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O que fazer em Honolulu… longe da areia?

Dá para imaginar Oahu além de suas praias de areia branca e águas azuis? Dá sim!

Havaí sem praia? Como assim??? Eu sei que é difícil imaginar o Havaí sem praia, mas se você quiser conhecer o lado digamos, mais urbano, do arquipélago, saibam que Honolulu a maior e mais movimentada cidade da ilha de Oahu e do Havaí, tem muitas coisas para fazer sem que você precise colocar os pés na areia.

Porta de entrada para a maioria dos turistas que passam pelo Havaí, Honolulu tem uma infraestrutura fantástica, digna de qualquer grande cidade dos Estados Unidos. Lá é fácil encontrar bons restaurantes, bares e locais para compras, inclusive shoppings e outlets de qualidade – falaremos disto num post mais à diante.

Com aproximadamente ¾ dos habitantes do Estado inteiro, Oahu faz jus ao significado de seu nome: ajuntamento de gente. E isto não se traduz apenas na quantidade de gente, mas principalmente na variedade de tipos que ali vivem ou por ali passeiam. De típicos americanos, a descendentes de orientais; de nativos com clara ascendência havaiana à turistas do mundo inteiro, se vê de tudo um pouco por ali.

Mesmo sendo uma cidade grande, é possível encontrar cenas como esta no centro de Honolulu.

A ocupação local data de algo em torno de 1450, quando os primeiros assentamentos foram feitos na região de Waikiki. Quase três décadas após a Segunda Guerra Mundial, a cidade passou a receber um número cada vez maior de turistas vindos de várias partes do mundo.

Longe da fofa areia das praias de Honolulu, muito provavelmente a primeira atração que muitos turistas vão conhecer no Havaí é o USS Arizona Memorial.

USS Arizona Memorial.

Para quem quiser aprender um pouco a respeito de um dos eventos mais importantes da história americana, e que certamente alterou o curso da Segunda Guerra Mundial, sugiro uma visita ao USS Arizona Memorial que é a atração, fora das areias, mais importante de Honolulu.

Pelo nome você não entendeu do que estamos falando? Talvez seja porque os americanos deram ao memorial o nome de um dos navios afundados naquele evento que ficou mais conhecido pelo nome da base militar ali existente…. Pearl Harbour.

Ainda hoje a base militar funciona a todo vapor.

Se há um assunto que é bastante sensível aos americanos é o ataque à Pearl Harbour. Embora não esteja tão vivo na memória dos mais novos quanto o 11 de setembro, esta foi uma das maiores tragédias já ocorridas em solo americano. Aliás foi a única vez que o país foi atacado em um ato de guerra.

Em 7 de dezembro de 1941, 350 aviões japoneses (praticamente um enxame!) atacaram de surpresa a base naval americana mais importante do Pacífico. O ataque foi tão eficiente e os americanos pegos tão de surpresa que eles demoraram quinze minutos para reagir.

O resultado final: o mais importante navio de guerra da época, o USS Arizona foi a pique juntamente com outros 20 navios de guerra que ou foram destruídos ou seriamente danificados. Além disso morreram mais de 1100 jovens combatentes do exército americano.

Pelo lado japonês, 347 aviões foram abatidos. Notem que o total era de 350, ou seja, apenas 3 sobreviveram! Foi literalmente um ataque suicida. Dizem que os pilotos sabiam que não havia combustível suficiente para viajar do Japão ao Havaí, fazer o ataque e retornar. Literalmente uma viagem sem volta.

USS Arizona Memorial.
Pelas aberturas no piso
Dá para ver o que sobrou do USS Arizona.
E nas paredes uma homenagem àqueles que ali perderam suas vidas.

Dizem que o ataque poderia ter sido ao menos previsto, pois a história conta que houve uma série de avisos mal dados ou simplesmente ignorados pelos responsáveis.

O fato é que isto levou os EUA a entrar na Segunda Guerra Mundial e a contribuiu significativamente para a alteração nos rumos do conflito.

Aliás, antes de embarcar num barco que te leva ao memorial, eles colocam todos dentro de um cinema no qual é exibido um filme simplesmente fantástico sobre a Segunda Guerra Mundial. Eu que adoro história, nunca havia visto uma explicação tão boa e condensada sobre este lamentável conflito bélico. Bem que eu queria ter uma cópia deste filme.

