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Como é voar na American Airlines para Miami e para Los Angeles/Honolulu

American Airlines, a norte-americana que faltava a gente voar.

Hoje, na cabeceira de pista, uma das maiores empresas aéreas dos Estados Unidos, a American Airlines.

Ainda que o câmbio atual esteja longe daquela febre que fez pipocar turista brasileiro nos Estados Unidos, não conheço nenhuma outra rota entre dois países que tenha tamanha oferta de voos como a Brasil-Estados Unidos.

As três grandes empesas brasileiras, duas – TAM e Azul oferecem uma grande quantidade de voos para uma ou mais cidades norte-americanas (a GOL desistiu das rotas no final de 2015 e por ora só operará via Delta Airlines). Do lado de lá, temos a United, Delta, e American Airlines (a US Airlines pulou fora em janeiro de 2015). Isto para não falar nas empresas dos países latino americanos que também levam os brasileiros para os EUA via conexão, como a COPA, Avianca, TACA e tantas outras.

Enfim, dá para notar que opção é o que não falta neste mercado para lá de promissor.

Nos últimos tempos tivemos oportunidade de voar algumas vezes com a American Airlines. Fomos com eles para Miami e para o Hawaí mais recentemente. Na primeira, para Miami, o Cumbiquinho estava prestes a nascer; já na segunda, foi o primeiro voo dele para os EUA, e o nosso primeiro com criança numa empesa norte americana.

Também voamos com eles para Bahamas.

Não vou falar que tive a melhor experiência de voo da minha vida com a American Airlines, até porque já passamos por empresas que, por um custo menor, entregaram um serviço superior – veja confira os nossos flight reviews já publicados.

Se comparado com as outras empresas que já experimentamos, classificaria a American Airlines como regular. Não fica devendo (salvo uma ou outra coisa que aponto abaixo), mas também está longe de ser excelente. Prova disto é que assim como outras empresas norte-americanas, ela nunca figura entre as melhores do conceituado ranking Skytrax – a American Airlines aparece lá pela 79ª posição entre as 100 melhores, bem atrás até mesmo da TAM e Azul.

Mas vamos à experiência com a American Airlines.

Fiz a compra dos bilhetes diretamente no site da empresa. O site e a sequência de procedimentos até a finalização da compra é bastante fácil e como é tudo muito intuitivo, comprar por ali é bem tranquilo. Segundos depois da confirmação dos dados do cartão de crédito, já recebi por e-mail os bilhetes.

Um ponto negativo é o fato de que para escolher determinados assentos, como por exemplo aquele situado na primeira fileira, onde normalmente eles colocam os berços para os bebês, é preciso pagar uma taxa adicional.

Por mais que cobrar uma taxa para tanto seja, infelizmente, algo corriqueiro na maioria das empresas aéreas (apenas as mais top não cobram), o pecado da American Airlines é cobrar a taxa mesmo que você tenha uma criança que esteja apta a utilizar o berço. Traduzindo: para quem viaja com um bebê, aquele assento não é luxo, é necessidade e mesmo assim você tem que pagar a mais!

E não pensem que o valor é baixo não. Na rota Guarulhos-Los Angeles-Honolulu, não consegui o assento porque já estava bloqueado, mas na volta, ao menos no trecho Los Angeles-Guarulhos, consegui os assentos pagando a “modica” quantia de R$ 283,35 por passageiro (US$ ainda estava uns 2,90).

GRU-LAX.

Ainda antes do embarque, vale dar uma olhada no programa de milhagens da American Airlines, o AAdvantage. Particularmente não me interessei pela inscrição, já que como ela é uma das principais empresas da OneWorld, que engloba dentre outras empresas, a TAM, considerei melhor pontuar as milhas voadas pela America Airlines na TAM. Sempre considero mais vantajoso em termos de possibilidades de uso do saldo de milhas concentrar todas as elas numa só empresa ou grupo. Conheça aqui todos os membros da One World.

Só sugiro que você faça a opção por lançar seus pontos no TAM Fidelidade logo no momento da compra, pois caso contrário a burocracia para computar as milhas é enorme.

O check-in aqui no Brasil foi super tranquilo em ambas as oportunidades. Atendimento bastante cordial e aquelas perguntas de praxe que todas as empresas aéreas norte-americanas fazem (quem fez as suas malas; você ficou com elas o tempo todo; e se você está transportando algo que não seja seu) – sem problemas.

Check-in em Honolulu vazio e rápido.

Apenas no voo de Miami para Guarulhos é que tivemos um contratempo chato. Como a Sra. Cumbicona estava grávida de uns 7-8 meses e fomos para fazer o enxoval do Cumbiquinho, tínhamos três malas grandes que estavam dentro dos parâmetros de tamanho e peso, e um carrinho de bebê na caixa.

Antes de pegar a enorme fila do check-in em Miami, fiz questão de perguntar para dois funcionários diferentes da American Airlines se era possível despachar o carrinho na caixa e se haveria algum custo adicional. Ambos olharam a caixa, mediram, olharam o peso descrito na embalagem e deram o ok. Lacrei e identifiquei a caixa, e fomos para a fila.

