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Maldivas: O paraíso tem latitude e longitude!

O paraíso tem latitude e longitude: Maldivas.

A história da família Cumbicão com as ilhas Maldivas começou uns 10 anos atrás. Sempre que eu falava em Lua de Mel a Sra. Cumbicona dizia que sonhava ir para Maldivas. Já que o destino simplesmente não cabia no bolso naquela época, eu brincava que o máximo que poderíamos fazer seria ir para Malvinas; ilha disputada pela Argentina e Inglaterra que, desculpem, mas não guarda qualquer semelhança com o destino paradisíaco desejado por muitos casais apaixonados.

Sempre tive o destino como sonho distante. Um sonho realizado meio que por sorte nesta nossa última viagem para a Ásia. Explico.

Montando o roteiro da viagem, notei que o plano de fazer Vietnã, Camboja, Laos e Filipinas em uma única viagem iria ser super complicado. Sempre que tentava encaixar os voos para as Filipinas o preço ficava impraticável ou as escalas eram inviáveis. Ficaram então as praias paradisíacas das Filipinas para uma próxima e sempre bem vinda viagem para a Ásia.

Vendo dias sobrando, lembrando que não é todo dia que se vai para aqueles lados e que por isso mesmo cada ida tem que ser mega bem aproveitada, voltei os olhos para o mapa que tenho em casa meio que caçando mais um destino para uns dias de viagem… Sei que parece doido, mas neste quesito sou meio tipo Pink & Cérebro: “- O que vamos fazer amanhã, Cérebro? – Dominar o mundo Pink!”

De repente olho para o meio do Oceano Índico e lá vejo um sonho antigo: Maldivas!

Maldivas: motivo de sobra para ser um dos TOP 5 lugares que mais amamos.
O mar tem cor de piscina ou é a piscina que tem cor de mar???
Não tem como cansar de olhar para isso (clique para ampliar).

Corro para o site da Emirates, que já sabia ter os melhores voos / preços para este período. Refaço as minhas pesquisas e contas. Cai para trás ao ver que o valor da passagem para a Ásia com uma parada nas Maldivas custaria muito, mas muito pouco mesmo a mais em relação ao trecho Guarulhos-Dubai-Ho Chi Minh (antiga Saigon) ida e volta.

Minutos depois mal podia acreditar que estava com as mãos em uma passagem para as Maldivas! E duas lições: algumas coisas acontecem meio que por acaso e é sempre bom ter um sonho na manga!

Ao menos depois de 20 anos juntos (namoro + casamento), ainda que meio que por acaso, consegui realizar o sonho de viagem da Sra. Cumbicona!!!

Quer agradar a sua cara metade? Anota ai: MALDIVAS!
Pensa em um destino romântico.

Sonho dela e de qualquer pessoa que aprecia praia e natureza. Não gosto muito de comparar destinos de viagem, mas olhando para todos os outros destinos de praia pelos quais passamos nestes últimos anos – e não foram poucos – , nenhum supera em beleza a paisagem do local. Se o paraíso não é nas Maldivas, tenha a certeza de que ele fica por ali!

Se você nunca ouviu falar de Maldivas, este arquipélago no Oceano Índico, mais ou menos na direção do sul da Índia, é um dos destinos mais procurados por casais em Lua de Mel. E esta fama não é de hoje não. O viés turístico vem da década de 70 quando os primeiros resorts foram inaugurados.

O arquipélago tem como uma de suas principais atividades econômicas o turismo, e segundo dados da World Tourism Organization, recebeu só no ano de 2014 a expressiva quantia de 1,2 milhões de turistas estrangeiros. Só para dar uma ideia da importância deste número, tenha em mente o seguinte contexto: estamos falando de um arquipélago no meio do Oceano Índico e que certamente não é um destino de férias usual da maioria das pessoas. Agora olhe para o nosso Brasil que mesmo com tantas belezas naturais, custo razoável para a maioria dos estrangeiros, e facilidade de acesso recebeu no mesmo período 6,4 milhões de turistas estrangeiros (lembrando que neste ano teve Copa do Mundo!). Proporcionalmente Maldivas tem um desempenho fantástico neste aspecto.

A chegada às Maldivas é um espetáculo.
Faça todo o possível para pegar um lugar na janela do avião.
É um atol atrás do outro.
Em algumas ilhas, resorts.

Olhando a beleza do lugar fica fácil entender os números e porque as pessoas cruzam o globo para chegar em um lugar tão remoto e belo.

