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Londres: a margem Sul do Tâmisa é mais que a London Eye!

Num passado nem tão distante assim, creio que uns pares de décadas atrás, caminhar pelas  margens do Tâmisa, o rio que cruza Londres não devia ser nada agradável. Só para dar idéia de como a coisa era feia, nos idos de 1850, o seu mau cheiro chegou até mesmo a suspender sessões do parlamento. Os lordes não aguentaram o cheiro!

Tâmisa.

Isto porque ele era conhecido por ser um dos rios mais poluídos, entre os do continente europeu, é claro. Se eles considerassem os rios que cruzam as metrópoles brasileiras provavelmente teriam considerado o Tâmisa “quase portável”. A gente ainda chega lá!

Depois de vários anos de trabalho árduo eles conseguiram atingir um índice de despoluição tão bom que conseguiram até mesmo trazer peixes para o Tâmisa. Sim, ali vivem mais de 100 espécies.

Os bons resultados também foram sentidos nas margens.

Isto porque após vários anos tentando despoluí-lo e revitalizar a área na qual este se situa, os ingleses finalmente devolver à região o ar nobre que ela havia perdido por conta da degradação.

As históricas margens do Tâmisa, que já abrigavam construções históricas como o Parlamento e o Big Bem, passaram a ser o foco de novos empreendimentos imobiliários, especialmente na margem sul com modernos edifícios.

Diante deste atual cenário, quem caminha hoje pela região notará uma interessantíssima mistura do antigo com o moderno.

Hoje, caminhar pelas margens, ou até fazer um cruzeiro pelo Tâmisa é um tremendo programa na cidade.

Bem diferente de tempos atrás.
Calçadão às margens do Tâmisa.

Neste post iremos tratar exclusivamente das atrações situadas na margem sul do Tâmisa, ou seja, o lado oposto ao Parlamento e à London Tower. Falaremos destas atrações numa outra oportunidade. 

Em seus 346 km, o Tâmisa corta não só a cidade de Londres, mas praticamente todo o sul da Inglaterra

Dentre as suas 114 pontes, algumas delas são famosas: Tower Bridge; Millennium Bridge; Ponte de Southwark; Cannon Street Railway Bridge; Ponte de Londres; Ponte de Waterloo; Blackfriars Railway Bridge; Ponte Blackfriars; e Ponte de Westminster. 

O nosso passeio começa por aquela que provavelmente seja a principal, e certamente a maior atração da região – ao menos em termos de tamanho. 

Estou falando da London Eye. Construída em 1999 e com 135m de altura, é uma das mais altas e modernas rodas-gigantes do mundo (já superada pela de Singapura).

London Eye.
Olha a rodona de bicicleta ai!
Uma boa, para quem puder é ir durante à noite. Deve ser lindo.

Sua inauguração foi programada para acontecer junto com a virada do novo milênio, assim como o Millennium Dome, atualmente conhecido como The O2 Arena.

Ela tem 32 cabines nas quais viajam 15.000 pessoas por dia.

Quem quiser pode ir na “janelinha” ou sentado no banco central.

A volta completa dura aproximadamente 30 minutos e oferece belíssimas vistas da cidade inteira. Uma excelente oportunidade para apreciar Londres de um outro ponto de vista, coisa que na minha opinião fazia falta.

Sempre acho que as cidades devem ter um mirante. Dá uma outra perspectiva e nos possibilita ter uma noção do tamanho da cidade.

Lá em cima, é só olhar no tablet o que tem para cada lado e sair procurando.
De lá de cima se vê muita coisa, como por exemplo a Saint. Paul à esquerda.

Blem, Blem, Blem! Acerte o relógio!
O Parlamento.
Detalhe da torre do Parlamento.
Lá de cima, até um double deck parece de brinquedo.
Dá para ver a Trafalgar Square.
E até a casa da rainha!

ingresso custa a partir de £19,20 (£17,28 se comprado on-line antecipadamente) e inclui o ticket para ver um pequeno filme em 4D sobre a atração. Caso interesse visitar outras  trações administradas pela empresa que gerencia a London Eye, sugiro comprar o bilhete tipo combo. Confira no site oficial as atrações e os preços. 

Para chegar lá, sugiro usar o metrô Waterloo ou Westminster. Ela funciona diariamente a partir das 10h00 até as 20h30 ou 21h30, dependendo da época do ano. Confira aqui o horário completo.

A fila até que não era tão longa não.

Na minha opinião um programa imperdível! Aliás, dali parte um passeio de barco pelo Tâmisa. Uma das empresas que eu sugiro para tanto é a Thames Clippers.

Este cruzeiro é uma das formas para chegar à Greenwich / Observatório Real. Aproveite para acertar o seu relógio! Se a hora aqui não estiver certa, não estará em lugar nenhum. 