Depois de um tempão esperando na fila do check-in,
Medem a caixa pela segunda vez. E agora não aceitam!

Chegando no balcão, a surpresa de que não seria possível despachar o carrinho dentro da caixa. Argumentei que havia falado com os dois funcionários e até um deles veio ao nosso encontro na hora. Após um pequeno bate-boca entre eles (sim, isto acontece!), nos mandaram para fora da fila e disseram que teríamos que retirar o carrinho da caixa e despachar em duas peças, pagando US$ 70 porque teríamos ultrapassado a cota de 2 volumes.

Saímos da fila e depois de uns 40 minutos desmontando o carrinho ali no hall do aeroporto fui com as duas peças maiores para serem embrulhadas naqueles sistemas disponíveis no aeroporto (custo de uns US$30 por volume). Pedi para fazer em duas peças como a empresa determinou, mas o simpático rapaz da empresa terceirizada foi mais inteligente e encaixando tudo certinho, fez um super embrulho numa peça só – salvei US$30!

Toca sair da fila, desmontar tudo.
Reembrulhar.
Até finalmente encontrar um atendente atencioso no check-in
E despachar no over size.

Tudo embalado, voltamos para o final da fila (porque nos EUA não tem prioridade para gestante, sabiam?). Como sorte é pouco, cai com a mesma atendente, que me olhando com a maior cara feia que já vi em check-ins que ao nos ver, pediu auxílio para um superior hierárquico que, bem mais simpático, finalmente deu seguimento ao procedimento. Fianlmente o carrinho foi aprovado e nos foi solicitado apenas que tal fosse entregue numa porta para “over size volumes” ali ao lado sem pagar nada a mais por isso.

Pelas contas do primeiro atendente, teria que gastar US$60 para fazer dois pacotes, e ainda gastar mais US$ 70 de volume extra. No final, com o bom senso prevalecendo, gastamos 1/3 disto apenas com o embrulho!

Ao menos responderam aos meus tweets.

Resumo da ópera, fomos para fila da segurança e imigração com o tempo para o voo quase estourando, e se não fosse a minha paranoia em chegar muito antes ao aeroporto, certamente
teríamos perdido o voo por conta da falta de alinhamento na prestação de informações entre os funcionários da American Airlines e ausência de prioridade para gestantes em filas – detalhe, a Sra. Cumbicona estava com quase 8 meses de gestação!

Aliás, você gestante e vocês pais de crianças de colo que estão acostumados com embarque prioritário, esqueçam. Nos Estados Unidos ninguém respeita esta regra. Prioridade lá só para portadores de necessidades especiais (justíssimo!) e para militares fardados (?!?!). E nem adianta argumentar, é perda de tempo. Tentei explicar isto para uma funcionária da American Airlines no portão de Miami a resposta que tive foi “aqui todos têm prioridade”. Cordialidade do pessoal de solo zero!

American Airlines.

Já que o assunto é bagagem, a franquia para bagagem despachada da American Airlines nos voos de-para o Brasil é de 2 volumes de 32 kg na econômica (consulte demais condições aqui). E se você tiver um voo interno no mesmo bilhete, o limite é o mesmo. Já a bagagem de mão segue o padrão dos 115 cm (ou máximo de 56 cm comprimento x 36 cm largura x 23 cm altura). Mas e o peso? Eles deixam por conta do bom senso: esclarecendo que você deve ser capaz de coloca-la sozinho no compartimento.

Adicionalmente você pode levar casacos; um livro; saco pequeno com alimentos para comer durante o voo; assento de segurança aprovado para crianças pagantes ou de colo; travesseiro ou cobertor; carrinho para crianças pagantes ou de colo; bolsa com fraldas para crianças; itens do Duty Free; e itens de auxílio para passageiros (como cadeiras de roda, andadores e etc)

Carrinhos de bebê podem ser levados até o portão de embarque e lá são restituídos quando do pouso da aeronave. Procedimento padrão e bastante ágil.

Olhando o site da American Airlines, você tem a impressão que todos os aviões da frota são modernos e novos. #SQN! Quem já voou com eles, principalmente em voos domésticos sabe que as aeronaves já são bem velinhas. 

Nos voos de Miami voamos em aeronaves 777-200, uma delas tinha desde rasgos nos encostos do banco até remendos no acabamento da cabine. Havia inclusive guardanapo do passageiro anterior no bolso dianteiro.

Remendo no acabamento.
E sobras do passageiro anterior.

Já na viagem do Havaí, voamos de Boeing 777-200 na rota GRU-LAX (Los Angeles) e de 757 na rota LAX-Honolulu. Mesmo não sendo novas, ambas aeronaves estavam melhor conservadas.

tempo de voo entre Guarulhos e Miami é de 8h30 na ida e umas 8h35 horas na volta. Já para Honolulu a viagem é de 12h35 horas até Los Angeles e mais 6h horas até Honolulu – na volta os tempos de voo são 12h horas e 5h25 horas, respectivamente.

