Image default

Bali, ainda digna de Comer, Rezar e Amar?

Bali, uma incrível imersão cultural.

Bali. Destino que no ideal de muitos viajantes é sinônimo de exótico e paradisíaco.

Muito provavelmente você tenha no seu imaginário esta mesma ideia romântica-aventureira deste conhecido destino no Sudeste Asiático.

Mas o quanto semelhante é de fato a atual Bali com aquela mostrada em Comer, Rezar e Amar que tão bem se enquadra no imaginário do viajante?

Antes de responder a esta questão é preciso ter em mente que as lentes de Hollywood sempre irão distorcer para melhor qualquer lugar no mundo. Um exemplo recente que tive é Maya Bay que é lindíssima sim, mas nem de longe como apresentada nas telas.

A segunda coisa a considerar é que Bali é uma ilha enorme e lar de 4 milhões de habitantes, tendo áreas mais remotas e tranquilíssimas e cidades que são para lá de agitadas – que de românticas e charmosas não têm nada.

Ou seja, não adianta querer achar a Bali do best seller e blockbuster Comer, Rezar e Amar em tudo quanto é canto. A Bali do agito não conversa com a Bali do filme.

Estudando para a viagem me deparei (talvez como vocês também) com vários relatos de pessoas que se decepcionaram com a ilha. A grande maioria justamente por buscar em tudo quanto é canto por uma Bali hollywoodiana demais.

Esta é a Bali que eu procurava, a da tranquilidade dos arrozais.
Fala se um lugar com frutas assim.
Animais assim pelas ruas 
E onde as fezes de um bichinho fazem um café maravilhoso não é exótico???

Assim como qualquer turista que se interessa por aquilo que é culturalmente rico, eu tinha grandes expectativas a respeito de Bali. Contudo, aprendi a lidar com elas, controla-las já sabendo que a realidade poderia não ser lá tão perfeita quanto a mostrada no filme (não li o livro).

Este freio às expectativas me fez amar Bali e me mostrou o quanto é importante ouvir relatos e utilizar as experiências alheias para evitar os mesmos enganos.

Enganos do tipo fugir de experiências tipo pega turista; como a tentação de me hospedar apenas em uma cidade ou no meio do burburinho, ou ainda de achar que daria para me locomover por conta pela ilha, e principalmente, achar que em poucos dias iria conhecer a ilha inteira.

Nas dicas abaixo, tentarei compartilhar as dicas para que a sua viagem à Bali não pareça uma viagem a um destino de praia qualquer, mas sim uma experiência para ser lembrada como uma tremenda viagem.

No saldo geral, voltei com uma excelente imagem de Bali e a impressão de que na sua essência, ela ainda guarda muito do charme e do lado exótico que a colocaram na lista de desejos da maioria dos turistas e nas telonas mundo à fora.

Este espaço tão cativo no coração dos viajantes desfrutado por Bali vem daquilo que a ilha tem de melhor: seus templos, praias e culinária única. Ingredientes que fazem da ilha é o chamariz perfeito para os turistas em busca de algo genuinamente diferente.

Na lista dos surfistas, Bali em um lugar mais que cativo.

Mesmo acreditando que atualmente não existam mais lugares legitimamente tidos como exóticos, a diferença da cultura balinesa ressalta aquela sensação de “putz, como estou longe de casa”. Preciso dizer que eu adoro esta sensação?

É verdade que assim como outros destinos, como por exemplo Puket, Bali pagou um preço alto pelo seu sucesso. Basta ver que algumas áreas da ilha foram tomadas por bares e hordas de adolescentes-bêbados-desmiolados, no pior estilo Wild On.

Como já disse, foi a partir de relatos e opiniões retratando isso que resolvi literalmente evitar qualquer área mais badalada da ilha.

Não que eu seja chato não. Bem… Até sou, mas este não é o caso. Por tudo que li e vi, notei que as áreas mais badaladas da ilha, especialmente Kuta, são muito propícias para quem quer cair na noite – o que não é o nosso caso. O mesmo vale para os arredores de Denpasar que, com 800 mil habitantes, é a caótica capital da ilha.

O mais perto que passei da região de Kuta e Seminyak foi olhar pela janela do carro; e me dei por satisfeito.

