que o tour, feito com audio-guia, é fraco por mostrar pouco, achei que, pela quantidade de etapas, o tour cumpre com o necessário, que é mostrar como os queijos são feitos.

Depois de ver tantos queijos, uma parada na loja de fábrica é obrigatória.

Hummmm.

E se você quiser algo quentinho saído diretamente da fonte, sugiro uma visita ao restaurante anexo que serve vários pratos à base de queijo, inclusive fondue. Uma delícia!

Fondue.
Além dos pedaços de pão (tipo) italiano, eles usam aquelas pequenas batatas.

Vilarejo de Gruyère

Devidamente alimentados, é hora de queimar algumas calorias visitando o vilarejo de Gruyère. Situado numa colina nos arredores da estação trem, este pequeno vilarejo é uma das principais atrações da Suíça.

Já tive oportunidade de visitar algumas cidades medievais como Toledo e Rothenburg ob der Tauber, e mesmo sendo bem menor que estas, Gruyère não fica devendo em nada.

Gruyère, uma grata surpresa na nossa #SwissExperience.

Muitos prédios históricos.

Para chegar lá basta pegar o ônibus diante da estação ou subir a colina a pé. Nós fizemos o caminho de descida a pé e foi bem tranquilo. Já a subir é outra coisa.

Chegando no vilarejo, você se depara com uma bela praça rodeada de edifícios históricos nos quais hoje estão instalados restaurantes, cafés, lojas e hotéis.

Dentre um dos mais famosos restaurantes, o Le Chalet.

Reserve um tempo para caminhar por ali.

A principal atração do vilarejo é o Château de Gruyères, um castelo medieval construído entre os séculos XI e XVI e que está aberto à visitação. Infelizmente não tínhamos tempo suficiente para visitá-lo, mas pareceu bastante interessante. O ingresso custa CHF 9,50 e ele abre das 9h00 às 18h00 de abril a outubro, e das 10h00 às 16h30 de novembro a fevereiro.

Châteu de Gruyères.

Uma outra atração bastante popular na cidade é o Museum Bar – H.R. Giger, que como o próprio nome diz é uma mistura de bar e museu em homenagem ao suíço H.R. Giger que criou os incríveis cenários da série de filmes Alien.

Museum Bar H.R. Giger.

Para quem quiser ver algo estranho e completamente deslocado do aspecto histórico do vilarejo, vale a visita.

Fábrica de chocolates da Cailler

A próxima parada, ou melhor, tentação, é ali pertinho, na cidade vizinha de Broc. Lá fica a fábrica da Cailler, uma das mais antigas fabricantes de chocolate da Suíça. O nome Cailler pode até não lhe soar familiar, mas se você adicionar o nome Nestlé, certamente lhe trará doces lembranças.

Programão para quem gosta de chocolate.

Tudo começou quando por volta de 1820, numa visita à Itália, François-Louis Cailler conheceu uma mistura de cacau e açúcar que era consumida em alguns estabelecimentos comerciais a preços exorbitantes.

Ao retornar para Corsier-sur-Vevey, ele passou a desenvolver receitas a partir desta mistura, de forma a barateá-la e criar um processo industrial economicamente viável, contribuindo e muito para a popularização do chocolate. Então da próxima vez que você abrir um chocolate qualquer, agradeça ao Sr. Cailler!

O tour começa com uma série de salas com cenários animados, tipo uma Disneylândia vintage, nas quais é contada a história do chocolate, desde os astecas até os dias de hoje. Tudo muito bem feito.

Uma das boas curiosidades que contaram é que muito antigamente, a Igreja proibiu o consumo de cacau porque as pessoas ficavam muito “acesas” se é que vocês me entendem…

Um pouco da história do chocolate.
E sua industrialização.

Mas a parte que achei mais interessante foi a dos ingredientes e da industrialização.

É possível ver de perto coisas que não se vê por ai, como os diferentes tipos de cacau que existe. Eu resolvi matar a curiosidade e pegar grão lá do fundo do saco (pode mexer sim!) para provar. É amargo pacas, mas quem como eu curte aqueles chocolates 75% ou até 95% cacau vai achar interessante.

Ao final, uma sala para perdição, quer dizer… degustação. Numa mesa estão dispostos todos os tipos de chocolate feitos ali, dos mais simples aos mais requintados. Depois de algumas voltas na mesa (brincadeira, foi só uma!) deixo a dica: os chocolates de maior qualidade são os últimos da degustação.

Degustação, oba!!!
Ambassador, uma das melhores linhas da Cailler.

