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Londres: Piccadilly Circus, Trafalgar Square e Covent Garden

Me responda se isso parece Londres:

Trânsito agitado.

Calçadas apinhadas de pedestres.

Gente sisuda indo trabalhar e turistas embasbacados olhando tudo ao redor.

Lojas de marcas internacionais.

Gigantescos letreiros de LED com propagandas.

Isto não remete à Times Square?

Ao menos para mim, a descrição parece perfeita. 

Se não fosse pelo sotaque britânico e o fato deste lugar estar do outro lado do Atlântico Norte, eu diria que a descrição confere.

Pois é, a Piccadilly Circus bem que poderia ser a Times Square londrina.

A agitação é quase a mesma, mas na minha opinião, Piccadilly Circus é bem mais charmosa, e menos caótica.

É por ali que praticamente todos os turistas que vão a Londres passam pelo menos uma vez, seja para um passeio pelas ruas de compras nos arredores – das quais falaremos em outra oportunidade – seja para ir à alguma atração próxima, Piccadilly Circus, é um dos pontos obrigatórios numa viagem à Londres.

Como ali está a estação homônima da linha azul, uma das mais movimentadas do Tube (metrô londrino), Piccadilly Circus tem movimento a toda hora.

É verdade que às vezes um pouco demais, por conta de eventual comemoração da conquista de campeonato por algum clube local ou seleção de futebol, ainda que não a inglesa (Kkkk).

Yo Soy Español! Español! Español!
O gaiato foi subindo, subindo…
Até que chegou no topo do pobre Anteros. Durou pouco a farra dele. A polícia apareceu!

Basicamente, assim como a Times Square, Piccadilly Circus é um entroncamento de ruas, no caso a Regent; Shaftesbury Avenue e Leicester Square via Coventry Street. Sua configuração original, datada de 1819, foi alterada várias vezes, principalmente para melhorar o fluxo do trânsito.

Marcando o centro de Piccadilly Circus, está a Shaftesbury Memorial Fountain, no topo da qual vocês notarão uma típica estátua grega. Embora muitos digam tratar-se de Eros, na verdade é seu irmão, Anteros.

Detalhe do Anteros.

No começo do século, Piccadilly Circus já ostentava o embrião da movimentação dos tempos atuais. Ora, basta notar que a estação local do Tube foi inaugurada em 1906 e os primeiros letreiros luminosos em 1910 – deveriam ser a sensação da época.

Segundo contam o nome Piccadilly veio do fato de que ali vivia um alfaiate famoso por vender piccadills – aquela “gola” branca-ridídula-espalhafatosa que os ricos e nobres usavam lá pelo século XVII.

O curioso é que até 1692, o local, com as devidas alterações da layout, era conhecido como Rua Portugal em homenagem à Catarina de Bragança, a rainha consorte do rei Charles II da Inglaterra. Ora poiiis

Quer uma sugestão de passeio pela região? 


Visualizar Cumbicão – Inglaterra em um mapa maior

Siga pela Coventry St. até a altura da Rupert St.

Ali começa a Chinatown. Pois é, até lá!

Já me rendi! É perseguição. Já sei, vou voltar para China e ver se me livro desta perseguição chinesa!

A decoração típica.

Situada nos arredores da Gerrard Street, a Chinatown de Londres é bem menor que a de New
York
ou San Francisco, mais ou menos do tamanho daquela existente em Sydney.

Os chineses se estabeleceram por ali no começo do século XX, mas atualmente a maioria dos imigrantes chineses prefere morar em áreas mais afastadas do centro, razão pela qual os moradores de Chinatown são na sua maioria idosos ou comerciantes que preferem morar perto do trabalho.

Para quem nunca viu uma Chinatown, é uma boa oportunidade.

Fomos durante à noite e aproveitamos para comer um macarrão shop suey / noodles. Bacana, até mesmo porque estávamos cansados da comida local.

Fui de vegetais e a Sra. Cumbicona de Noodles com Pato.
Olha só a fachada do restaurante!

