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Tóquio: Um passeio por algumas atrações tradicionais da cidade

Kaminarimon, o típico portal do Sensoji Temple.

É uma pena, mas a nossa viagem pelo Japão está quase chegando ao fim… Mas não sem antes falarmos um pouco sobre outras atrações assim por dizer mais tradicionais de Tóquio.

Budistas ou xintoístas, Tóquio tem muitos templos que merecem ser visitados e estão entre as principais atrações da cidade. Mas se você tiver uma programação mais apertada, sugiro além do Meiji Shrine, o Sensoji Temple (também conhecido como Asakusa Kanon), um dos templos mais famosos e o mais antigo da cidade.

Hondō, o principal prédio.
Ricamente decorado.
O altar principal e a caixa para coletar doações.

Aliás uma visita a ambos os templos permite entender um pouco das diferenças entre as duas religiões predominantes no Japão, budismo e xintoísmo.

A primeira coisa que vocês notarão é que enquanto o Meiji é um oásis de tranquilidade, o Sensoji Temple é bastante movimentado – e até um pouco mais barulhento, até por conta do comércio local.

Alguns podem achar meio estranha a existência de várias lojinhas na extensão da Nakamise Dori, a rua vai do portal até o prédio principal do templo. Ali vocês encontrarão alguns artigos religiosos e muitos souvenires.

Leques
Hashis
Máscaras
E lanternas. Tem de tudo nas lojinhas.

Destaque também para as barracas de comida, excelente pedida para um lanche rápido com alguns petiscos locais.

Tem doce de feijão tradicional
Biscoitos variados

Mas o meu preferido foi este doce de feijão com a massa frita.

Ali é um ótimo lugar para comprar o Daruma, a simpática figura que representa o monge Bodhidharma, responsável pela introdução do budismo na China – e consequentemente a sua migração para o Japão. Segundo a tradição, você deve pintar um dos olhos dele e fazer uma oração, um pedido. Se o seu pedido se realizar, você pinta o outro olho.

Olha eles ai.

Uma curiosidade é que a figura não tem braços nem pernas porque segundo dizem, os membros do monge atrofiaram depois dele passar 9 anos meditando. Façam seus pedidos!

Um ritual curioso ali é o de Omikuji, que consiste em uma espécie de leitura da sorte. Você deposita uma moeda de 100 ienes na bancada e enquanto reza, chacoalha o recipiente de metal que contém várias varetas até que uma delas apareça. Pegue a vareta e procure pela gaveta de madeira que tem o mesmo símbolo; abra e pegue um dos papéis. Sua boa ou má sorte estará lá.

A parte difícil é comparar os escritos!
Calma, no verso está tudo em inglês.
O incenso tem um papel importante. O costume é trazer a fumaça para a área do corpo que necessita de ajuda.
Detalhe da Temizuya (fonte de purificação). Aqui também se segue o mesmo ritual que explicamos anteriormente.


O interessante é a recomendação. Se você “tirar” boa sorte, não seja arrogante; mas se tirar uma bad luck também não seja medroso, faça o seu melhor para superar.  

A origem do templo está relacionada à uma lenda interessante. Lá pelos idos de 628, dois pescadores locais encontraram uma estátua da deusa Kannon (deusa da compaixão). Tentando livrar-se dela, eles simplesmente a jogaram no rio Sumida que fica ali ao lado.

Milagrosamente ela sempre retornava. Após algumas idas e vindas, os pescadores entenderam o recado e resolveram, e em 645 construíram ali perto este templo budista que é o mais famoso e movimentado da cidade.

Tem bastante coisa interessante para ver no complexo.

O-Waraji, uma sandália para afastar os maus espíritos.
Hozōmon.

Como outros templos, o Sensoji Temple é formado por várias construções anexas ao prédio principal. Destas, as mais importantes são o portal de entrada da capa do post e a Pagoda de cinco andares construída em 1469.

Se você tiver sorte, poderá até presenciar as típicas cerimônias de casamento que acontecem
ali.

É assim que os noivos chegam. Mais tradicional impossível.
Se for para dar uma volta de rick-shaw ali é o lugar.

Quem estiver com crianças pode dar uma passada por um charmoso, e porque não vintage, parque de diversões que fica ali ao lado.

O templo fica a alguns poucos metros da estação de metrô Asakusa e tem acesso gratuito. Funciona diariamente das 6h00 às 17h00 (16h30 no inverno).

Indo do histórico ao moderno, contraste frequente no Japão, sugiro uma caminhada em direção ao Rio Sumida que corta boa parte de Tóquio. Caminhando por ali a primeira coisa que vocês verão será um conjunto de prédios bem modernos.