O nome Maldivas significa algo como “mil ilhas”. São ao todo 1.192 ilhas de corais em 26 atóis, mas apenas umas 200 ilhas são habitadas. Como uma ilha fica bem distante da outra, é considerado o país geograficamente mais disperso do mundo e o menor país do continente asiático (acho que tal dado não considera Singapura que é uma cidade Estado).

Ressalte-se ainda que o país é super preocupado com a questão ambiental e da sustentabilidade. Prova disto está no fato de que boa parte do seu território, ainda que marítimo, é protegido sob a chancela de reservas e parques naturais aquáticos.

Fala ai outro lugar de onde se vê um tubarão (inofensivo de verdade!) em um simples snorkel na praia do hotel???
Estas duas primeiras faixas, até o azul claro, é tudo coral.

Como uma nação insular, e cujo ponto mais alto não está a mais de 2,7m de altura, Maldivas está com planos de tornar-se uma nação livre de CO2 até 2019. Tudo isso para tentar ajudar, ainda que dentro de suas restritas capacidades, a reduzir o aquecimento global. A explicação é simples: no ranking de países que correm o risco de serem severamente afetados pela subida dos mares, Maldivas é o 4º (perde apenas para Tuvalu, Bangladesh e partes da Holanda).

Segundo dados do Programa de Desenvolvimento da ONU, o IDH – aquele índice de desenvolvimento humano – é de 0,706, o que confere ao país a 104ª posição no ranking. Se você olhar friamente o número pode parecer ruim, mas deve-se considerar que estamos falando de um lugar mais rústico com as vantagens e desvantagens inerentes ao meio ambiente. Por exemplo, eles não têm poluição, trânsito, violência, e etc.

Dada a sua proximidade com a Índia, geograficamente faz parte da mesma região da Ásia, mas culturalmente ela é bem distinta da enorme nação indiana da qual vieram seus primeiros habitantes.

A capital Malé segundos antes do pouso no aeroporto que fica na ilha vizinha.

Até mesmo por sua posição no meio do oceano, as Maldivas foram ao longo da sua história dominadas por vários outros povos que deixaram as suas marcas.

A mais forte destas influências persiste até os dias atuais e representa talvez a maior marca do país. A partir do século XII as Maldivas passaram por um intenso processo de “islamificação”, por assim dizer, o qual resultou na criação de um sultanato. 

Por sua posição estratégica entre o Extremo Oriente e a África e Península Arábica, é fácil entender o potencial comercial do arquipélago nas rotas comerciais existentes nos séculos XVI e XVIII. Justamente por isso as Maldivas passaram à condição de protetorado inglês, uma situação na qual Maldivas abria mão da sua soberania em questões de política internacional, mas mantinha um governo independente.

A independência da corroa britânica veio apenas em 1965, quando foi constituída uma monarquia que perdurou até 1968 quando um governo republicano foi instalado.

Praça da Independência em Malé.

Um dos resquícios da colonização mais visíveis atualmente é o fato do idioma inglês ser falado por boa parte da população. Na prática, existem outras, como por exemplo o fato do volante dos veículos quanto a mão de direção nas ruas serem pela esquerda. Portanto atenção ao cruzar as ruas, especialmente na capital Malé.

Interessante que os ingleses não foram os primeiros europeus a se estabelecerem nas Maldivas. Antes deles vieram os portugueses que já haviam se estabelecido em Goa na Índia.

Lá pelo século XVI, pretendendo fortalecer a sua rota comercial, resolveram em um primeiro momento construir um forte e anos depois tomaram as Maldivas assassinando o sultão que até então governava o arquipélago. A resistência local aumentou quando os portugueses passaram a tentar converter ao cristianismo os locais, que já eram muçulmanos. Isto gerou uma revolta que culminou com a expulsão dos europeus, o que é comemorado como o National Day.

O regime político das Maldivas é a república presidencialista, mas com uma diferença bem interessante. Enquanto outros países têm eleição direta ou indireta, lá existe algo que poderia ser considerado como um misto. Inicialmente é feita uma votação secreta pelo parlamento unicameral para eleger o presidente, e depois esta eleição é referendada ou não pela população.

Por ser um arquipélago e bastante fragmentado, praticamente não existem outras atividades econômicas que não a pesca e o turismo, sendo que este último é o maior responsável pelo ingresso de divisas.