Sem medo de parecer clichê, a Bali que procurávamos estava mais para algo como o mostrado em “Comer, Rezar e Amar” do que para “Se Beber Não Case”.

Então se você chegou aqui procurando por dicas de bares e baladas em Bali, sorry! Curta as fotos e aproveite os posts naquilo que lhe convier.

Se olharmos bem para Bali, mesmo sem conhecer nenhum outro destino na Indonésia, fica claro que esta ilha (uma das 17 mil que compõe o país) é realmente um mundo à parte dentro do país.

A ilha é bem mais liberal que o restante do país. Por mais que a Indonésia seja sim um destino tolerante com alguns comportamentos tipicamente ocidentais, nada se compara a Bali. Duvida? É só ver que recentemente a Indonésia lançou uma ideia de literalmente proibir a venda de álcool e até mesmo a sua fabricação em seu território. A exceção? Bali, que ficaria como uma zona livre.

Não é à toa que alguns a consideram, junto com as ilhas do sul da Tailândia, a Ibiza do sudeste asiático.

Em Bali não se fala o idioma oficial da Indonésia, o indonésio (bahasa indonesia), mas sim o balinês. Mas na prática isto não faz tanta diferença aos nossos ouvidos, afinal ambos são ininteligíveis para nós ocidentais. Mas fique tranquilo, nas áreas mais turísticas, o inglês é falado pela maioria da população. Ufa!

Ainda bem que tudo o que é importante ao turista está também em inglês.

Mas se você, como eu, quiser, vamos aprender o básico de balinês, anote ai:

Oi: HaiBom Dia = Rahajeng semeng

Como vai?: Apa kabar

Tchau: Salamat tinggal

Com licença: Permisi

Desculpe: Maaf

Por favor: Silahkan

Obrigado: Terima kasih / suksma

Sim/Não: Ya/Tidak

Um dos traços mais distintivos dos balineses frente ao restante da população indonésia é a religião, a qual reflete na arquitetura e nas artes, tão típicas da ilha.

Pura Tirta Empul, um dos templos mais diferentes de Bali.

A maioria da população da Indonésia (mais precisamente 87%) é composta por muçulmanos, o que faz dela a nação com a maior população muçulmana do mundo. A gente sempre tende a relacionar povos árabes à religião muçulmana (lembrando que não é a mesma coisa, ok?). Mas como a população total da Indonésia é de 230 milhões de habitantes (praticamente um Brasil!), eles passam qualquer outra nação neste quesito.

O interessante é que em Bali, estes são minoria, pois os balineses são quase que todos hindus – fruto da colonização da ilha por povo de origem indiana que acabou sendo expulsa de outras áreas após a expansão dos muçulmanos.

Ao menos que você não dê a mínima para a cultura local, o que é um verdadeiro pecado, é praticamente impossível visitar a ilha e não conhecer ao menos um dos vários templos ou pura, na língua local.

Como dito, Bali é predominantemente hindu. Mesmo sem jamais ter pisado na Índia, a maior nação hindu do mundo, notei uma diferença enorme entre os templos de Bali e, por exemplo os que vi em Singapura.

Pura Besakih.
Tanah Lot, um dos mais diferentes de Bali.

Os de Bali me pareceram bem mais clean e menos empetecados, por assim dizer. Nada contra, templos e igrejas ornamentadas – são lindas sim – mas sou da opinião que para conversar com Deus não precisa de tanto. Talvez por isso tenha gostado tanto dos templos de Bali.

Esta diferença decorre do fato de que o hinduísmo ali praticado é uma vertente do hinduísmo indiano tradicional que passou a ser praticado pelos primeiros imigrantes que chegaram à ilha lá muitos anos atrás, que resolveram criar um hinduísmo balinês misturando um pouco do hinduísmo indiano e com o budismo.

Enfim, não espere grandes ornamentos, mas sim uma bela decoração incrivelmente integrada à natureza. Para mim, perfeito.

O hinduísmo lá é tão diferente que permite até mesmo o consumo de carne de vaca.

Em algumas praças existem enormes estátuas de divindades locais.

