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Como é voar Garuda de Hong-Kong para Bali

Garuda, uma das top do Skytrax.

Sinceramente, o título deste post deveria ser algo como expectativa x realidade. Ainda estamos longe de poder dizer que voamos com as principais empresas do mundo, mas já podemos dizer que voamos com boa parte delas (até agora foram 20 reviews); e ao avistarmos a possibilidade de voar em uma das empresas que estava no top 10 do ranking da Skytrax, que lista as melhores empresas do mundo para voar, logo me empolguei.

Mas infelizmente a nossa experiência com a Garuda foi mais empolgação do que outra coisa, já que ante a sua posição no citado ranking, ou dei muito azar, ou a coisa não é bem como a mídia apresenta.

No último levantamento efetuado pela Skytrax, a Garuda figurava na 11ª posição dentre as melhores empresas aéreas do mundo na opinião dos passageiros; ao lado de potências como Emirates; Qatar Airways; Singapore Airlines; Cathay Pacific; ANAs; Etihad Airways; Turkish Airlines; EVA Air; Qantas Airways; e Lufthansa – no ano anterior ela era a 8ª!

Dentro da aeronave eles expõem com orgulho o título.

Para quem nunca ouviu falar da empresa, a Garuda é a principal empresa aérea da Indonésia, e pasmem… é uma estatal!!! Sim, por incrível que pareça lá eles ainda tem este tipo de patrimônio. Digo isto porque estatal que funciona é patrimônio, estatal só para ser cabide de emprego é estorvo. #momentodesabafo!

A Garuda tem uma excelente malha de rotas domésticas, atendendo toda a Indonésia; e oferece também voos internacionais para diversos destinos (ainda que parte seja em codeshare) tanto no continente asiático como também para os EUA; Oriente Médio; África; Oceania; e as principais cidades da Europa. Invejável né? Fala aí uma empresa brasileira que tem tantas rotas…

As rotas internacionais da Garuda. Créditos: site da Garuda.

A nossa experiência com a Garuda surgiu a partir da necessidade de irmos de Hong-Kong à Bali. Como a opção que parecia mais óbvia, a empresa de Hong-Kong Cathay Pacific apesar da boa fama de seus serviços tinha preços simplesmente proibitivos, passei a estudar as hipóteses e a Garuda surgiu como uma boa opção de custo benefício.

Realmente, no quesito custo, apenas para que vocês possam comparar o preço da passagem, enquanto um bilhete Hong-Kong – Bali, para outubro por exemplo, sai por HKD 7.870 na Cathay Pacific, na Garuda, ele custa HKD 2.266. Logo, para esta rota, salvo alguma low-cost, o melhor custo benefício é mesmo da Garuda.

Começando pelo primeiro contato com a empresa, que é o processo de compra dos bilhetes, como de praxe fiz diretamente no site da empresa. Fácil de utilizar não tive nenhum problema com a aquisição que foi rápida e descomplicada.

Apenas um detalhe: logo no momento da compra você é obrigado a fornecer os dados do seu passaporte, o que não seria nenhum problema se não fosse o fato de que o meu passaporte e o do Cumbiquinho venceriam no decorrer da viagem. Logo, não poderíamos fornecer o passaporte novo que nem havia sido providenciado. Solução? Fornecer os dados do passaporte antigo e depois corrigir através do excelente serviço de atendimento ao consumidor que resolveu tudo com facilidade e nos proporcionou um embarque sem problema algum.

O programa de milhagens da Garuda, o Garuda Miles, permite o acúmulo e a utilização das milhas voadas em empresas do SkyTeam e são bem conhecidas do público brasileiro como Delta; Aerolineas Argentinas; AirFrance/KLM; e Etihad. Portanto se você voa com frequência com alguma destas empresas, pode ser uma boa pontuar as milhas voadas da Garuda nelas. Já fazer a adesão ao Garuda Miles, acho que só vale mesmo para quem voa muito com a empresa indonésia.

Check-in completamente sem filas.

Para franquia de bagagem, o esquema é o seguinte: para bagagem de mão a Garuda segue
a regra dos 115cm lineares (a somatória das medidas altura, comprimento e largura não pode ultrapassar estes 115cm) limitados a 7kg, o que é bem razoável. Nos voos domésticos o limite é de uma 1 mala com no máximo 20kg; e nos internacionais, embora haja uma variação conforme o destino, a média é de 1 volume com 30kg. Os detalhes atualizados vocês encontram aqui.

O check-in em Hong-Kong foi super rápido e sem entraves. Perfeito. 

Aliás se me pedirem uma sugestão para este voo específico ou qualquer outro partindo de Hong-Kong é que você faça o check-in o quanto antes para curtir a parte interna do aeroporto. Disparado um dos mais legais que já vi! Confira ai algumas fotos:

O aeroporto de Hong-Kong é praticamente uma cidade de tão grande.
E é super movimentado 24hs por dia.
E as lojas então…
Só marcas de luxo.
Dior no aeroporto de Hong-Kong.

Como de praxe, despachamos o carrinho de bebê só no portão de embarque e o retiramos também na porta da aeronave. Super tranquilo!

A aeronave utilizada nestes voos é um Boeing 737-800, que me decepcionou bastante. Como já disse, as minhas expectativas com a Garuda eram enormes. Mas vale aqui alertar que não estou falando de tapete vermelho ou uma comida de restaurante Michelin; estou falando do básico: um avião em bom estado de conservação e limpeza; atendimento cordial; pontualidade e tudo o mais que é bem básico numa viagem, seja ela de avião ou qualquer outro meio de transporte. 