A população é de pouco menos de 400mil habitantes, sendo que a maior parte vive na ilha capital Malé. Super acostumado em receber turistas, o povo maldívio ou maldivano (sim, este é o gentílico local) é muito simpático e hospitaleiro.

Acostumados a viajar por conta e consequentemente (e felizmente) em ter muito contato com o povo local, andando de transporte público e comendo muitas vezes nos mesmos restaurantes que eles, notamos que nas Maldivas isto é bem menos intenso.

O nosso amigo ai, o Sharin, é o típico maldiviano: educado e simpático.

A explicação para isso está no fato de que a Maldivas dos sonhos, e portanto visitada pela maioria, não é a da capital Malé, mas sim a dos resorts em ilhas distantes.

O preço disso é uma interação menor com a cultura e os hábitos locais. Considere que neste caso você está ilhado em um resort paradisíaco cercado por turistas tão gringos quanto você. É verdade que no hotel você encontra muita gente que é local (de nascimento ou de coração) com os quais dá para conversar bastante e aprender muito sobre o arquipélago e as pessoas que ali vivem.

Quem quiser conhecer o estilo de vida local deve seguir um dos dois caminhos: ou fazer um tour à uma ilha vizinha ao seu resort que seja menos turística; ou conhecer ao menos em algumas horas a capital Malé da qual trataremos em um outro post.

Lá a religião é uma só: islamismo.

Minarete de uma mesquita em Malé.

Para um pais islâmico, as Maldivas são bem tolerantes com os visitantes. Porém existem algumas regrinhas básicas que são mandatórias que se não seguidas poderão te trazer problemas.

Alguns itens são absolutamente proibidos na sua bagagem segundo a alfândega local:

– Bebidas alcoólicas pode não! Se você em uma crise de abstinência já começou a tremer, calma. Você não pode entrar com absolutamente nada de álcool na sua bagagem. Nem pense em comprar bebidas bacanas e baratas no dutyfree para consumir lá, eles vão confiscar e você terá um problemão. Mas você pode consumir tranquilamente aquelas adquiridas em um resort – aliás, muito provavelmente elas estejam incluídas no preço do all inclusive.

– Artigos à base de carne de porco: como trata-se de um país muçulmano, nada mais natural. Deixe a Pepa Pig em casa!

– Cigarros: 200 cigarros por passageiro. Fumantes, é pouco ou basta?

– Entorpecentes: acho que nem precisava falar, né?

– Equipamentos de comunicação: tipo walk-talk pode ser confiscado.

– Plantas, sementes e etc.: como estamos falando de uma ilha, eles são super rígidos com questões sanitárias.

– Artigos que podem ser considerados pornográficos ou artigos religiosos: itens religiosos que podem ser considerados ofensivos ao islamismo ou artigos pornográficos (inclusive sex-toys) não são permitidos – fico imaginando o mico de ter que se explicar!

Grand Friday Mosque – Centro Islâmico de Malé.

Em hipótese alguma tente burlar este controle, pois assim que você passa pela imigração e controle de vacinação, todas as malas são scanneadas. Para você ter uma ideia de quanto eles são restritivos  este aspecto, tive que abrir uma das malas porque eles desconfiaram de alguns pequenos frascos de vidro com líquido. Eram as vitaminas e remédios do Cumbiquinho, mas poderiam pelo tamanho ser aquelas pequenas garrafas com doses unitárias de bebidas.

Já no quesito vestimentas, embora as maldivanas utilizem véu, para as estrangeiras, basta não andar de biquíni ou roupas muito curtas fora das áreas turísticas que tudo bem.

Segundo a constituição local, na ausência de lei laica a respeito de um determinado assunto, deve-se aplicar a chamada Shari’ah, a lei islâmica. Dela decorrem algumas determinações que para nós são estranhas, como por exemplo a proibição de que a pessoa professe publicamente qualquer outra fé que não a islâmica, ou de que para ser cidadão de Maldivas você deve se converter ao islamismo.

O interessante é que eles são liberais com algumas questões como divórcio. Aliás Maldivas tem uma das taxas mais altas de divórcio entre os países da região.

O idioma oficial é o divehi, mas como Maldivas teve um longo período sob o protetorado inglês e eles estão muito acostumados a receber turistas, o idioma da rainha é amplamente falado no arquipélago – é ensinado como um segundo idioma nas escolas. Mesmo assim, eu não poderia deixar de trazer algumas palavras em divehi para você fazer uma graça com os maldivianos:

Oi: A-salam alekum

Tchau: Vale kumu sala,

Como está você? Haalu
kihine?