Segundo a crença deles, os deuses e deusas estão presentes em todas as coisas, principalmente nos elementos da natureza. Fora isso eles também compartilham da ideia de karma – lei da ação e reação, e reencarnação. Hum… já gostei!

Os balineses enterram seus mortos como muitos fazem no Brasil. Mas após 5 anos, os corpos são desenterrados e cremados para liberar o espírito para que possa reencarnar na mesma família para seguir seu ciclo evolutivo.

Basicamente são três principais deuses: Brahma (da criação); Shiva (da destruição) e Vishnu (responsável pela manutenção do universo).

Algo que vocês notarão pelas ruas da ilha é a quantidade de oferendas (canang sari), normalmente alimentos, colocadas pelos balineses aos seus deuses em pequenos altares.

Oferendas por todos os lados.
Os macacos é que fazem a festa.

Colocadas em pequenas caixas de madeira, palha, ou folhas de bananeira, estas oferendas contêm comida, balas e às vezes até cigarros ornamentadas com folhas e flores. Quando colocadas no chão são para os espíritos, por assim dizer, menos evoluídos e as no alto para os mais evoluídos – porque não curto muito esta questão de bons e maus. Existem até cursos para turistas ensinando a preparar estas oferendas.

Reza a lenda que Bali tem 20.000 templos, ou puras, na língua local. Embora nesta conta estejam computados os pequenos templos localizados dentro das residências, templo é o que não faltará para você visitar.

Como o hinduísmo aceita com tranquilidade visitantes de outras religiões (não deveria ser sempre assim???), aproveite para conhecer uma cultura e uma religião que talvez seja bem diferente da sua.

O lado negativo fica por conta do fato de que muitos dos templos cobram pela entrada de visitantes. Eu particularmente sou muito contra tal cobrança ou eventuais restrições de acesso. Porém, o valor é bem baixo e não pesará no seu bolso.

Uma regra conhecida e praticada em todos os templos é o uso do sarong, algo muito parecido como uma canga que, tanto mulheres quanto homens, devem vestir para entrar nos templos – sem exceção.

Sarong também para homens.
Alguns templos alugam os sarongs, mas na dúvida tenha o seu. É baratinho.

A explicação está na ideia de que as partes não sagradas do corpo, devem estar cobertas (para eles bermudas não cobram nada!?!?). Mesmo que você esteja de calça é necessário pendurar um sash na cintura – algo como uma faixa.

Também não é bom abusar de decotes. Nada de mais, use o bom senso.

Mas existem algumas outras regras que, embora eu respeite, não me fizeram o menor sentido: mulheres que estejam menstruadas não podem entrar (dizem que são sujas?!?!); e pessoas em luto devem aguardar um mês para entrar nos templos (mas se elas estão tristes um dos melhores remédios não é rezar?).

Estas diferenças levam à existência de uma identidade cultural própria que está presente na arquitetura dos templos, nas roupas, e na dança típica que em nada se assemelha àquilo que se esperaria de uma nação muçulmana.

Enfim, aproveite Bali para uma imersão cultural!

Situada literalmente na borda da Ásia e quase na Oceania, a Indonésia é formada por mais de 17 mil ilhas – o maior arquipélago do mundo. Sim, você leu certo! Nenhum outro país é formado ou possui tantas ilhas quanto a Indonésia. E boa parte delas, 6 mil para ser mais exato, são habitadas.

Entrada de uma casa em Ubud.

A Indonésia é um dos poucos lugares que pode se gabar de dizer ser habitado pelo homem quase que desde sempre. Toda vez que vejo o nome Java (uma das ilhas mais famosas do país), a primeira coisa que me vem à mente são as aulas de história, ou melhor, pré-história. Ali foram encontrados fósseis de homo erectus que teriam vivido na região mais de 2 milhões de anos atrás.

Os primeiros povos a habitar de forma fixa a região foram povos de origem hindu e budistas, vindos respectivamente da Índia e da China. E lá pelo século XII vieram os primeiros muçulmanos, para formar o caldeirão cultural chamado Indonésia.

Embora o território indonésio tenha sido influenciado na sua história por vários povos estrangeiros, justamente por estar no meio da importante rota de comércio antigo entre a China e a Índia, ela foi mesmo é colonizada por um povo bem diferente e vindo de longe. Os holandeses. Lembram da companhia Holandesa das Índias Orientais?