Então, a primeira coisa que chamou a atenção foi o estado de conservação do Boeing 737-800. Ele pareceu muito antigo e certamente mal conservado. Não é de hoje que mesmo algumas rotas que as empresas consideram simplesmente menos lucrativas, são utilizadas aeronaves mais antigas. Isto não é apenas o caso da Garuda, mas de outras tantas por aí.

No finger em Hong-Kong.
E desembarcando na pista em Bali.

Aeronave mal conservada já tivemos algumas como vocês já viram por aqui. Mas duvido que algum leitor tenha tido a oportunidade de matar uma barata a bordo. Sim, uma barata! Não chego a ser paranoico, e como muitos tenho ciência de que um avião não é o lugar mais limpo do mundo, embora possa parecer. Mas dai para achar uma barata a bordo são milhas de distância.

Como vocês podem ver das fotos, escolhemos aqueles assentos que compõem a primeira fileira, justamente para que o Cumbiquinho (e as nossas pernas!) pudesse ter mais espaço. Atingida a altitude de cruzeiro e desligado o aviso de apertar os cintos, a gente costuma deixar ele brincar ali.

Estava eu escolhendo o que ver sistema de entretenimento de bordo quando, de rabo de olho, tenho a impressão de ver algo se movendo na parede ao meu lado, vindo da classe executiva que ficava logo ali.

Olho mais uma vez e vejo uma barata. Sem pestanejar, peço para a Sra. Cumbicona me passar a revista que ela estava foleando – na verdade praticamente tomei a revista da mão dela. Fiz um rolinho e num golpe certeiro esmago a indesejada passageira com a revista. Algumas pessoas ao lado olham sem entender. Devem ter pensado que eu era louco. Disfarço e com um sorriso viro a revista ao contrário guardando os restos mortais e coloco tudo naquele saquinho para enjoo. Fiquei rezando para não reaproveitarem a revista.

Preciso dizer que depois disso retiramos imediatamente o Cumbiquinho do seu “playground”? Preciso dizer que a Sra. Cumbicona passou o resto do voo com as pernas para cima? Dormir? Isto para não falar em comer…

Na hora foi um desconforto bem nojento ter certeza que viajávamos com baratas, afinal onde há uma, existem outras! Mas depois virou história de viagem: a Barata Garuda!

No quesito limpeza a bordo, a Garuda conseguiu levar o título de avião mais sujo. Só espero que nos nossos caminhos nenhuma outra empresa a supere.

Passada a questão da limpeza, a aeronave estava configurada para o padrão 3-3 na classe econômica.

As poltronas da frente tinham um bom espaço para as pernas.

Por termos viajado nesta primeira fileira, não tenho como avaliar a distância das entre as demais poltronas. O que pudemos notar é que o espaço nesta primeira fileira estava conforme a maioria das empresas em que voamos neste assento (digo isto porque já pegamos
voo da TAM para o Chile onde mesmo na primeira fileira o espaço era menor, tipo joelho na parede!). A inclinação do encosto também era bem satisfatório.

O sistema de entretenimento a bordo não tinha nada de especial. Bem antigo para os padrões atuais, a tela era fixada na parede, o que impede tanto um melhor ajuste à altura do passageiro, como também proximidade – pequena demais para uma distância desta. O controle é sensível ao toque e as opções de filmes adequadas à distância do voo. Mais um item um pouco longe dos padrões esperados para uma Top 10 do Skytrax.

Bons filmes, mas tela pequena e fixa na parede (normalmente ela sai do apoio do braço). 

O tempo de voo entre Hong-Kong e Bali foi de 5 horas, realizado entre o meio da tarde e começo da noite.

Ah, hora da refeição! Uma só pergunta? Depois de matar uma barata, você ainda come no restaurante? Bem como estava morrendo de fome e mesmo que tivesse um paraquedas, não haveria nenhum restaurante nas proximidades, resolvi ir contra meus instintos de sobrevivência e tentei dentro do possível comer o jantar servido. Tive um momento de reflexão: o que está lacrado não foi preparado na aeronave e em tese não teve contato com nada que me lembrava a nossa “amiguinha”.

Primeiro um suco com amendoins.
E depois o jantar: razoável.

A refeição tinha um bom tamanho, mas um tempero mais forte. Ok, isto é relativamente normal em voos regionais com empresas aéreas locais. Talheres de metal, algo realmente cada vez mais raro hoje em dia.

O lado bom ficou por conta do atendimento de bordo. Sempre muito simpáticas, as comissárias trouxeram uma refeição de bebê para o Cumbiquinho que havia sido previamente requerida no site da empresa, e também um kit com alguns simpáticos bichinhos de pelúcia dentro de uma bolsinha.

Mimos para as crianças.
Nas poltronas, um travesseiro e um cobertor.

No quesito pontualidade, a Garuda cumpriu à risca o horário do voo. Isto é algo que me preocupou até o último minuto da viagem, pois embora não estivesse dentro do controle da empresa, dias antes, por mais de uma vez, o aeroporto de Bali ficou fechado por conta de uma erupção vulcânica em uma ilha vizinha.

Bem, em parte pelas minhas altas expectativas frustradas, mas muito mais pela questão da barata, posso dizer que se pudesse escolher não sei se repetiria a dose com a Garuda. Espero seja de fato algo muito raro e isolado e que certamente não orna com o prestigiado ranking!

E você já voou com a Garuda? Como foi? Deixe seu comentário abaixo.

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2 comentários

Yuri Torres 17 de setembro de 2016 at 01:32

Diogo, ótimo review! 😉

Só gostaria de chamar atenção para a questão dos destinos da Garuda: a maior parte do mapa são destinos em code-share! Na Europa por exemplo, ela só voa para Londres Heathrow e Amsterdã (a linha contínua).

Responda
Diogo Ávila 17 de setembro de 2016 at 13:14

Obrigado Yuri pela informação!!! Ajuste feito. Abraço.

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