Mas o mais incrível é que a partir de recortes na estrutura do memorial é possível ver o navio afundado nas rasas águas da baía. Se você quiser, coloque ai no Google Maps a opção satélite e veja de cima. Dá para ver perfeitamente o navio embaixo do memorial.

O curioso é que, como todos os esforços à época precisavam ser direcionados para a guerra, a marinha optou por deixar o navio ali mesmo. Quem acompanhou o resgate do Costa Concórdia notou a trabalheira que é para resgatar um navio afundado.

Modelo de um Zero japonês.
Sino recuperado do USS Arizona.
E alguns materiais recolhidos nos aviões japoneses.

E sim, como alguns de vocês podem estar imaginando, os corpos dos militares que estavam à bordo também não foram resgatados, fazendo do USS Arizona um enorme túmulo.

Então, dentro do memorial, procure manter uma conduta discreta e respeitosa. 

No complexo existe uma interessante mostra com várias fotos, maquetes e peças da época que ajudam a entender este importante evento da história.

Além do memorial, ali está o USS Missouri, um navio de guerra que ficou famoso devido ao fato de que, em 2 de setembro de 1945, no seu convés, o General MacArthur recebeu do imperador do Japão a rendição do país após os bombardeios atômicos.

O Missouri fica na 63 Cowpens St., o ingresso custa US$ 22 e funciona diariamente das 8h00 às 16h00 de setembro a maio e até as 17h00 de junho à agosto.

Quer ver um submarino de perto? Aproveite para visitar o USS Bowfin Submarine que fica ali ao lado. Dá até para ver o (apertadíssimo) interior deste submarino da Segunda Guerra Mundial.

USS Bowfin
E muitas outras armas de guerra.

Para quem curte aviação, não deixe de visitar o Pacific Aviation Museum. Neste museu são apresentados aviões da Segunda Guerra Mundial, da Guerra da Coréia e do Vietnam. Destaque para um modelo do Zero japonês, justamente como um daqueles que fez todo o estrago em Pearl Harbor. Vale também conferir os MiG soviético que lutou na guerra da Coréia, fora os vários aviões americanos expostos.

O museu que abre diariamente das 9h00 às 17h00 (última entrada às 16h00) cobra US$ 20 pela entrada e fica na 319 Lexington Blvd. Para acesso tanto ao Pacific Aviation Museum quanto ao USS Missouri que ficam na Ford Island, é preciso pegar um shuttle bus gratuito para chegar lá.

Embora o acesso ao USS Arizona Memorial (1 Arizona Memorial Pl) seja gratuito, e você possa sim pegar o seu tíquete no dia, é altamente recomendável que você faça uma reserva prévia por módicos US$1,50 para que o seu acesso seja garantido. Eles dizem que diariamente existem 2.000 ingressos disponíveis para quem não tem reserva, mas por outro lado, a média diária de visitantes é de 4.000.

USS Arizona Memorial, na minha opinião a atração histórica mais interessante do Havaí.

Ao ano são “só” 1,6 milhões de visitantes, fazendo do memorial a mais visitada atração do Havaí. Sugiro ainda, evitar finais de semana e feriados para fugir das filas. Você poderá escolher entre o tour narrado (US$ 7) ou o simples, como visto acima. O estacionamento é gratuito.

Um detalhe importante: não é permitida a entrada com malas ou bolsas, se preciso, deixe-as no guarda-volumes que existe ali. Literalmente não pode entrar com absolutamente nada, nem mesmo uma bolsa de fraldas, daquelas de bebê.

Algo que pouca gente imagina existir nos EUA é um palácio real, digo, daqueles de verdade, onde viveram reis, rainhas. É algo que simplesmente no nosso ideal não combina com a visão de república que o país sempre exalou.

Mas como o Havaí era um reino antes da tomada dos americanos, ali está o único (e legítimo) palácio real em solo norte-americano (o da Cinderela não vale!), o Palácio Iolani em Honolulu. A sua construção foi completada em 1882, portanto foi utilizado como palácio por poucos anos, já que em 1893 os americanos assumiram o poder. 

Palácio Iolani.
As árvores do jardim ao redor são lindas, e enormes!

Foi dali, do centro de Honolulu, que o último monarca havaiano governou o arquipélago, para ser mais exato, uma rainha, Lili’uokalani. O fato curioso é que após a tomada do Havaí, ela ficou em prisão domiciliar por nove meses, ali mesmo nos seus aposentos. Acusada de traição.