Pois é, isto é algo bem curioso a respeito da Indonésia. Eles ficaram nada menos que 300 anos sob o julgo da casa real holandesa, até que com o final da Segunda Guerra Mundial, passou a ser uma nação independente (17 de agosto de 1945).

Tão longe e mesmo com uma cultura muito diferente da nossa, a Indonésia tem algumas semelhanças com o Brasil. Politicamente eles também são uma república com um presidente eleito a cada 5 anos. E mesmo existindo muita desigualdade social, a Indonésia tem a 18ª maior economia do mundo. Com um PIB de US$ 2,554 trilhões (15.º), a renda per capita é de apenas US$ 3.403 (109.º), o que resulta na 108ª posição no IDH.

Uma das coisas que mais me fizeram gostar de Bali foram os balineses. Vou tentar não ser parcial, ok?

Os balineses são super simples (reparem nas vestimentas).
Muito religiosos.
E mega atenciosos com as crianças.

Desde o primeiro contato, ficou claro para a gente de que estávamos diante de um povo bem fora do comum. No geral (porque exceções existem para tudo e em todo lugar), as pessoas são educadas e amáveis como em poucos outros lugares. O típico balinês fala baixo, é discreto e tem um simpático sorriso – como os tailandeses eles sorriem com os olhos.

O que mais chamou a atenção é a inocência e a bondade das pessoas. Tentei explicar para um balinês a questão da violência no Brasil e por mais que eu tenha suavizado muito a nossa realidade para que ele pudesse entender, ficou claro que para ele aquilo mais parecia um filme de horror com toques de ficção científica.

Os balineses simplesmente adoram conversar. Querem saber como você vive, o que gosta de fazer e por ai vai (e nós também!). Cinco minutos de conversa com um local e você já está encantado.

Mas não pense que tudo é um mar de rosas não. Situações de corrupção são tão endêmicas lá quanto no Brasil. Aliás este é um dos pontos nos quais, os balineses, tão quanto nós, têm muito que evoluir.

Os costumes locais são bem diferentes. Um deles e certamente mais doloroso, é o ritual de passagem dos meninos para a vida adulta que consiste em lixar os dentes caninos para que fiquem alinhados aos demais. Na marra é claro! Ai que dor!!!

Assim como alguns outros países orientais como Japão e Tailândia, os balineses retiram os sapatos para entrar em residências e até mesmo em alguns estabelecimentos comerciais menores. Faça como os locais e seja muito bem vindo.

Uma tradição local é a massagem balinesa, Numa outra oportunidade conto como foi.
Infinitamente reprovável, a briga de galos é comum lá. 🙁 

Outro fato que é curioso são os nomes. É comum que as famílias nomeiem seus filhos segundo a seguinte tradição: o primeiro filho se chama Wayan (ou Putu); o segundo Made (ou Kedek); o terceiro Nyoman (ou Komang); e o quarto Ketut. Dai para frente, volta tudo para trás. Enquanto sobra criatividade no Brasil, falta por lá!

Mas e as meninas??? É só colocar um Ni no começo. Já pensou se a moda pega por aqui???

Para quem estiver pensando em viajar para Bali com crianças, já adianto: superada a questão do tempo de voo, o restante é moleza. A comida como vocês verão a seguir é relativamente suave (bem menos apimentada que a culinária de outros países da região) e encontrar comida para bebês é muito fácil. Com bons hotéis em tudo quanto é canto, encontrar um que receba bem crianças é fácil – pouquíssimos não aceitam menores de idade.

Bali com crianças? Por que não?

Só não espere uma super infraestrutura para os pequenos não. Não espere facilidades como trocadores em banheiros públicos e etc. Tenha seu esquema próprio. Comida para bebê é bem fácil de achar também nos supermercados locais, valendo o mesmo para outras necessidades básicas dos pequenos.

Fora isso, os balineses são incrivelmente atenciosos e respeitosos com crianças. Eles acreditam que elas vêm diretamente de Deus, e que quanto mais novas, mais próximas Dele. Adorei a teoria (ou seria prática???).