Uma das principais atrações do local é a famosa Greenwich Meridian Line, que marca a Longitude 0º, e portanto a hora zero mundial. Existe uma linha vermelha no chão e às vezes, durante a noite um laser verde cruza o céu. O meridiano foi estabelecido em 1851 e passou a ser usado internacionalmente a partir de 1884. Vendo-se o globo terrestre, do lado oposto a ele, estará a Linha Internacional de Data que marca a mudança de dia no mundo. É meio maluco mesmo, mas é assim que convencionaram – quem já fez um vôo cruzando esta linha sabe a zoeira que dá na cabeça pensar que você virtualmente (mas não biologicamente) perdeu ou ganhou um dia, dependendo da direção que se vai.

Passeio de barco pelo Tâmisa, uma boa pedida.

Observatório Real de Greenwich foi criado no ano de 1675, para o desenvolvimento dos conhecimentos de astronomia ligados à navegação – lembrando que durante muitos anos, a marinha inglesa foi soberana nos mares do mundo. Ali trabalhou durante vários anos o astrônomo Edmond Halley (1656-1752), que mais tarde teve seu nome ligado a um famoso cometa.

Além da linha do tempo, fica ali um planetário, uma exposição com o uniforme do Lorde Nelson usado em Trafalgar Battle, um meteorito de 4.5 bilhões de anos, Cutty Sark entre outras.

Além do cruzeiro, outra forma de chegar é usando o DLR e parar na estação Cutty Sark. O Observatório está aberto à visitação diariamente das 10h00 às 18h00 (17h00 para o Planetário). Como cada atração tem um preço específico, sugiro uma visita ao site oficial.

Voltando ao Tâmisa…

Prédios históricos às margens do Tâmisa.

Ligando a St. Paul’s Cathedral na margem norte ao Tate Modern, vocês encontrarão a Millenium Bridge, uma belíssima ponte exclusiva para pedestres que foi construída em comemoração pela virada do milênio.

Millenium Bridge.

Como prometido a mim mesmo, desta vez fiz questão de não ir a nenhum museu em Londres. Pois é! Abaixo os museus!

Da última vez fiquei com a nítida sensação que havia ido para lá e não tinha curtido a cidade. Sabe aquela coisa de caminhar, ver como as pessoas vivem e tal? Às vezes prefiro simplesmente fazer isto.

Mas para quem desejar, e gostar de arte, sugiro uma visita ao Tate Modern. Focado na arte
moderna, é certamente um dos mais famosos e descolados do mundo. Fica no Bankside, no lado oposto à St. Paul Cathedral, e funciona de sábado à quinta 10h00 às 18h00 e sábados e sextas das 10h00 às 22h00. O melhor de tudo, é gratuito.

Tate Modern.

Ali ao lado vocês encontrarão o Shakespeare’s Globe, uma réplica em tamanho real e segundo dizem, absolutamente fiel, de um teatro dos tempos do famoso autor inglês. Além de espetáculos, existe um tour guiado pelo teatro a cada 30 minutos, diariamente das 9h00 às 17h00 ao custo de £13,50.

Shakespeare’s Globe.

Siga um pouco mais à diante e faça uma pausa no Bourough Market. Assim como toda grande cidade, Londres também tem o seu mercadão. Embora o atual prédio seja de 1851, o mercado em si já existia desde 1014!!!. Além das evidentes bancas com itens muito variados, existem bons cafés, bares e restaurantes.

Fica na 8 Southwark Street – se precisar de metrô, usar o Tube London Bridge. Funciona diariamente das 8h00 às 17h00.

Por fim, quase chegando à London Bridge, de que falaremos numa outra oportunidade, vocês avistarão dois prédios bem modernos que juntamente com o Gherkin, compõem o que há de mais moderno na arquitetura londrina, o The Shard e a Prefeitura de Londres.

Embora situado na margem oposta, o Gherkin, para quem não sabe é aquele prédio em formato de pepino em conserva, como o próprio apelido diz. Trata-se de um edifício comercial, situado na 30 St Mary Axe – aliás este é o nome oficial do edifício!.

Gherkin destoando da London Tower no primeiro plano.
Ah, é bonito vai!

Quando da sua construção, ele foi alvo de vários protestos por conta de “destoar” do skyline de Londres. Bem, é verdade, mas também é verdade que ele é lindo. Particularmente penso que ele mais parece um ovo de fabergé gigante – bem melhor!

Na margem sul do Tâmisa fica a sede da Prefeitura de Londres, num prédio moderno que mais parece um capacete de vidro. Belíssimo.

Que prefeitura hein?

Como vocês podem notar das fotos deste post, não dá para passar desapercebido pelo The Shard.

Ainda que não concluído na data de nossa visita, ele já estava com a sua parte estrutural completada, restando apenas alguns poucos itens para a sua inauguração dali a alguns meses.

The Shard às margens do Tâmisa.
Detalhe do topo, quase pronto!
Mistureba de estilos.

Com 310m de altura é o prédio mais alto não só da Inglaterra como também da Europa. E como era de se esperar, existe um incrível mirante de onde se tem belas vistas da cidade.

Para quem quiser visitar este novo ponto turístico de Londres, sugiro a leitura do post do blog Aprendiz de Viajante. Completão!

Próxima viagem para Londres certamente colocarei na minha lista!

No próximo post, vamos falar um pouco a respeito da loja mais famosa da Inglaterra, a Harrods.

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