Quem estiver por ali às sextas-feiras, poderá conferir às 13h00 um breve show da Banda Real do Havaí. Ele fica na S. King St. 364; abre de segunda a sábado das 9h00 às 17h00; e a visitação aos arredores é gratuita, já a entrada custa US$ 7. 

Praticamente diante dele está o Ali’Iolani Hale, um outro palácio de Honolulu. Construído em 1874 para ser um palácio real, o Ali’Iolani Hale nunca chegou a ser utilizado para tanto, e hoje é a sede da Suprema Corte local. Diferentemente de tantos outros tribunais que já vimos por ai, está aberto à visitação.

Ali’Iolani Hale.
Detalhe da famosa estátua.

Na sua frente, existe uma estátua do primeiro rei havaiano, Kamehameha. O curioso é que esta não é a verdadeira estátua que foi esculpida na Itália, mas sim uma réplica. A original foi perdida no fundo do mar e ao ser finalmente recuperada, consideraram melhor enviá-la para Big Island, terra natal do rei e deixar por aqui uma réplica.

O Ali’Iolani Hale fica na 417 S. King St.; abre das 8h00 às 16h00 de segunda à sexta e tem acesso gratuito.

Para uma boa vista da cidade de cima a Aloha Tower é o lugar. Do alto deste prédio construído em 1926, tem-se uma das melhores vistas da região. O estacionamento ao lado costuma ser um dos mais baratos da região. Fica na 1 Aloha Tower Dr., abre diariamente das 9h30 às 17h00, e tem acesso gratuito.

Aloha Tower.

Ainda na região central de Honolulu, existem duas importantes igrejas. A Kawaiaha’o Church, que foi construída em 1842, no mesmo local em que existia uma igreja de sapê, erguida em 1821, quando os primeiros missionários protestantes chegaram à ilha. É a igreja mais antiga do Havaí.

Ali estão enterrados um dos reis havaianos, Lunalilo; e o primeiro governante americano Sanford Dole. Fica na Punchbowl St. 957 e abre de segunda à sexta das 8h00 às 16h00.

Outra importante igreja de Honolulu é a St. Andrew Cathedral, que foi construída em 1886. Quem quiser ver o órgão funcionando, basta aparecer por lá às quartas entre as 12h15 e 12h45. Fica na 229 Queen Emma Square e funciona das 8h30 às 16h00 de segunda à sexta.

St. Andrew Cathedral.

Adorei estes abanadores.
E os vitrais também!

National Memorial Cemitery of Pacific. Eu sei que pode parecer estranho visitar um cemitério um lugar tão paradisíaco como o Havaí, mas saibam que além desde ter um cemitério famoso, uma das melhores vistas que se tem de Oahu é a partir do seu ponto mais alto. Não é à toa que ao ano aproximadamente 5 milhões de pessoas passam por ali.

National Memorial Cemitery of Pacific.
Em meio à árvores frondosas.
Belos arranjos,
A lembrança daqueles que perderam a vida, principalmente em combate.

Se vocês como eu já assistiram algum bom filme de guerra já devem ter visto um daqueles cemitérios militares com cruzes brancas enfileiradas. Concorde você ou não com as várias intervenções militares americanas nos últimos anos, não dá para negar que se há um país com grande poderio militar na atualidade são os EUA. Com uma história militar para lá de ativa, este é um bom lembrete de quantas vidas são perdidas em conflitos armados.

O cemitério fica numa depressão conhecida como Punchbowl, criada a partir de um vulcão extinto, e que nos primórdios era utilizada pelos havaianos como local de sacrifícios. Ela passou a ser utilizada como cemitério militar após a Segunda Guerra Mundial. Nada menos que 13mil soldados americanos mortos neste conflito foram enterrados lá; e hoje são ao todo mais de 50 mil. Mas nem só militares mortos em combate têm o cemitério como sua última morada. Ali também existem militares que faleceram em outras circunstâncias, como o astronauta Ellison S. Onizuka que faleceu na explosão da Challenger.

No topo de uma colina fica um memorial.
E dentro dele, a história de várias batalhas dos americanos no Pacífico.
Nas paredes, o nome dos mortos em combate.
E Honolulu vista do Punchbowl.

Endereço: 2177 Puowaina Drive Honolulu, HI 96813-1729. No inverno abre, das 8h00 às 17h30 e no verão até as 18h30.

Eu já desconfiava… mas agora tenho certeza! É pessoal. É perseguição! Kkkk. Adivinhem o que tem em Honolulu… Chinatown!!!