Se com tudo isso vocês se convenceram que Bali é um excelente destino de férias, vamos às questões práticas que podem ajudá-los a programar a sua viagem para lá.

Bali tem praticamente cinco regiões, digamos assim, mais turísticas, onde se concentram a maior parte dos hotéis: Ubud, Kuta, Nusa Dua, Seminyak e Jimbaran. 

Casa de quase 4 milhões de pessoas, Bali não chega a ser enorme, mas o trânsito local faz pequenos deslocamentos virarem viagens nada fáceis. Basta lembrar que eles dirigem pela mão inglesa, ou seja pela esquerda e em estradas bem estreitas. Assim, uma dica importante em Bali é planejar muito bem o seu dia-a-dia para otimizar as viagens.

Divida a estadia. Como pretendia ver tanto o lado mais cultural de Bali quanto as suas famosas praias, optei por dividir os nossos 5 dias na ilha da seguinte forma: 3 em Ubud para um maior contato com os templos e a cultura local e 2 em Nusa Dua para curtir praia mesmo. Como vocês perceberam, pelo tamanho da ilha, uma hospedagem assim dividida permite ver com tranquilidade as duas faces de Bali sem sacrificar-se numa maratona turística onde perde-se horas no trânsito.

Preferi dividir a estadia com alguns dias na tranquilidade
E cultura de Ubud.
E outros para as praias, como Bingin
E Nusa Dua.

Quanto tempo? Se você é daqueles que acha que uma ilha pode ser vista em dois ou três dias. Bali fará você mudar de ideia. Ela é uma ilha relativamente grande e os deslocamentos, como dito, podem ser complicados.

Daí porque se me perguntassem quantos dias ficar ali, responderia que o mínimo, para ter uma noção como é o local são 3 ou 4 dias, dependendo do seu ritmo de viagem, e mesmo assim será corrido. Se você gosta de ficar na praia ou num hotel bacana relaxando sem fazer nada, ai pode acrescer uns 2 dias para curtir sem pressa.

Se a ideia for visitar outras ilhas, como as Gili, ou ainda fazer uma parada na capital da Indonésia, Jacarta, aumente mais ainda a quantidade de dias de viagem.

Bali deve ser curtida com calma.
Para aproveitar os detalhes.

Quando ir? A alta temporada em Bali ocorre nos meses de julho e agosto e no Natal e Ano Novo. Janeiro à abril e outubro-novembro são baixa temporada, mas dizem que chove mais.

A Indonésia exige “visto” de turismo para brasileiros. As aspas se justificam porque o procedimento atual praticamente equivale à uma ausência de visto.

Embora no passado o procedimento era a exigência de um visto chamado Visa on Arrival (visto na chegada) com o pagamento de uma taxa de US$35 ou US$10 para vistos de turismo para 30 ou 7 dias – o que foi o nosso caso – o procedimento mudou.

A partir de 21 de março de 2016 não existe mais a taxa para brasileiros (e mais de 150 nacionalidades) e a validade do visto de turismo é de 30 dias sem extensão. Embora o procedimento atual, continue sendo um Visa on Arrival, dada a inexistência de taxas e simplicidade equivale na prática à uma simples imigração.

Então se você estiver lendo alguma outra informação diversa desta, anterior à dezembro de 2015, ignore e considere esta atualização quanto à isenção de taxa de visto de turismo.

Para ingressar você precisará apenas de um passaporte com pelo menos ainda 6 meses de validade a contar da data da sua chegada ao país; uma passagem de volta; e (eventualmente) comprovar que tem como se manter durante a estadia. Nada mais!

Ponto para o governo local que aplicou isto para toda a Indonésia. Aqui e aqui informações a respeito.

A Indonésia, assim como alguns outros destinos da região, exigem a apresentação do certificado internacional de vacinação comprovando que você tomou vacina contra febre amarela.

A imigração local não exige a contratação de seguro viagem, mas para evitar os altos custos de tratamento no exterior e viajar tranquilo, recomendo que você faça um. Confira aqui os benefícios da Real Seguro Viagem, parceira do blog, ou clique no banner ao lado.