Voltando à Coventry St., sugiro que vocês caminhem em direção à Leicester Square, por não mais que uma quadra. À esquerda vocês verão algo que pode até não ser tipicamente inglês, mas que certamente ficou uma graça com a decoração temática britânica: uma loja da M&M’s World!!!

Atualmente, é a única loja deles fora dos EUA, mais precisamente na Leicester Square 1, Swiss Court. Abre diariamente das 10h00 às 0h00 de segunda a sábado e domingos das 12h00 às 18h00.

São vários andares com produtos da marca.
Adoro este painel, hipnotizante.

Fab4!
“Turistisse”.

A garotada, e os marmanjos como eu que adoram chocolate vão curtir muito. Tem tudo quanto é apetrecho dos simpáticos chocolates-redondos-coloridos. Ah, e chocolate é claro!

Abasteça-se e siga até a Leicester Square e desça a Charing Cross Road em direção à praça mais conhecida de Londres, Trafalgar Square.

Trafalgar Square, praticamente o centro de Londres!

Esta enorme praça foi assim batizada em homenagem à famosa Batalha de Trafalgar (1805), onde os ingleses tiveram uma importante vitória nas Guerras Napoleônicas.

O maior herói desta batalha, e certamente de toda a Inglaterra é o Almirante Nelson. Ele foi o comandante da poderosa e temida marinha inglesa que literalmente dominou os mares naqueles tempos.

Segundo o nosso guia do Sandeman`s, durante uma das batalhas finais, Nelson, condecorado Lorde pela coroa, foi ferido e acabou morrendo ali mesmo, no principal navio da frota.

Entretanto, como os ingleses não pretendiam dar a ele um funeral marítimo qualquer, aquele no qual o sujeito é enrolado num pano branco e jogado ao mar – o que dizem ter feito com o Bin Laden (momento ah tá bão!) – os britânicos ficaram pensando numa forma de preservar seu corpo.

Ora, o herói da nação não poderia simplesmente ser jogado no mar, merecia um funeral decente em Londres. Mas por outro lado, eles estavam no meio do nada, e uma viagem de volta para casa levaria dias.

Olha ele ai na Nelson`s Column.

Depois de muito pensar, eles tiveram uma idéia “brilhante”. Colocar Nelson num dos barris de whiskey que existiam à bordo. Formol caro esse, hein?

Deram uma “dobradinha” no corpo e colocaram o finado num dos barris.

Quando eles desembarcaram em Londres, abriram o barril e viram que Nelson estava praticamente seco. Adivinhem??? Os marinheiros-pingunços, literalmente secaram o barril por um orifício. É… O que não faz a “marvada”?

É mole? Não, é história da Inglaterra mesmo! Fala se estes caras não têm muito para contar?

Enfim, quando vocês olharem para a Nelson’s Column toda imponente na praça, lembrem que o sujeito que está ali já foi ingrediente de um whiskey“exclusivo”.

Mas voltando à Trafalgar Square… Como toda cidade européia, a praça é o local em que o povo se reúne para uma variedade de eventos. É ali que os londrinos fazem festas, como o Canadian Day que vimos, ou simplesmente protestos e comemorações.

Dia de festa na Trafalgar Square.
Mal deu para tirar uma foto do relógio que fazia a contagem regressiva as Olimpíadas. 

De frente para a Trafalgar Square, vocês notarão um enorme prédio em estilo bem clássico. É a National Gallery, o museu de arte mais importante do Reino Unido, com um destaque especial à arte renascentista.

Como lhes disse anteriormente, nesta viagem fugi dos museus, mas quem quiser visitar, deixo aqui os detalhes. Ela abre diariamente das 10h00 às 18h00 e sextas das 10h00 às 21h00 e o acesso é gratuito, como boa parte dos museus londrinos.

National Gallery.
Aproveite para visitar a bela igreja St. Martin-in-the-Fields que fica ali do lado.