Sim: Aa

Não: Noo

Obrigado: Sukuria

Não sei se notaram, mas muitas palavras são bem parecidas com o árabe.

Um pouco da escrita divehi.

Então para ajuda-los a programar a sua viagem para Maldivas, vamos às questõespráticas.

Quanto tempo? Questão sempre difícil de responder é neste caso específico pautada, além dos quesitos interesse + disponibilidade, pelo fator orçamento. Isto porque não estamos falando de um destino barato, muito pelo contrário. Ficar uma semana aqui talvez custe o mesmo que 15 dias na Europa, ou até mais, dependendo do hotel escolhido.

Follow me to Maldives!
Seja quanto tempo você ficar lá, voltará para casa descansado. Certeza!

Some ainda o fato de que muito provavelmente você não irá visitar outra ilha que não a do seu resort e da capital Malé. Nós optamos por passar 4 dias em um resort e gastar a tarde do 5 e último dia para conhecer Malé antes de seguir viagem para outro destino.

Se ficaria mais? Óbvio, é só me dar de presente!

Como chegar? Sabe aquela coisa de que o sacrifício compensa? Então, chegar até as Maldivas é a melhor definição para a frase. Comecemos pelo fato de que não existem voos diretos para Maldivas. Veja só que saga: saímos de São Paulo às 0h25 do sábado (o que significa que chegamos por volta das 19h30 no aeroporto) e voamos 14 horas até Dubai. Lá pernoitamos com o serviço Dubai Connect da Emirates até reembarcar às 9h50 para Malé em um voo de pouco mais de 4 horas que chegou por volta das 15h00. Em Malé pegamos um turbohélice para voar mais uns 40 minutos até uma ilha perto do hotel onde pegamos uma lancha rápida para após 20 minutos finalmente chegar ao hotel por volta das 18h00 do domingo (algo como 10h00 do domingo se considerar o horário de Brasília).

Longe? Sim, mas pergunta para estes dois ai se valeu a pena?!?!

Ou seja, 34 horas, três voos e um barco depois de sairmos de São Paulo, chegamos lá. E olha que fizemos o caminho mais fácil. Complicado? Sim, mas faria tudo novamente sem pensar duas vezes só para estar naquele paraíso!

Hoje, a rota que melhor serve aos brasileiros é via Dubai com a Emirates. Daqui à Dubai são umas 14 horas e de lá até Maldivas outras 4 horas, ou seja, de Dubai para lá é um pulo. Outra opção é pela Qatar a partir de São Paulo direto para Doha com praticamente os mesmos tempos de voo.

No custo-benefício: Emirates na certa, e com direito a voar de A-380 daqui de São Paulo para Dubai.

Pesquisando rotas, vi que a British Airways oferece voos direto de Londres para Malé, porém não diários. De repente pode ser uma outra opção para chegar lá, mas o tempo de voo é significativamente maior do que via Dubai.

A porta de entrada é o Aeroporto Internacional Velana (até pouco tempo chamado de Aeroporto Internacional de Ibrahim Nasir) que fica em uma ilha artificial próxima à Malé – 2 km de distância. De lá, mas de um terminal separado partem os hidroaviões para os resorts e um terminal doméstico de onde decolam os voos domésticos para outras ilhas.

Se precisar ir do aeroporto para Malé (que será objeto de outro post), ou vice-versa, há um ferry que parte a cada 10 minutos e custa Rf10 por pessoa.

O aeroporto foi recentemente rebatizado de Velana.
Ele é pequeno, mas atende muito bem o fluxo de passageiros.
Tem até uma área kids no portão de embarque.

Quem precisar deixar bagagem lá deve aproveitar porque o aeroporto é o único lugar que oferece este serviço (US$5-10 / 24hs). Fora isso ainda tem o único posto de informações turísticas do país.