E já que o assunto é passaporte, a gente espera nunca precisar, mas é sempre bom ter anotado. A embaixada brasileira fica em Jacarta. Em Bali, existe um consulado honorário: Firdaus Siddik, telefone: +62 0361 769 122, fax: +62 0361 769 030 fsiddik@lotusmountainview.com – Kuta Central Park, Ring 10, Bali 80361.

Situada no Sudeste Asiático, não existem voos diretos ligando o Brasil à Indonésia, muito menos à Bali. Assim, para chegar à Indonésia é necessário escolher um ponto de escala, que pode ser, por exemplo Dubai pois a Emirates tem algumas das melhores tarifas aéreas e os serviços são excelentes.

Nós utilizamos a Emirates até a Ásia, e chegamos em Bali a partir de Hong Kong voando pela Garuda, a empresa aérea indonésia. O review deste voo você encontra na aba de voos ao lado.

Para quem já está na Ásia é um pulinho!
Aeronave da Garuda em Bali.

Para chegar em Bali, a única forma viável é pelo Ngurah Rai International Airport (DPS), um aeroporto inaugurado em 2013.

O aeroporto parece pequeno na sua área comum ao público, mas a parte interna é muito moderna e tem excelentes lojas na área de dutyfree. Chama a atenção o fato de que assim como em Israel, logo na entrada passa-se por um detector de metais e raio-x para bagagem antes mesmo de adentrar ao
saguão.

Ngurah Rai International Airport, ou simplesmente DPS.
Dufyfree do aeroporto: excelente.

Como ir do aeroporto para o seu hotel? A primeira dica é evitar o incomodo assedio dos taxistas que às vezes querem cobrar mais do que deve pelas corridas. Vejo duas opções: contratar um transfer diretamente com o hotel ou com algum motorista privado local. Mas se quiser mesmo assim ir de táxi, pechinche muito, pois se você aceitar o primeiro preço, pagará algo até três vezes maior do que o devido! A alternativa mais segura para quem quiser utilizar táxi é contratar um daqueles táxis pré-pagos no balcão de desembarque – pelo menos são mais confiáveis e você terá a quem reclamar depois se tiver algum problema. 

Para quem está acostumado a utilizar transporte público, vai estranhar Bali porque a ilha simplesmente não tem transporte público. Locomover-se por conta própria por lá é um desafio e tanto, e muita gente acaba voltando com uma imagem negativa de Bali por conta de tentar se locomover por conta e ter muita dor de cabeça.

Sem linhas regulares de ônibus, os locais preferem as motos. Por conta disso existe um verdadeiro mar de motos. Aliás como para a maior parte dos balineses a moto é o meio de transporte principal, é comum ver o pessoal dirigindo motos muito, ou melhor, mega carregadas com tudo o que você pode imaginar. Sabem aquelas fotos que vocês encontram na internet de gente pilotando uma moto com a família inteira na garupa, mais cachorro,papagaio e todas as compras do mercadão? Então lá é assim! Modo motoboy hardcore!

Ao turista, por conta da inexistência de transporte público, as opções que sobram são poucas: alugar um carro e dirigir na mão esquerda por estradas estreitas; alugar uma moto (o preço é baixo, mas o risco é alto); utilizar os táxis ou contratar um motorista particular.

Como não haveria a menor condição de alugar uma moto com uma criança de colo, logo descartei esta opção. Se você quiser encarar, esteja ciente de que as regras sobre habilitação variam muito. Li relatos de gente que não precisou apresentar nada além da nossa CNH para carro; gente que apresentou a PID (carteira internacional) e teve problemas com a polícia local. Enfim, tem de tudo. A única certeza é que este é o esquema mais econômico que existe, pois o aluguel é barato e a gasolina idem, mas o risco…

Um mar de motos em Ubud.
Olha o vendedor de produto de limpeza ai freguesia!!!
E os postos de gasolina normalmente se limitam a bancas à beira da estrada como esta.

Pelo que disse acima, já descartei de cara alugar um carro.

Sobrou contratar um motorista particular. Sei que pode parecer luxo ou algo caro, mas em Bali isto não é só acessível, mas também uma necessidade. Imagine alguém te levando para tudo quanto é canto no conforto do ar-condicionado e sem stress.