Ali fica a sede de uma das maiores cervejarias do Japão, a Kirin (eles também fabricam outros tipos de bebidas). Uma curiosidade é que a escultura dourada foi duramente criticada pela população por conta do seu formato… de quê? Bem use a imaginação…

Poucos passos e a paisagem muda completamente. Agora que a escultura é estranha, é!
O Rio Sumida corta boa parte de Tóquio.
Quem quiser pode embarcar num passeio pelo rio e pela Bacia de Tóquio.

No caminho para estes prédios, vocês já avistarão aquela que é a melhor razão para caminhar por esta região de Tóquio, e a mais recente atração da cidade, a Sky Tree.

Atualmente Tóquio tem a torre mais alta do mundo, com nada menos que 634m de altura. Certificada pelo Guinness World Records, sua construção, iniciada em 2008, terminou somente em 2012, tornando-se um novo marco na cidade. Afinal, ela tem altura equivalente a um prédio de 125 andares.

Ela tem dois observatórios, um a 350m e outro aos 450m (Galeria Tembo), sendo que a viagem ao observatório mais alto leva apenas um minuto. Para quem quiser, aqui um pequeno guia oficial em português.

Ela pode ser vista de muitos lugares da cidade.

Ali existe também um aquário.

Deixo aqui um alerta que me causou uma momentânea frustração. Como trata-se de uma atração bastante concorrida, sugiro programar com antecedência a sua visita. 

Digo isto porque quando chegamos lá, a fila de espera era de 3 horas, e sem a certeza de que conseguiríamos subir. Pois é, por mais que você se prepare para uma viagem, nem sempre tudo dá certo.

Como tínhamos alguns outros compromissos na cidade, tive que desistir da subida. Uma pena? Que nada, mais um motivo para voltar à Tóquio!!!

Para chegar lá você pode tanto ir caminhando a partir do Sensoji Temple (uns 15/20 minutos) quanto usar as estações Tokyo Skytree Station ou Oshiage Station (Skytree), principalmente se estiver em outro ponto da cidade.

Ela funciona diariamente das 8h00 às 22h00, e o ingresso custa 2.000 ienes para o primeiro observatório e mais 1.000 para o segundo.

Se você não puder ir à Sky Tree, ou quiser algo mais old style, sugiro uma visita ao antigo marco da cidade, a TokyoTower.

Pode parecer Paris, mas não é! Como dá para perceber, a Tokyo Tower é nitidamente inspirada na Torre Eiffel. Todavia ela é bem mais nova (1958), mais alta (333m contra 320m da francesa) e vermelha, é claro!

A cor vermelha alaranjada decorre de normas de segurança, aeroviária no caso, e não de uma mera escolha de design. O fato é que ficou bem bacana!

São dois pontos de observação, um a 150m e outro a 250m.

Incrivelmente iluminada, sugiro uma visita durante a noite para apreciar as luzes da cidade. É de lá que se tem a noção de quanto densa e iluminada Tóquio é. Na sua base existem algumas lojas e restaurantes; e até um pequeno aquário.

De lá se vê a Rainbow Bridge.
E a cidade toda iluminada.
Ginza à noite.

Para chegar lá basta descer na estação Akabanebashi do metrô. Funciona diariamente das 9h00 às 22h00 (21h30 no caso do observatório dos 250m). A entrada deve ser feita 30 minutos antes de fechar. Custa 820 ienes para os 150m e 600 ienes para os 250m. Acreditem, segundo o site oficial, o mais alto é mais barato. Vai entender… Japão, né!

Para quem quiser vistas panorâmicas da cidade a custo zero, vale relembrar que a sede da prefeitura tem um excelente observatório.

Como comentamos no post de introdução ao Japão, ainda que vigore o regime parlamentarista, o chefe de estado é o imperador Akihito.

Assim como a maioria dos japoneses, a família imperial segue a linha low profile. Longe dos holofotes e de polêmicas, ficamos com a impressão que os japoneses têm um grande apreço pela família real.

Mesmo que, diferentemente de Buckingham, não dê para visitar o interior da casa real, recomendo uma visita aos arredores do Palácio Imperial (Imperial Palace East Garden) para apreciar seus belos jardins e lagos com carpas.

Palácio imperial.
Todo o palácio é circundado por um fosso.
Fundação do antigo Edo Castle.

Construído em 1868, o palácio substituiu o antigo Edo Castle – destruído num incêndio em 1657 – do qual hoje só se vê a fundação no alto de uma colina. Perto do portão principal, existe um museu imperial. Vale conferir.

O palácio fica perto da Estação Central de Tóquio. A entrada mais popular é pelo portão leste, especialmente pelo Ote-mon, que era a entrada principal do Edo. Fica perto do Palace Hotel. Caminhando da estação Central de Tokyo, são 10-15 minutos.

Não abre de segunda e sexta-feira, nos demais dias, diariamente das 9h00 às 16h00 no inverno e 17h00 no verão. O acesso é gratuito.