Quando ir? Como Maldivas fica bem perto da linha do Equador, um pouco mais acima para ser mais preciso, o clima é super favorável. As temperaturas variam muito pouco ao longo do ano e a tendência é de calor o ano todo, o que é perfeito para um destino bem pé na areia. O que realmente varia é a chuva, cujo pico são os meses de setembro a dezembro:

Malé
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Máx 30 30 31 31 31 30 30 30 30 30 30 30
Méd 28 28 28 29 28 28 28 28 27 27 27 27
Mín 25 25 26 26 26 26 25 25 25 25 25 25
Chuva 114 38 73 122 218 167 149 175 199 194 231 216
Dia/chuva 6 3 5 9 15 13 12 13 15 15 13 12

Acho que somos um caso à parte no quesito clima no Sudeste Asiático e arredores. As três últimas viagens à região foram entre agosto e setembro, meses em que tradicionalmente chove bastante. Mas sempre tivemos tempo bom com apenas algumas breves pancadas de chuva.

O mesmo aconteceu nas Maldivas. Por mais que todo dia caísse uma chuva forte, ela não durava mais que 30 minutos e logo em seguida vinha aquele sol escaldante e perfeito para um destino de praia.

E para provar,
Estas duas fotos não têm mais que 30 minutos de diferença.

Como bem me lembrou o gerente do hotel em que estávamos hospedados, em uma ilha o tempo ruim geralmente é passageiro. Ainda bem, porque olhando exclusivamente a previsão histórica, fiquei com medo de pegar tempo ruim.

Onde ficar? Embora vá explorar isso mais detalhadamente em outra oportunidade, tenha em mente que Malé não representa em absoluto o que são as Maldivas. Se você, como 100% dos turistas, quer praias paradisíacas com areia branca e mar que vai do transparente ao azul, Malé não é para você. As Maldivas dos sonhos é a das ilhas mais distantes e seus respectivos resorts. Ok?

Então, em hipótese alguma considere hospedar-se em Malé. Ficar um dia para conhecer a ilha, ok. Mais que isso jamais.

As Maldivas dos sonhos é praia, sol, mar e paisagens paradisíacas.

Já que você cruzou o mundo, enfie o pé na jaca e escolha um bom resort em uma das ilhas de atol do arquipélago, afinal não é todo dia que se faz uma viagem destas. Como vocês verão ao longo dos posts desta série sobre as Maldivas, escolher um resort não é uma tarefa fácil e envolve uma série de variáveis.

Onde nós ficamos? Optamos pelo excelente Hideaway Beach Resort & Spa, cujo review vocês conferem aqui em breve já que tem muito para contar sobre esta estadia fantástica.

Precisa de visto? Na data da nossa viagem (agosto 2017) não era exigido visto de turismo para brasileiros, confira aqui a situação na época da sua viagem. Basta que você comprove ali no balcão que tem passagem de ida-e-volta; passaporte com mais de 6 meses de validade; comprovação de que tem como se manter lá (US$100/50 ao dia – nunca vi colocarem um padrão) ou a prova de reserva em um hotel local. No nosso caso, só pediram para mostrar as passagens de volta.

Embora existam relações diplomáticas entre o Brasil e as Maldivas, nem eles têm embaixada aqui em Brasília, nem nós em Malé.

 

Nada de visto. Basta preencher este formulário, entregar o de chegada e guardar o de saída (não perca!).

As autoridades locais exigem que você apresente o certificado de vacinação contra febre amarela, portanto lembre-se de imunizar-se no mínimo 10 dias antes do embarque. Não vacile porque o controle é rígido. Tanto no balcão da Emirates ainda aqui em São Paulo, quanto na vigilância sanitária em Malé nossos certificados foram checados. No formulário da foto acima, você precisa informar quando tomou a vacina e inclusive o lote!

Não se exige a comprovação da contratação de seguro viagem, mas vamos combinar que qualquer emergência médica em um lugar remoto destes pode custar uma fortuna. Então é sempre bom sair de casa ao menos com uma cobertura básica. Nós aqui em casa utilizamos a Real Seguro Viagem, parceira do blog. Vocês podem contratá-la diretamente no banner ao lado.

Até mesmo por tratar-se de um local tranquilo por natureza, e com um povo para lá de hospitaleiro e acostumado a receber (e bem) os turistas, nem de longe é preciso preocupar-se com o quesito segurança. Paraíso, né?

A água lá ou é dessalinizada ou proveniente das chuvas (recolhida dos telhados e armazenada), portanto não se deve bebê-la. A maior parte dos hotéis dão água gratuitamente aos seus hóspedes, independentemente do tipo de diária (all inclusive, full board, etc.). Vai aqui uma curiosidade: a Coca-Cola servida nas Maldivas é a única no mundo feita com água dessalinizada.