Quem quiser ainda mais, pode inscrever-se no curso expresso de Chocolatier, onde acompanhado de um mestre Chocolatier você tem a oportunidade de aprender e praticar a arte de trabalhar com chocolate.

Master Chef Chocolate?

O tour começa e termina na loja deles. Preciso dizer que é irresistível??? Lá vocês encontram todos os chocolates da linha Cailler com preços bem mais em conta que nos supermercados locais (que já são baratos!) e até em relação ao Duty Free. Fora que ainda existem aquelas promoções a lá outlet onde você compra 3 ganha 4 e coisas do tipo. Encher uma cestinha é moleza. Não perca.

Esta versão limitada tinha um pouco de tudo.

Ah, não é preciso fazer o tour para ter acesso à loja!

Além desta loja, existe uma outra que descobri meio que por acaso. Como fomos caminhando da estação de Broc até a Cailler (coisa de uns 5 minutos), topamos com uma loja de fábrica da Nestlé, com literalmente tudo que a empresa fabrica: chocolates; sorvetes; papinhas de bebê; e até cápsulas da Nespresso (muitas!). Tudo a preços incríveis. Resultado? Lá se vão mais alguns francos…

Na loja de fábrica da Nestlé ao lado.
Muitos produtos da marca, inclusive cápsulas de Nespresso.

Então anote ai: a Cailler fica na Rue Jules Bellet 7, Broc (desça na estação Fabrique e não na estação Village) o ingresso custa CHF 12; e ela abre diariamente das 10h00 às 18h00 de abril a outubro, e até as 17h00 de novembro a março.

Como conhecer Gruyère

Para visitar as queijarias e a fábrica de chocolate, ou melhor… Gruyère e Broc, você pode utilizar dois esquemas.

O mais econômico é ir por conta, utilizando o seu Swiss Pass. Basta pegar um trem a partir de Genebra e 2h08 depois com duas trocas de trem no caminho, você está em Gruyère, e de lá mais 26 minutos em trem direto até a estação Broc-Fabrique.

A forma mais econômica é ir por conta, de trem.

Olhando assim, pode parecer cansativa a troca de trens, mas foi super tranquilo – e olha que estávamos com o Cumbiquinho em sua primeira viagem. Acho que vale a economia, pois o outro esquema é bem mais caro.

Mais caro, mas bem mais cômodo é verdade, é utilizar o chamado Trem do Chocolate. Trata-se de um famoso tour que parte de Montreux às 9h00 e só retorna lá pelas 17h00, no qual viaja-se em trens de 1915 até Gruyère e de lá para Broc. Os ingressos às fábricas de queijo e de chocolate estão inclusos no preço do trem CHF99 por adulto.

Excelente programa em família.

Fala se não é um programa de dar água na boca?

 

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9 comentários

Luciana 18 de fevereiro de 2018 at 02:52

Sabe dizer se tem trem de Montreux para Gruyères sem ser o do chocolate? Vou estar hospedada em Montreux em abril

Responda
Diogo Ávila 18 de fevereiro de 2018 at 12:27

Oi Lúcia.
Tem sim, veja aqui o time table: https://www.sbb.ch/en/home.html
Boa Viagem!!!

Responda
Carpinteiro Naval 26 de setembro de 2017 at 13:35

será que vai ser legal visitar no invero? 26 de dezembro!

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Diogo Ávila 26 de setembro de 2017 at 22:33

A cidade deve ficar linda!

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telmagois 29 de agosto de 2017 at 00:33

Olá Cumbicão, muito boas suas informações, iremos no mês de outubro, e essas dicas vieram no momento certo, obrigada.Cheguei aqui por acaso e já gostei das dicas.

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Larissa 25 de junho de 2017 at 13:55

Olá!! Parabéns pelo relato. Adorei o site. Uma dúvida de leiga: estou 8ndo em julho d tenho o swiss pass, então gostaria de economizar e não comprar o Trem do Chocolate. Você acha que perco muito do charme do passeio? As paisagens do trem comum são diferentes no percurso? Obrigada!!

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Diogo Ávila 11 de julho de 2017 at 20:51

Larissa, pelo custo optei por não comprar o Trem do Chocolate e não me arrependo. O caminho é literalmente o mesmo.
Boa Viagem!!!

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Anônimo 23 de junho de 2017 at 02:30

Show! Ajudou muito em nossa decisão. Ganhou leitores permanentes. Abraço.

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Diogo Ávila 23 de junho de 2017 at 20:12

Obrigado! Tenha uma excelente viagem e passe por aqui que sempre tem novidade! Abraço.

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