Aproveitando que vocês estão por ali, vale caminhar pelo Hibiya Park, um dos principais parques da cidade, criado em 1903, ele fica ao lado do Palácio Imperial.

Hibiya Park.
Ali perto também fica o Diet, o parlamento japonês.

Mais alguns passos e vocês encontrarão uma das atrações mais curiosas de Tóquio…

Quando vocês pensam em leilão, quais itens vêm a mente? Muito provavelmente obras de arte, jóias, e etc.; mas muito provavelmente vocês jamais pensaram num leilão de peixes.

Pois é isto é mais uma coisa típica de Tóquio. Toda manhã, ou melhor, madrugada, lá pelas 5hs, acontece no Tsukiji Fish Market um leilão de peixes no qual os restaurantes da cidade literalmente disputam os melhores peixes. A maioria deles são atuns que são negociados por pequenas fortunas. 

Passear pelos corredores do mercado é um programão.
Olha o tamanho destas ostras!!!
Muitos produtos são vendidos ainda vivos para manter o frescor.

Aliás para quem nunca viu um atum de perto, senão no sushi / sashimi, é uma excelente oportunidade.

Para assistir aos leilões, existem algumas regras e é preciso chegar cedo e inscrever-se – são 120 vagas por dia.

Com um movimento de quase 3.000 toneladas de peixes ao dia, trata-se do maior mercado de peixes do mundo. Ao todo são aproximadamente 450 tipos diferentes de peixes comercializados diariamente, alguns para lá de diferentes.

Tudo que é consumido na cidade e que tem origem marinha passa por lá.

Pena que o “atunzão” ai não cabia na mala.
Mas tem muita coisa estanha. Enguias?
E outras que eu nem arrisco dizer o que pode ser.

Um cuidado importante para quem visita o mercado é estar atento aos carrinhos motorizados – uma estranha mistura de empilhadeira com moto – que circulam freneticamente de um lado para o outro. Lembre-se aquilo é um mercado com muita gente trabalhando num ritmo frenético, e você está ali de turista!

Uma coisa que nem todo mundo sabe, e que por si só já vale a visita ao mercado é que nas ruas nos arredores dele existem vários restaurantes que servem pratos da culinária local. Preciso dizer que são mega frescos e deliciosos???

Os restaurantes são super simples.
Os pedidos são anotados ainda em plena rua, pois não cabe todo mundo lá dentro.
Você senta no balcão mesmo.
Meu Negitoro Don. Hummmm!

Para quem curte comida japonesa, excelente oportunidade de saborear os pratos locais como e onde os próprios japoneses comem. Mais original que isto impossível.

Por ali também pode-se também encontrar com facilidade utensílios interessantes para quem curte (e sabe) fazer comida japonesa.

O endereço do mercado é 5-2-1 Tsukiji, Chuo-ku e embora o leilão ocorra às 5hs da matina, o mercado permanece bastante ativo até as 7h30. Depois deste horário a coisa esfria bastante. Não abre aos domingos. O acesso é gratuito.

Se quiser, aproveite para visitar o Hama Rikyu Garden e talvez fazer um piquenique neste belo parque que fica ao lado do Tsukiji Fish Market e de onde se tem belas vistas do Rio Sumida.

Hama Rikyu Garden.

No próximo post, vamos dar um passeio por Ginza e Akihabara para mostrar um pouco das lojas de luxo e do paraíso dos eletrônicos de Tóquio, além de dicas de compras no Japão.

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3 comentários

CRISTINA castro 28 de outubro de 2014 at 20:11

Olá, muito bom o seu blog! Estou anotando todas as dicas do Japão. Tenho uma dúvida.. O Fish Market fica aberto até que horas? Caso eu não tenha interesse em ver o leilão de atum e sim somente de tirar fotos dos mariscos, que horas devo chegar???

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Diogo Ávila 30 de outubro de 2014 at 00:48

Oi Cristina, obrigado.
Olha, nas duas oportunidades em que estive lá fui fora do horário do leilão, mas sempre no período da manhã porque o mercado é mais ativo.
Assim te recomendo ir até umas 9-10hs.
Boa Viagem!!!

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Anônimo 22 de abril de 2015 at 18:48

apos a semifinal do mundial interclubes, eu um amigo fomos ao tsukiji…..la pelas 3 da manha….sem dormir..
chegamos antes da maioria dos funcionarios.
Acho que a entrada de brasileiros estava restrita, mas como chegamos muito cedo, conseguimos entrar no leilao.
Quando começamos a tirar fotos, chamamos a atencao de alguns policiais, e fomos expulsos de la….rs
o mais incrivel é que num mercado de peixes…..nao ha cheiro de peixe.
a limpeza é impressionante

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