Pode até não ser um problema tão grande como outros destinos do gênero, mas sugiro que você tenha contigo um daqueles repelentes de mosquito para colocar na tomada. Pois dependendo do resort e especialmente da quantidade de chuvas, mosquitos podem aparecer para atrapalhar a sua noite no paraíso. Tenha também um repelente em spray, especialmente se viajar com crianças pequenas.

A natureza é intocada. Morcegos (frutíferos) pendurados como frutos nas árvores.
E vários filhotes de tubarão na praia. Inofensivos, eles é que têm medo de nós!!!

Para locomover-se como disse antes, ou você fará uso de barcos ou de hidroplanos se de uma ilha para a outra. Aliás pelo custo e distâncias, muito provavelmente você nem precise ou tenha oportunidade de ficar trocando de uma ilha para a outra. Quando muito de Malé para o resort e de lá para Malé novamente.

Em Malé, como ilha é bem pequena, você pode conhecê-la caminhando. Tenha apenas cuidado com a enorme quantidade de motos que circulam por lá.

Os voos entre as ilhas são feitos com hidroavião ou pequenos turbo hélices. Infelizmente não tive a oportunidade de voar de hidroavião porque chegamos tarde e eles só voam à luz do dia e tempo bom.

Hidroavião trazendo hóspedes.

Seja qual for o tipo de avião, esteja atento à maravilhosa paisagem na janela. Olhar os atóis de cima é uma grande experiência. Você nem vai ver o tempo passar diante daquela imensidão azul turquesa pontilhada de corais e ilhas. Este é o primeiro “Uaaal!” das Maldivas.

São basicamente três empresas que operam os voos domésticos a Maldivian; FlyMe; e Maldivian Air Taxi, mas fique tranquilo porquem nem o trabalho de escolher entre uma ou outra você terá, já que normalmente o bilhete aéreo é comprado juntamente com a reserva do hotel. Ou seja, definido o horário da chegada e partida do seu voo internacional, o hotel resolve tudo para você. Moleza!

Quem chega em Malé depois das 17hs e não tem um hotel que também opera com turbo hélices (até mesmo por ausência de pista de pouso próxima), acaba obrigado a passar a noite lá e viajar nas primeiras horas do dia seguinte. Por isso tantos hotéis perto do aeroporto internacional de Malé.

Nós fomos de turboélice.

Ah, outro detalhe importante, normalmente o limite de peso é 20kg despachado (1 volume por pessoa) + 5Kg dentro. Então pegue leve nas malas, afinal bastam chinelos e roupas de praia!

Entre as ilhas mais próximas, uma forma de transporte bastante tradicional são os dhoni, um típico barco maldiviano adaptado a partir dos dhows árabes. Eles são utilizados para praticamente tudo no arquipélago, desde transportar pessoas até servir de barco de pesca ou ainda de mergulho.

Um típico dhoni.

Maldivas está em um fuso horário entre 7 e 8 horas à frente do horário de Brasília, dependendo de estarmos ou não em horário de verão.

A moeda corrente lá é a rupia maldívia ou só rufiyaa (MVR ou Rf), mas todos os hotéis, transfers, atividades e tours apresentam seus preços já em dólares norte-americanos. As rúpias são mais para compras em geral.

As notas são de 500, 100, 50, 20, 10, 5 e 2 rufiyaa; e moedas de 1 e 2 rufiyaa além de 50, 25 e 10 centavos (larres).

MVR 1 = R$ 0,22 ou R$ 1 = MVR 4,09

MVR 1 = US$ 0,05 ou US$ 1 = MVR 15,82

Neste cenário, ter dólares no bolso é a melhor opção, seja para pagar o seu hotel (se é que já não teve que pagar no cartão de crédito quando da reserva) ou trocar nas casas de câmbio existentes em Malé.

Mesmo na pequena ilha perto do hotel, encontramos um ATM.

Para os pequenos gastos há ainda a possibilidade de sacar rupias diretamente da sua conta corrente nos ATMs existentes nas ilhas maiores – não garanto que haverá um ATM no seu resort. Para saber como e quais as vantagens e desvantagens deste procedimento, vide post sobre cartões de débito no exterior. Alerto para o fato de que os ATMs fora do aeroporto (ou resorts – alguns têm) podem não aceitar cartões internacionais, portanto prefira sacar tudo assim que chegar.

