O que fazer durante uma conexão em Madri

Conexão longa em Madri? Que tal aproveitar o tempo para dar uma passeada pela cidade? Conhecer algumas de suas atrações turísticas? Ou simplesmente comer bem? Certamente melhor do que ficar preso horas a fio no aeroporto sem nada para fazer.

Neste post, vamos contar como foi a nossa experiência em Madri, a capital espanhola. Contaremos como ir rapidamente do aeroporto à cidade, onde deixar a mala e principalmente o que dá para visitar em uma escala de praticamente 1 dia na cidade e outros itens para um passeio legal na cidade.

Então vem com a gente em um post da série como aproveitar melhor as suas conexões de voos para curtir algumas horas em mais uma incrível cidade.

Apesar de já ter falado disso no post acima mencionado, não custa nada reprisar: em um dia você não conhecerá tudo na cidade. Ainda mais em uma cidade cheia de atrações e onde daria para passar fácil uma semana como Madri.

Mas, na linha de melhor sair para dar um passeio do que ficar moscando no aeroporto, sugiro muito que você aproveite as horas entre voos para ao menos dar um breve passeio pela cidade.

Quanto tempo precisa?

Metade do sucesso de um lay-over tour (nome chique que acabei de dar para este passeio durante a conexão entre um voo e o outro) está na agilidade e a outra metade está no planejamento.

Então, foco no tempo e no planejamento.

Acho que você irá precisar no mínimo de uma janela de umas 8 horas entre os voos para um passeio razoável, já que é preciso descontar o tempo necessário para ir de-para a cidade e ainda uma folga para os procedimentos de reembarque.

No nosso caso, tivemos duas escalas na nossa viagem para Portugal, sendo uma janela de 13 horas na ida e 9 horas na volta. Então deu para passear bastante e ainda por cima dividir as atrações em dois “dias”. Portanto eventualmente não considere que dê para fazer tudo o que apresentaremos neste post em uma escala só. Mas se você conseguir, será top!

Não se esqueça de planejar exatamente quantas e quais atrações deseja visitar e coloque-as em uma ordem que possibilite por exemplo, que a mais distante do aeroporto seja a primeira, e a última seja aquela mais perto do aeroporto, ou pelo menos da estação de metrô que te levará de volta. Ok?

Acho super importante como primeira etapa do seu planejamento conhecer o layout da cidade de Madri e pontuar no Google Maps ou outros aplicativo de sua preferência as principais atrações.

Imigração? O que fazer com as malas?

Ainda que você tenha um voo na sequência, o controle de imigração é sempre feito no primeiro voo seu chegando à Europa. Ou seja, a imigração neste caso é feita logo na chegada à Espanha.

Então, saindo ou não do aeroporto para um passeio, você irá passar pelos oficiais da imigração.

Muita gente morre de receio de passar pela imigração na Espanha. Ok, vira e mexe aparecem casos de brasileiros que são enviados de volta.

Aqui vale sempre falar a verdade. Caso seja questionado, informe que está seguindo viagem para outro destino final, mas que como você tem uma conexão, pretende aproveitar o tempo para conhecer Madri.

Creio que muito provavelmente você não tenha problema algum neste sentido, porque estará comprovadamente “só de passagem”, sendo o boarding-pass para o próximo trecho a maior prova disso.

Então coloque no seu tempo, mais ou menos 1 hora para passar pela imigração.

Mas e as malas?

Bem, normalmente as malas vão direto para o destino final. Porém, em alguns aeroportos, para conexões mais longas, você é obrigado a retirar elas e re-despachar para o próximo voo.

Muitas vezes este procedimento acaba sendo um empecilho para um lay-over tour, já que andar pela cidade carregando uma malona não é factível.

Então a primeira coisa que você precisa pensar neste aspecto é como será este procedimento. Consulte a empresa aérea, muito provavelmente eles terão como lhe informar isso e você poderá já se programar.

Se você tiver que retirar as malas em Madri logo na chegada, não se desespere. Seu lay-over tournão está arruinado não. Apenas terá um custo extra.

É que em Madri, diferentemente dos EUA, por exemplo, existem guarda-volumes, ou lockers no aeroporto. Neles você paga um valor e deixa as suas malas com total segurança. Certa vez fizemos isso em Xangai e foi excelente.

Tremenda ajuda para quem quer fazer um lay-over tour, já que alguns países, como os EUA, desativaram os seus lockers em aeroportos depois da onda de atentados.

Em Madri, estes lockers estão situados no hall do aeroporto antes de você descer para a estação de metrô. O custo na época da nossa viagem era de aproximadamente €10-20 dependendo do tamanho da mala.

Como ir do aeroporto à Madri

Neste ponto o passeio conta com uma enorme vantagem: o transporte em Madri é muito eficiente e a malha de metrô te ajudará a fazer os deslocamentos de forma rápida e confiável.