As placas
E as fachadas entregam… Chinatown à vista! 

A brincadeira vem do fato de que praticamente em todas as nossas viagens acabamos sendo fisgados pelos encantos de uma Chinatown. De Londres à Bangkok, de Nova York à Sydney ou Singapura elas estão sempre presentes. Acho até que está na hora de fazer uma aba especial no menu.

Esta Chinatown surgiu lá pelos idos do século 19, quando muitos imigrantes chineses resolveram, com o encerramento dos seus contratos de colheita de cana, estabelecer-se nos arredores do porto da cidade e ali abrir pequenas lojas.

Preciso dizer que é uma excelente oportunidade para um dim sum ou um belo noodles, e comprar algumas bugigangas?

Chinatown.
No calçadão, algumas lojas com bugigangas, aquelas típicas farmácias e restaurantes. 

Dentre as atrações do pedaço está o Hawaii Theater, um teatro neoclássico construído em 1922 (fica na 1130 Bethel St) que de tão belo ficou conhecido nos seus tempos áureos como o Orgulho do Pacífico.

De lá, siga para o Oahu Market na 145 N King St, um mercadão chinês onde vende-se de tudo, principalmente comidas exóticas. Quem quiser se aprofundar na história dos imigrantes chineses pode visitar o Hawaii Heritage Center na 1040 Smith St.

Oahu Market.
Frutas exóticas,
Pescados,
Sapo!
Belas lagostas.
E algo que eu definitivamente não comeria!

Se depois de tanto perambular pelas ruas de Chinatown bater uma forme, opção para comer por lá é o que não falta. Como não poderia ser diferente, existem muitos restaurantes chineses como o Little Village Noodle House que como próprio nome diz vende noodles (1113 Smith St) e o Royal Kitchen (na River Street Mall esquina com a N. Beretania St.).

Além destes, embora não seja chinês, outra boa opção é o tailandês Bangkok Chef que tem três endereços pela cidade e preços bem justos. Um deles fica na 1627 Nu’uanu Ave.

Seguindo um pouco mais ao sul de Waikiki é possível avistar uma formação que mais se parece com uma montanha, mas que na verdade é um vulcão extinto e um dos principais marcos do Havaí, o Diamond Head.

Diamond Head visto de Waikiki.
Reparem na perfeita circunferência.

O Diamond Head, ou Le’ahi para os locais tem pouco mais 1 km de diâmetro e 231m de altura até o topo onde está o mirante. Por conta da sua posição privilegiada, os antigos havaianos já utilizavam o seu cume como local para um primitivo farol aos navegantes. E esta mesma característica fez dele um importante ponto de observação militar, sendo possível caminhar pelas estruturas utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial.

Aqui o grande programa é fazer a trilha de 1km até o topo. Eu particularmente pensava que seria fácil. O começo da trilha é realmente bem tranquilo, afinal é tudo pavimentado. Mas lá pelas tantas a subida já fica mais íngreme e acidentada – nada de mais, mas é impossível seguir com um carrinho de bebê ou criança pequena, ainda mais sob o sol forte.

Em poucos passos a trilha fica mais apertada e íngreme.
Vira escada.
E túnel, até chegar ao topo.

A subida é compensada por uma fantástica vista 360º de onde se avista todo o litoral, e principalmente a famosa praia de Waikiki. Confira só:

Fala se a vista não é fantástica???
Quantos tons de verde tem ai?
Honolulu e Waikiki vistas a partir da Diamond Head.
E tome zoooom!
Só mesmo uma panorâmica para dar a dimensão da beleza da vista.

Certamente um dos grandes passeios de Oahu.

O Diamond Head fica na Diamond Head Rd., bastando seguir até o Kapi’olani Community College e então virar à direita. Abre diariamente a partir das 6h00 com a última entrada para a trilha até as 18h00, e custa US$ 5 por carro (pagamento apenas em dinheiro).

No próximo post, vamos começar o nosso tour pelas praias de Oahu!

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3 comentários

Bóia 28 de dezembro de 2015 at 13:12

Oi, Diogo. Tudo bem? 🙂

Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com

Até mais,
Bóia – Natalie

Responda
Diogo Ávila 28 de dezembro de 2015 at 19:03

Eba!!! Aloha!!!

Responda
Oigres 24 de dezembro de 2015 at 20:14

Legal!! Hawai é um bom lugar para pit stop entre USA e a Ásia

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