Como se não bastassem as suas atrações turísticas, Portugal revela aos seus visitantes um outro prazer: o da boa mesa. Comer e beber em Portugal não só é um prazer, como faz parte da experiência de viagem.
Uma viagem para Portugal significa invariavelmente voltar para casa com alguns quilos a mais. Não na bagagem não… Em nós mesmos! Coisa que só mesmo muita caminhada pelas ladeiras de Lisboa ou pelas vielas do Porto para resolver.
É bem verdade que quando a gente pensa em comer e beber em Portugal, uma trinca maravilhosa vem à mente: bacalhau; pastel de nata e vinho do Porto. Mas saiba que existe muito mais até disso na mesa portuguesa.
Como se não bastasse isso, saiba a Terrinha, assim como outros lugares, vive aquela mesma onda de valorização da culinária. Chefes de cozinha são astros em programas nas TVs e cada vez mais os portugueses buscam ingredientes de alta qualidade e naturais.
Há um lado muito positivo nisso que é o fato de que surgiram chefs, pratos mais requintados ou simplesmente releituras de pratos clássicos. O lado ruim é que ao contrário do que vi na minha última viagem à Portugal, é que você já não come com tão pouco no bolso como era possível no passado.
Antigamente com módicos €5 você conseguia comer em Portugal, uma refeição bem básica é verdade. Hoje… isso não dá para mais nada, especialmente nas áreas mais turísticas.
Porém existe algo que vai te ajudar a comer bem e economizar uma bela grana em Portugal. Lembra que lá em cima eu disse que o país também surfa a onda da “gormetização”? Chefes estrelados e tal? Então, por conta disso, mercados onde são servidos deliciosos pratos têm sido cada vez mais comuns.
Lisboa tem o maravilhoso Time Out Market ou Mercado da Ribeira e o Porto tem dois, o Bolhão que está sendo reformado e o de Vila Nova de Gaia, que na verdade não fica no Porto, mas sim do outro lado do Douro, mas nada que uns 5 minutos de caminhada não resolva.
O que comer em Portugal?
Mas vamos voltar às coisas boas. À parte estes itens super tradicionais, que já são deliciosos, quem é mais enjoado para comer não encontrará dificuldades para comer, e muito bem em Portugal.
Oras, por mais que a cozinha brasileira tenha recebido felizmente influências do mundo inteiro por meio dos imigrantes que aqui desembarcaram, a nossa primeira inspiração foi lusitana.
Muitos dos ingredientes que temos aqui também estão disponíveis lá, o que facilita muito a questão.
Precisa de algo mais???
Vamos então começar pelo clássico bacalhau?
Viajando por Portugal, você encontrará muitas, mas muitas variedades deste prato. Algumas receitas como o tal bacalhau na nata são clássicos que praticamente todos os restaurantes replicam.
Já outras, são criações mais recentes e exclusivas de uma região ou até mesmo de um restaurante.
Quem curte o prato, irá fartar-se em Portugal e enjoar de comer bacalhau.
Além do prato em si, há o bolinho de bacalhau. Ops, bolinho que nada! Se você pedir assim lá ninguém vai entender nada. Lá, apesar da aparência de bolinho, eles chamam de pastel de bacalhau.
Como se não bastasse o clássico normal já ser uma delícia, os portugas conseguiram melhorar ainda mais ele recheando com queijo de cabra. Ai é covardia! 🙂
Para acompanhar, nada melhor que um chop. Ai não, de novo… Lá eles chamam só de imperial a cerveja tirada como chop.
Além de bacalhau, outro peixe é super tradicional em Portugal. Sardinha. Sim, este pequeno peixe muitas vezes marginalizado é consumido de tudo quanto é forma lá. Assadas na brasa e em conservas mesmo, são uma excelente pedida.
E não pense que é só sardinha que vem em conservas, eles têm mariscos, lula e outros frutos do mar em latas. Junte isso, um bom pão e um vinho e você tem praticamente uma refeição.
Lanche típico local é o prego, que é carne batida. Bastante comum, é algo que eu recomendo que você prove nos mercados de Lisboa e do Porto.
Outro lanche maravilhoso é o de queijo estrela da serra e presunto Parma.
Para quando você cansar de bacalhau, um prato bem interessante é o bife à café. Carne bem macia, com ovo e molho. É bem típico de Lisboa.
No Porto, o prato mais típico é a Francesinha. É um lanche com muitos frios, carne de vaca em um pão com queijo e molho de tomate por cima. É substancioso, especialmente para um dia frio.
Mais um lanche do Porto: cachorro. Definir ele como um simples hot-dog, pois é um tanto quanto diferente: pão francês, linguiça moída, tudo prensado na chapa.