Mas onde achar um motorista em Bali? Olha não conheço nenhum motorista em Bali, mas tenho um amigo que é motorista! Brincadeira. Digo isto porque o motorista que escolhemos, e que já foi indicado por muitos blogueiros brasileiros (Dri Miller para citar uma), é tão simpático, tão gente boa que acabou virando um amigo.

Educado, simpático e divertido na medida certa o Wayan Roby Parwanto (simplesmente Roby para os clientes) é um típico balinês bom de conversa. Muito do que vocês leram aqui aprendi com ele.

Olha o Roby ai! A very nice guy!!!
E o carro dele é super espaçoso e confortável.

O inglês dele é excelente, mas ele também arrisca italiano e já sabe umas boas palavras em português. Aliás ele adora aprender novas palavras e coisas sobre o Brasil. Contribui com um pouco de política e os apelidos dos torcedores dos times de futebol de São Paulo. 🙂

Por um preço justo você contrata ele por dia (para vários dias ele dá um desconto) para fazer tours personalizados com ele pela ilha. Ele conhece cada canto da ilha e sugiro que você já dê para ele uma dica do que mais te interessa, tipo praias ou templos, e principalmente quantos dias tem disponível. Ele irá te dizer exatamente o que é melhor fazer em cada hora e a sequencia segundo o fluxo de turistas e até as marés. Bali like a VIP!

Olhando a minha experiência em Bali como um todo e comparando com o restante dos relatos que li, vejo que tive dois fatores que fizeram a diferença na nossa viagem: não ficar nas áreas mais agitadas da ilha, privilegiando áreas mais tranquilas; e ter contratado um bom motorista particular para os nossos deslocamentos. 

Se vocês contratarem o Roby, me façam dois favores: falem que ficaram sabendo dele aqui pelo Diogo do Cumbicão e mandem um abraço para ele! Anote ai o contato dele no Facebook (https://www.facebook.com/wayanrobyparwanto.roby) e e-mail: wayanrobyparwantoroby@yahoo.com

Custo da viagem. Se de um lado você vai gastar um pouco mais com a passagem aérea até lá, terá uma bela economia com os outros itens, como por exemplo hospedagem e refeição. Em Bali é possível reservar um excelente hotel pagando bem menos do que se pagaria em um hotel mediano na Europa, por exemplo. Come-se muito bem com muito menos do que se gastaria num restaurante de São Paulo. Enfim, uma vez lá, o custo da viagem fica bem mais baixo do que outros destinos.

Ubud Wana Resort.
E Novotel Nusa Dua, dois excelentes hotéis que tivemos durante a nossa viagem com preços incríveis.
Come-se bem gastando pouco.

O fuso horário de Bali é 11 horas à frente de Brasília – mas depende do nosso horário de verão.

A posição geográfica da Indonésia, perto da linha do Equador, faz com que as temperaturas variem pouco ao longo do ano, tendendo sempre a serem altas. O que muda bastante é a questão das chuvas. Ali chove mais no começo e final do ano. Mas como sempre, tempo tem previsão, não certeza. Nos mesmos já comentamos em nossa viagem anterior à Ásia sobre o fato de não termos pego chuvas em plena temporada das monções, e o mesmo aconteceu desta vez.

Para uma média, confira as temperaturas abaixo:

  Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dec
Max °C 29 30 30 32 33 31 31 31 31 31 31 30
Min °C 23 22 23 22 23 22 22 22 22 23 23 23
mm 90 90 90 70 70 50 40 40 50 60 70 90
Dias 16 15 14 12 9 5 4 3 4 8 13 13

Bali é relativamente segura, deve-se estar atento apenas para pequenos furtos ou golpes. Nada de mais. É como sempre digo, para quem vive no Brasil, (quase) qualquer lugar no mundo é mais seguro.

É verdade que a Indonésia, mais especificamente Bali foi alvo de um atentado terrorista em 12/12/2002 no qual uma bomba explodiu num bar muito frequentado por turistas em Kuta Beach e uma outra no consulado americano em Denpsar. Neste ato morreram 202 pessoas, sendo 164 turistas estrangeiros – dois brasileiros. Hoje, há no local um memorial – Memorial Wall (Jl Legian) – com uma escultura e bandeiras com a nacionalidade das vítimas.