Por mais que Miami fique pertinho, Los Angeles é bem mais longe.
Como o voo de São Paulo chega pelo Terminal Internacional Tom Bradley, você precisa trocar para o terminal doméstico para seguir para Honolulu (foto).
As malas vão direto de São Paulo para Honolulu.

O espaço entre as poltronas não era nada fantástico. Como as aeronaves eram mais antigas, as poltronas seguem aquele padrão de encosto mais grosso, e que além de não acrescentar nada no quesito conforto, ainda rouba espaço das pernas. Para quem tem mais de 1,80m, sardinha em lata!

Só no aperto.

A configuração interna das poltronas no 777-200 era 2-5-2 (nunca havia visto esta configuração). Já os 757 são aeronaves de corredor único, configuradas no sistema 3-3.

2-5-2.
Mas poltronas, cobertor e travesseiro. Só!

Algo que me impressionou positivamente na American Airlines foi o serviço de bordo. Longe de ser um tratamento cheio de frescuras desnecessárias, a simpatia de todo o pessoal de bordo foi digna de nota.

Nos voos para Miami por um senhor de seus cinquenta e poucos anos muito, mas muito simpático que não só nos reconheceu no voo de volta como também ficou dando dicas sobre imigração e alertando que a PF estaria fazendo um pente fino nas gestantes (ainda bem que estávamos dentro do aceitável porque estavam mesmo de olho!).

Adoramos a cordialidade da tripulação!

Achei bem interessante o fato do comandante, um americano com muitos cabelos brancos e anos de voo, demonstrar claramente que se diverte conversando pelo auto falante com os passageiros ou pelos corredores. Antes da decolagem ele simplesmente saiu da cabine para dar bom dia pelos corredores da aeronave e conversar com alguns passageiros. Juro que não via isto desde a década de 90. Adorei!

Nos voos da viagem do Havaí, fiquei impressionado com o atendimento das comissárias para com o Cumbiquinho. Cheias de preocupação e vendo que o bercinho simplesmente não encaixou na parede como deveria (lembrando que paguei por aquele assento porque realmente precisava!), deixaram que a gente ficasse com o bercinho no chão, aos pés, com a condição de que o bercinho seria recolhido por ela ao primeiro sinal de turbulência ou nos procedimentos de pouso. Corretíssimo!

A solução das comissárias foi colocar o berço no chão. Nota 10 para o jogo de cintura delas!
E ainda sobrou espaço para as pernas.

Olha, se a American Airlines treinasse o seu pessoal de solo como treina o pessoal de bordo, estariam bem melhor cotados entre os consumidores. Parabéns aos tripulantes da American Airlines pela cordialidade e jogo de cintura!

Outra menção positiva que deve ser feita é quanto à refeição servida. Sabe aquela comida sem frescura, mas que nem de longe parece comida de avião? Pois é, foi esta a ótima impressão que tive da comida servida a bordo. Embora não tenha por hábito beber a bordo, fiquei impressionado com a variedade de itens oferecidos durante o voo. Ponto para a American Airlines!

Arroz com frango. Delícia esta Sierra Mist, venderia fácil no Brasil! 
Café da manhã.
E olha a massa e salada. Nem parecia comida de avião.

O único senão neste ponto é que não é servida a alimentação para crianças pequenas. Normalmente as empresas oferecem uma refeição especial. Alô American, não custa nada melhorar um pouco neste ponto!

Na rota Guarulhos-Miami-Guarulhos, serviram um jantar e café da manhã na chegada. O mesmo esquema seguiu nos voos da rota Guarulhos – Los Angles (e vice-versa). Na rota Los Angeles – Honolulu não foi servida refeição em nenhum dos voos – a refeição é paga à parte.

Também na linha de poderia ser melhor, o sistema de entretenimento das aeronaves que experimentamos poderia muito bem passar por uma atualização. Telas pequenas, poucas opções e aqueles velhos controles remoto me fizeram voltar à década de 90.

Resolução da pequena tela era bem ruim.
Controle no assento também não tem uma posição muito boa.

No quesito pontualidade, a American Airlines foi perfeita, de um todo de 6 voos realizados com eles nestas duas viagens, nenhum teve atraso significativo.

Mas e os preços? Como os preços para os Estados Unidos variam muito, e promoções são constantes, não vou aqui tratar deste assunto. Todavia, recomendo que você adicione o site Melhores Destinos aos seus favoritos porque toda semana aparece uma promoção para os Estados Unidos ali.

E você já voou com a American Airlines? Como foi? Deixe seu comentário abaixo.

 

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4 comentários

Rosana Bicudo 16 de agosto de 2017 at 00:14

Eles dao cobertor?

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Diogo Ávila 16 de agosto de 2017 at 00:33

Sim Rosana, nos voos que fizemos com a AA eles forneceram sim.

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Dr. André Ricardo 20 de agosto de 2016 at 15:49

Parabéns pelo relato, foi esclarecedor. Vou voar pela AA em novembro e estava procurando avaliações, a sua foi muito detalhada e informativa.

Responda
Diogo Ávila 20 de agosto de 2016 at 17:09

Obrigado e boa viagem!

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