Uma pequena curiosidade na Trafalgar Square: ali está situada a menor delegacia de polícia do mundo. Tão grande que cabia apenas um policial e ninguém mais. Sério!

Acreditem, esta é ela. Ali atrás tem uma portinhola.

A nossa próxima parada sugerida é Charing Cross, o cruzamento das ruas Strand, Whitehall e Cockspur Street, que marca o centro de Londres. Dali, siga pela Strand até a Southampton Street, que dará acesso a uma das áreas mais agitadas de Londres.

Charing Cross.

Se Piccadilly Circus é o centro de compras, Covent Garden pode ser tido como um centro de entretenimento geral.

Covent Garden.

Não deixe de explorar as charmosas ruas nos arredores.

Por volta do século 16, esta área passou a ser edificada, instalando-se ali um mercado de frutas e vegetais. O local passou por um período de degradação, principalmente no século 18 quanto ali se instalou algo como um Red Light District.

Sobraram daqueles tempos? Que nada, são apenas artistas.

Anos depois o governo reassumiu a área, com um projeto de reestruturação que resultou, entre outras coisas, na cobertura do mercado que vemos hoje. Lá vocês encontrarão algumas lojas que vendem interessantes itens de artesanato.

Interior do marcado.
Detalhe da estrutura.
Uma das bancas de artesanato.

O nome Covent Garden vem do fato que ali existia, por volta de 1500, um convento com um jardim murado que veio a ser tomado por Henrique VII em 1540.

É um dos lugares mais animados da cidade, onde tem um pouco de tudo: lojas, feiras, pubs, shows de rua – no melhor estilo praça da Sé – tudo num ambiente muito bacana.

Um povo se junta na praça. 
Só pode ser alguém fazendo alguma coisa no melhor estilo Praça da Sé.

Lá vocês encontrarão algumas lojas bem interessantes. Desde uma Apple Store (dizem que é a maior fora dos EUA) até UGG; Zara; Disney; M&S; Burberry; e Ralph Lauren, só para citar algumas.

Disney Store.
Namorando um MacBook.
Apple Store.
Lojas de grife tomaram conta dos prédios locais.
Detalhe dos prédios que circundam Covent Garden.

Quem curte teatro também encontrará boas opções de espetáculos na região. O maior e mais famoso deles é a Royal Opera House.

Alguns shows famosos costumam ser apresentados ali.
Royal Opera House.

Aqueles que gostam de museus podem conferir o Museu dos Transportes de Londres que fica logo ali.

E para finalizar, a área também tem uma grande quantidade de pubs. O local perfeito para um pint no final de um dia cheio de atrações. Sugestão? Salisbury ou The Globe.

Cheers!

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4 comentários

LMorley 1 de setembro de 2017 at 18:36

Olá Cumbicão!
Sempre leio seu blog durante a montagem de meus roteiros, e acho muito ricas e diversificadas as informações que você oferece! Desta vez, a proposta é um bate-e-volta de Paris a Londres. Com um dia apenas, pensamos em começar por Piccadilly, depois Covent Garden e por fim Westminster, entrando apenas na abadia. Lendo seus posts fiquei na dúvida de valeria a pena excluir Covent Garden para incluir a troca da guarda do palácio de Buckingham. Qual a sua opinião? Agradeço desde já!

Responda
Diogo Ávila 10 de setembro de 2017 at 20:57

Acho que vale a pena sim pelo charme e comércio do lugar, mas de outro lado, a troca da guarda é imperdível para quem visita a cidade pela primeira vez. Abraço.

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Douglas 19 de julho de 2013 at 16:06

otimo post….sera q vc acaba Londres ate o fim do mes?? rs

estou indo para la dia 08/08 e queria muito ver todas suas dicas!!!

abçs!!

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Diogo Ávila 19 de julho de 2013 at 21:06

Douglas, obrigado!
Assim, espero, mas como tem muita coisa ainda para postar talvez não dê tempo.
Fique de olho!
Abraço.

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