Só fique atento ao fato de que há uma série de restrições para trocar as rufiyaas que sobraram em alguma moeda estrangeira. Se você sacar algo no ATM ou trocar em alguma casa de câmbio, guarde o comprovante, pois com ele você conseguirá fazer a troca no aeroporto.

Diversamente de outros tantos lugares, nas Maldivas gorjeta não é algo comumente praticado. Se gostar muito do servico e quiser agradar, será bem recebido. 

Sem dúvidas a questão mais sensível nesta viagem é o custo. Poucas vezes tivemos uma viagem que demandasse tanto planejamento e pesquisa para literalmente garimpar as uma opção que coubesse no orçamento de viagem. Como se não bastasse o preço das diárias serem bem mais salgadas que em outros lugares, todos os valores são acrescidos com 22% de impostos locais.

Muita gente pode até duvidar, mas na prática, o preço da passagem acaba nem sendo o maior óbice pois vira e mexe aparece uma boa promoção para Dubai e dali você faz a conexão para Maldivas por um preço bem acessível.

Vai por mim: já que você foi até lá, invista em uma estadia top. Water Villa do Hideaway Beach Resort.
Banheiro da water villa do Hideaway Beach Resort. TOP!!!

O caro mesmo é a estadia. Você até pode escolher ficar em um hotel muito bom de US$ 125 a diária em Malé. Mas vamos combinar? Você viajou meio mundo para uma viagem de sonho; não dá para deixar escapar a oportunidade de se hospedar em um dos excelentes resorts situados nas ilhas paradisíacas.

As diárias são altas, a partir de US$500 dólares para os melhores hotéis. Se quiser o regime all inclusive, some uns US$ 100/200 por dia e pessoa – sem all inclusive, ou seja, a la carte espere gastar algo como US$40/60 por refeição. Se quiser uma vila daquelas em palafitas, some mais um pouco. E por aí vai.

Com pratos super saborosos e elaborados, sugiro que você contrate uma diária de hotel já com as refeições.
Bebidas podem ou não serem incluídas.

Fora isso ainda existe um outro detalhe: o transfer até o resort. Alguns ficam perto de Malé e fazem o transfer de barco por um pouco mais que US$ 100 ida-e-volta. Já se você quiser um resort mais afastado (diria que a maioria é assim) espere gastar no mínimo US$ 350 por pessoa para o transfer em hidroplano (a partir de 30 minutos de voo). Vi que alguns hotéis, por serem mais distantes, cobram até US$500.

Ou seja, prepare um orçamento e viva seu sonho.

Talvez alguns de vocês estejam lendo este post e se perguntando se dá mesmo para viajar para Maldivas com crianças. A pergunta exige algumas considerações.

É verdade que a distância até lá pode parecer algo desafiador. Logo eu jamais recomendaria fazer uma primeira viagem com crianças pequenas para um destino tão longo assim. Vá aos poucos e quando você olhar para trás, verá que você e seu (ou sua) viajante mirim já está do outro lado do mundo. Confira aqui as nossas dicas de viagem com crianças.

Vamos combinar que piscina e sol já são sinônimo de festa para os pequenos viajantes.
E os hotéis são na sua grande maioria super preparados para receber os pequenos viajantes.
Cumbiquinho treinando para ser scuba-diver.

Se a distância pode parecer um empecilho para viajar para Maldivas com crianças, o nível de infraestrutura oferecida pelos resorts é algo absolutamente encorajador. A maioria dos resorts aceitam crianças (vi apenas um que não aceitava) e têm uma excelente infraestrutura para receber os pequenos viajantes. Muitos têm até mesmo atividades focadas em crianças.

Um detalhe super importante e que faz sentido tanto para o viajante comum, mas ainda mais para quem viaja com crianças é: leve tudo o que você vai precisar! Não precisa carregar a casa nas costas, até porque a limitação do peso das bagagens é considerável.

Se for para esquecer de algo, esqueça das preocupações.

Mas vai por mim, nunca uma lista de coisas na hora de fazer as malas fez tanto sentido quanto nas Maldivas. Como você será uma espécie de náufrago de luxo, e sair da ilha do seu resort é quase que como sair da ilha de Lost! (só no final!), comprar qualquer coisa é super difícil.

A maioria dos resorts até têm uma lojinha, mas a quantidade de itens é super restrita, e o preço digno de sultões. Então não queira chegar lá e descobrir que esqueceu algo.

Nas Maldivas as tomadas seguem o padrão inglês (trambolho!). Então leve um adaptador para os seus eletrônicos! E a voltagem é 220v.