Como no caso dos voos da Ibéria partindo de São Paulo, chegam pelo Terminal 4 (T4), considere este, salvo alterações de última hora, na sua programação.

Sem dúvida, a forma mais econômica e rápida é o sistema de transporte público, e no caso de Madri, você tem duas opções:

Utilizar a linha 8-lilás do metrô que vai dos terminais T1, T2 e T3 (sempre embarcando pelo piso 1 do Terminal 2; ou pelo T4 (também piso 1) até a estação Nuevos Ministérios em aproximadamente 15 minutos todos os dias entre as 6h05 e 1h30.

Custo? Na data da nossa viagem existiam duas tarifas, uma fixa por €6 e outra que custava pelo menos €4,50 com 5 paradas + €0,10 por parada adicional até o limite de €5 para 9 paradas. Eu achei na época mais vantagem comprar o bilhete para o dia todo, assim tinha como ir e voltar para o aeroporto e ainda fazer algum outro deslocamento que fosse necessário na cidade.

No site do metrô você pode conferir o preço das tarifas atualizado e o mapa das estações, tem inclusive um mapa só com as atrações turísticas.

Apenas uma pegadinha, não desembarque na estação Barajas, porque ela não é o terminal, apesar de levar o nome do aeroporto.

A outra opção é utilizar o trem C-1 que também parte do T4 (para os demais, use o ônibus que interliga os terminais).

O trem passa a cada 30 minutos, e opera das 5h56 às 23h33, chegando na cidade (e vice-versa) em 30 minutos. Na época da nossa viagem, o bilhete custava €2,60, mas não deixe de confirmar a tarifa atualizada.

O trajeto também passa por pontos importantes de Madri, e para uma conexão mais central, talvez seja uma boa ir até a estação Atocha e dali ligar com o metrô se necessário. Vale dar uma olhada no mapa da rede de trens.

O que ver e fazer em Madri?

Com pouco tempo e conciliando o que era mais central com o essencial, sugiro o seguinte roteiro:

Como dá para ver do mapa acima, o nosso passeio começou assim que descemos na estação Banco de Espanha do metrô (linha 2- vermelha), ao lado da famosa Fuente de Cibeles.

Esta famosa fonte situada em uma rotatória / praça de mesmo nome é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Madri e onde as multidões se junta para manifestações e comemorações, como por exemplo os muitos títulos do Real Madri.

A fonte construída em 1782 por Ventura Rodrigues tem a deusa grega Cibeles, que é a deusa da fertilidade, em uma grande carruagem.

Ao redor da praça, uma série de edifícios lindos, como por exemplo o Palácio de Cibeles, onde funciona a prefeitura da Madri e do outro lado da avenida Passeo do Prado, o Banco da Espanha (não confundir com a Casa da Moeda do La Casa de Papel!).

Dali, siga alguns poucos metros pela Calle de Alcalá até chegar a uma bifurcação onde começa a Gran Via, uma das principais avenidas, senão a mais bela de Madri, com uma sequência de edifícios muito belos.

O mais famoso destes fica logo nesta bifurcação com a Calle de Alcalá, o Edifício Metrópolis, que é meio que sinônimo de Madri. Construído em 1906, pertence a uma empresa de seguros.

Siga caminhando mais uns 500m e apreciando os cafés e lojas da Calle de Alcalá até chegar a outra famosa atração de Madri, a Porta do Sol.

A Porta do Sol é mais uma famosa praça de Madri, onde desembocam nada menos do que 10 duas! Mas o entorno da praça é exclusiva para pedestres.

Nela fica a simpática estátua O Urso e o Madroño, que são o brasão de armas da cidade de Madri. Uma das curiosidades interessantes sobre esta estátua e consequentemente sobre o símbolo da cidade é que nem sempre o urso esteve apoiado no medronheiro.

Dizem que até o século XVI era um carvalho, mas como naquela época uma doença atingiu a maior parte da população da cidade e até o Rei Carlos V, o remédio veio justamente das folhas do medronheiro.

Ai como tributo à cura, mudou-se o símbolo da cidade do carvalho para o medronheiro com o urso.

Alí você encontra uma série de lojas, dentre elas a que eu mais gosto quando vou à Espanha o El Corte Inglés, uma rede de magazines que tem literalmente de tudo um pouco.

Salvo engano, só neste raio da Porta do Sol existem 3 edifícios diferentes do magazine. Só tome cuidado para não se perder e gastar muito tempo, afinal seu itinerário em Madri é cronometrado.

Na Porta do Sol, uma das coisas mais típicas para fazer é ir até o Museo del Jamón e pedir uma porção de jamón com uma Estrela Galícia, para quem não sabe, o presunto parma local e a cerveja típica da Espanha.

Outro lugar interessante por ali é a loja de doces La Cure Gourmande Madrid, que vende mantecal e torrone. Delícia!!!

Voltando para a Calle Maior, caminhe mais uns 300m para chegar à Plaza Mayor, a praça mais famosa e bonita de Madri (e talvez de toda a Espanha!)