Ah, já ia esquecendo… Algumas áreas têm risco de tsunami.

Ainda que os holofotes da mídia brasileira tenham voltado recentemente para a questão do tráfico de drogas em Bali, prefiro não me posicionar. Só deixo aqui um link para uma interessante matéria e saibam que mesmo com toda a repressão, a oferta de drogas é comum em determinados lugares. Às vezes sob a estranha forma de shakes de cogulemos mágicos. Sei, sei…

A moeda local é a rupia indonésia (IDR ou Rp), e vem em moedas 50, 100, 200, 500 e 1.000 rupias (não tem centavos); e notas 1.000, 2.000, 5.000, 10.000, 20.000, 50.000 e 100.000. A rúpia indonésia tem um valor cambial muito abaixo do real (ufa!). Então não se assuste se para pagar o seu hotel você precisar de alguns milhões de rúpias. Confira aí a cotação para a data presente:

IDR 1 = R$ 0,00026 ou R$ 1 = IDR 3.805,94

IDR 1 = US$ 0,00007 ou US$ 1 = IDR 13.605,40

Muito dinheiro? #SQN.
ATMs por todos os lados.

Além dos onipresentes ATM´s onde é possível sacar rúpias direto de sua conta corrente (vide post sobre cartões de débito no exterior), existem sempre as casas de câmbio. Não utilizei casas de câmbio.

Bancos abrem de segunda-feira à sexta-feira das 8h30 às 16h30. Não existem bancos de bandeiras brasileiras.

E por falar em dinheiro, Bali é um excelente destino para compras de alguns itens como artesanato, principalmente peças decorativas em madeira teca e têxteis. O mais legal é que estamos falando de artesanato mesmo, coisa feita a mão; daquelas em que você vê a pessoa ali fazendo. Nada de made in china travestido de artesanato não!

Em Bali tem muita coisa diferente para comprar. Ou só para ver!
Artesanato de verdade.
Um bom lugar para compras é o Ubud Market, do qual falaremos no próximo post.

A maioria destes itens são encontrados nas feiras e mercados das cidades, onde a regra é pechinchar. Para isso, não existe regra mas acredito que existem alguns passos que vocês podem seguir: só dê o lance se você for realmente comprar; não demonstre tanta empolgação com o item; educadamente procure por defeitos que possam reduzir o preço; comece com uns 60% do valor que lhe oferecerem inicialmente; e suba lentamente até chegarem a um consenso. Se a sua oferta não for aceita, agradeça e vá embora – muitas vezes o comerciante literalmente corre atrás do comprador! 

Na Indonésia, o sistema de VAT refund está disponível apenas em determinadas lojas, indicadas com o logo do programa “VAT Refund for Tourists“. A compra deve ser de no mínimo IDR 500.000, e o reembolso é válido se a compra tiver sido feita dentro do prazo de um mês anteriormente à saída do país. De posse dos formulários entregues pelas lojas, basta passar pelo guichê da alfandega no aeroporto, apresentar o comprovante de compra e eventualmente a mercadoria.

Os plugs de tomada são do tipo dois pinos redondos, como o nosso antigo padrão.

Infelizmente Bali peca por não ter um centro de informações turísticas oficial e completo. Pelas cidades, a melhor opção para pegar um mapa ou uma informação qualquer são os hotéis e algumas agências de turismo. Na internet, o site Discovery Bali Tours acaba fazendo as vezes de portal de informações, mas não espere muita coisa não.

Enfim, esta foi a nossa nada breve introdução à ainda incrível Bali que sabendo aproveitar e conter as expectativas, é sim digna de Comer, Rezar e Amar.

No próximo post da série: Ubud, um dos lugares mais incríveis da ilha.

 

Quer receber mais dicas de viagem e saber quando saem os próximos posts?

Curta nossa página no Facebook, aqui.

Siga-nos no Twitter @cumbicao.

E no Instagram – Cumbicão. 

Booking.com
Posts relacionados
Cebu, uma maravilhosa primeira impressão das Filipinas
Diogo Avila
Disneyland Hotel, uma experiência digna da realeza
Diogo Avila
Viagem às Filipinas: roteiro e dicas
Diogo Avila

Deixe um comentário