Posto de informações ao turista: como disse existe um pequeno posto no aeroporto internacional. E na internet eles têm um portal com algumas informações básicas.

“Só” um pôr do Sol nas Maldivas.
Vem com a gente conhecer este paraíso.

E aí? Te convenci a ir para as Maldivas?

No próximo post vamos conferir a estadia cinco estrelas no Hideaway Beach Resort & Spa e mostrar como é um hotel top no paraíso.

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12 comentários

Roberta 1 de outubro de 2022 at 12:54

Boa tarde, estamos pensando em ir pra Maldivas em Maio. Vi que tem bastante chuva. É o dia todo ou são passageiras? Ainda da pra curtir ou melhor mudar a data? Obrigada

Responda
Diogo Avila 1 de outubro de 2022 at 13:23

Oi Roberta, tudo bem?
Olha, falando pela minha experiência… por ser parte de um roteiro maior e não ter outra disponibilidade, acabei indo justamente no período conhecido como chuvoso sim.
Mas acho que as fotos explicam a situação. Chove forte, mas passa muito rápido e o sol racha na sequência.
São aquelas pancadas de verão.
Se passei umas 2 horas no quarto esperando a chuva passar em um dia isolado foi muito. Foi o tempo de recarregar as energias.
Sabe como é o clima… Mas eu, se for muita vantagem para você ir nesta época, arriscaria.
Eu arrisquei e deu super certo.
Boa Viagem!!! 🙂

Responda
Fernanda 6 de agosto de 2019 at 23:16

Oi. Meu sonho sempre foi ir pra maldivas e vou passar minha lua de mel lá. mas tenho PAVOR de tubarão. alguma dica? kkk

Responda
Diogo Avila 7 de agosto de 2019 at 16:57

Oi Fernanda.
Mergulho já faz alguns anos e por incrível que pareça também tenho medo deles (e respeito também!).
Relaxa! Lá o ecossistema é super equilibrado, então tenha certeza que eles não se interessam por nós 🙂
Fora que nas praias, os que aparecem são do tamanho de carpas e certamente não te farão mal algum.
Aproveite cada segundo e boa viagem!!!! 🙂

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Filipe Morato Gomes 27 de outubro de 2017 at 21:46

Parabéns pelo relato super completo e detalhado. Ando a pensar viajar para as Maldivas com os meus filhos, e queria apenas agradecer esta vossa partilha e inspiração. Grande abraço.

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Diogo Ávila 27 de outubro de 2017 at 22:10

Oi Filipe, agradeço pelas palavras.
Sigo o Alma de Viajante faz um tempo e gosto bastante.
Olha, as Maldivas é de fato um paraíso e penso que é acessível a todos: casais de qualquer idade, famílias com crianças e qualquer outro tipo de público Basta apenas planejar. Vale cada centavo!!!
Abraço.

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Natalie 23 de outubro de 2017 at 10:17

Oi, Diogo. Tudo bem? 🙂

Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com

Até mais,
Bóia – Natalie

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Diogo Ávila 23 de outubro de 2017 at 19:06

Natalie, é sempre um prazer.
Maldivas é um destino que os brasileiros poderiam a considerar mais já que (infelizmente) ficou mistificado como algo impossível.
Planejando e poupando um pouco, dá para realizar este sonho sim.
Abraço.

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Luiz Costa 16 de outubro de 2017 at 18:00

fala meu nobre, tem como passar o valor aproximado das passagens de avião??? sempre que pesquiso, fico sem parâmetro para saber se ta um valor abusivo ou aceitável.

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Diogo Ávila 16 de outubro de 2017 at 19:05

Luiz, pelas pesquisas que faço, o valor de passagem que considero bom, do tipo corre e compra para lá é por volta de R$3.500. Veja que no meu caso peguei para destinos além das Maldivas, ou seja, se for só para lá talvez seja até um pouco menos.
Abraço.

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Luiz Costa 22 de outubro de 2017 at 14:41

Fala meu nobre, ótima dica! isso mesmo que precisamos, eu também arrumo a viagem acrescendo outros países e é difícil ter uma noção em passagens open jaw! O pequeno já paga passagem?

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Diogo Ávila 22 de outubro de 2017 at 15:53

Luiz, a partir de 2 anos de idade já paga sim. Um percentual razoável que equivale praticamente à uma passagem integral.

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