O coração de Madri é uma praça retangular de uns 120m por 90m rodeada com edifícios históricos e belos arcos. Ali, muitas lojas de souvenires e restaurantes.

Apesar de ali existirem muitos restaurantes e já ter almoçado em um deles numa outra viagem, sempre tive a impressão de que são mais “pega turista” do que restaurantes realmente bons e baratos.

Minha sugestão? Concentre-se em apreciar a beleza da arquitetura dos edifícios que rodeiam a praça e segure a forme. Mais a diante conto dois super lugares para comer…

A Plaza Mayor data mais ou menos do século XV quando ali dois caminhos importantes se cruzavam: o que ia a Atocha e outro vindo da famosa cidade de Toledo.

O edifício mais famoso dela foi construído em 1590, a Casa de la Panadería. Reparem só na beleza das pinturas:

Dali para o meu lugar favorito em Madri, ou pelo menos o lugar favorito do meu estômago… o Mercado San Miguel.

Ali pertinho da Plaza Mayor e com mais de 100 anos de história, este mercado funciona atualmente como uma chiquérrima, concorrida e deliciosa praça de alimentação.

Olha, se você quer um lugar para ganhar uns quilos ou pelo menos repor as energias depois desta andança por Madri, este é o lugar.

São mais de 10 boxes que vendem de tudo quanto é coisa boa para comer e beber. De salgados como as deliciosas empanadas a doces incríveis, de vinhos locais a cerveja, garanto que você irá curtir.

Claro que o mais típico é pedir um belo prato de tapas. Calma! Tapas, para quem não sabe são o nosso equivalente a petiscos, porções pequenas de itens como embutidos, sendo o principal o jamón, azeitonas com sardinhas, burratas, pescados, frutos do mar e mais um monte de coisa boa.

Olha só a tortura:

O mais legal é que você come bem sem gastar muito.

Resumindo, o lugar é uma perdição!

Só tem um defeito… com a fama veio a lotação. Fomos dois dias, um na chegada à Europa e outro na volta para casa. Num dia era cedo e estava mega tranquilo. No outro… um caos de tanta gente. É, faz parte do tal over-tourism.

Para horários e tudo mais, consulte o link acima.

Devidamente alimentados, vamos seguir pela Calle Mayor até a Plaza de la Villa, uma praça pequena, mas super antiga na região central de Madri.

Dali, mais alguns passos chega-se à Catedral de la Almudena.

Com um estilo que mistura o neo-clássico no exterior e neo-gótico no interior, e construída em 1883 é uma das principais igrejas de Madri.

Mas o mais interessante é que esta igreja não foi concebida com tal propósito… Inicialmente ela foi pensada como um panteão para a finada Rainha Maria de Las Mercedes, sendo que somente anos depois quando criada a diocese local o edifício passou a ser um templo religioso.

Diante da igreja fica outro importante ponto turístico de Madri, o Palácio Real de Madrid.

Ok, muito provavelmente você não tenha tempo de visitar as áreas abertas dele porque tem que seguir para o seu voo. Mas não custa nada dar uma espiada na residência oficial do Rei da Espanha.

Ok, o Rei da Espanha não é mais o Juan Carlos, mas como bom descendente-súdito de espanhóis, e por amar o seu famoso “por que não te calas!”, não poderia deixar de passar lá para dar um oi para a realeza espanhola! 😁

Brincadeiras à parte, hoje a família real espanhola não mora mais lá (mas sim no o Palácio da Zarzuela que é mais modesto), pelo que o Palácio Real de Madri é usado por eles apenas para eventos oficiais.

A estrutura que se vê hoje lá é fruto de uma completa reconstrução já que o anterior, Palácio Real Alcázar de Madri foi consumido em um incêndio de 3 dias em 1734.

Dali para o nosso ponto final, ou quase, a Ópera de Madri.

Nem tanto pela antiga casa de espetáculos da cidade, mas mais pela rua de comércio ali, o calçadão de pedestres chamado Calle del Arenal, com muitas lojas foi o nosso ponto final no rápido passeio por Madri.

Ah, lembram que eu disse que tinha dois lugares legais para comer? O primeiro foi o Mercado San Miguel e o segundo é a deliciosa dica de um casal de amigos super amados que moram faz um tempão lá na capital espanhola: o El Escarpín (obrigado Fabi e Dani!!!).

Com mais de 40 anos de história, este restaurante situado na Calle de las Hileras 17, pertinho do Ópera, é um daqueles lugares deliciosos e frequentados por locais, daqueles que são uma joia escondida dos turistas…

Com pratos da região das Astúrias e preços super razoáveis, é uma ótima escolha.

Algo que eu simplesmente amei foi o cachopo tres quesos, uma espécie de bife empanado recheado com queijo. Divino!

Satisfeito com o passeio e de olho no horário do próximo voo, é hora de seguir viagem. Madri, foi rapidinho, mas é sempre muito bom te revisitar!!!

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