Se na Espanha existem os bares de tapas e na França os bistrôs, Portugal tem as tascas. Elas são nada mais do que restaurantes super típicos e simples que servem pratos regionais e vinhos locais. É meio que uma versão mais moderna das tavernas.
Nos restaurantes, fique atento ao fato de que não existe entradinha de pães e algo mais (normalmente azeitonas) gratuita. Mesmo que eles digam, será cobrado na conta final. Se não quiser, nada que um “não, muito obrigado” educado não resolva.
Quem como eu ama queijos, deve provar os regionais da Serra da Estrela, de Azeitão e de São Jorge que são os mais conhecidos.
Doces
Algo que você irá notar em Portugal é que a grande maioria dos doces portugueses são à base de ovo, ou melhor, de gema. E a história por trás disso é bem interessante. No passado, as claras eram muito importantes e tinham muitas aplicações, sendo que a mais famosa delas era engomar o hábito (aquela veste das freiras).
Consumia-se então muitas claras e ninguém sabia muito ao certo o que fazer só com as gemas. Então criou-se a ideia de fazer concursos de doces em algumas cidades e depois entre as cidades. Pronto, estava criada uma deliciosa variedade de doces à base de gema.
Então, cada cidade tem hoje o seu doce local. Legal, né?
Destes, o mais famoso certamente é o pastel de nata. Quanto ao pastel de nata, não quero ser chato, mas apenas um alerta para você não cometer gafes com os locais que são bem apegados às tradições. O Pastel de Belém é na verdade apenas aquele que vende na loja “Pastéis de Belém”, em Lisboa. É uma marca.
Por mais que o original seja uma delícia e a sua receita guardada à sete chaves (sério!), os demais não ficam muito a desejar não. Só não vá pedir um pastel de Belém em uma confeitaria ou loja de doces qualquer, diga “Pastel de Nata”!
No post de Lisboa conto mais sobre este doce tão tradicional.
Um doce que você precisa experimentar é o travesseiro. Só de ouvir os ingredientes já salivo: massa folhada, ovos e amêndoas. Ele é típico de Sintra e no post sobre a cidade dou detalhes de onde curtir esta maravilha local.
Na cidade de Aveiro, a pedida são os ovos moles, que são como um fino pastel recheado com ovos… moles é claro!
Já os estudantes de Coimbra entre uma aula e outra podem curtir um pastel de Santa Clara.
No Porto, o doce tradicional é o papo de anjo.
Sem adentrar na briga se ovo faz mal ou não para o colesterol, certamente você vai precisar refazer seus exames na volta da viagem 😉
O que beber
Passando dos comes para os bebes.
Não tem como falar em Portugal sem falar em vinhos. Seja os vinhos tradicionais, seja o famoso vinho do Porto, algo que sempre se vê presente nas mesas portuguesas é uma taça de vinho.
O mais típico de todos os vinhos que você pode provar em Portugal, até porque ele não existe em outro lugar do mundo é o vinho do Porto.
Cultivado nos arredores do Porto, no vale do Rio Douro, ele é único desta região. E a melhor forma de aprender sobre ele é visitando as vinhas no Vale do Douro (dependendo da época do ano) e também conhecendo uma das caves na cidade do Porto.
Uma coisa interessante a respeito do consumo do vinho do Porto é que ao invés de consumir pequenos cálices após as refeições (o que pode sim ser feito), muitos portugueses gostam de apreciar um bom vinho do Porto acompanhado de um doce local e em taças normais. Bobinhos estes portugueses, né?
Quem gosta de cerveja terá que procurar um pouco mais para encontrar algo que seja realmente fora do normal. Não sei se é a qualidade dos vinhos ou a falta de tradição mesmo, mas cerveja boa em Portugal não é tão fácil de achar.
É bem verdade que existem algumas marcas que valem a pena, como a Super Bock para o inverno ou a Imperial, uma Pilsen bem interessante. Mas uma das melhores é a Coruja.
A marca comercial mais famosa é a Sagres, que pode ser encontrada em qualquer mercado local. Particularmente eu achei que é bem inferior inclusive às cervejas comerciais brasileiras.
Quem gosta de licor não pode deixar de provar e talvez até trazer para casa de lembrança da viagem um licor bem tradicional, especialmente em Óbidos. O licor de Ginja, uma frutinha que mais parece uma cereja.
Tem café? Sim, e um dos mais diferentes é o marzargran: café com limão. A origem é argelina, mas ela é bem comum pelas ruas das cidades durante o verão.
Supermercados
Como nas cidades do Porto e Lisboa a nossa hospedagem foi em apartamentos alugados no Booking.com, a gente caprichou bastante nos nossos passeios pelos supermercados locais (acho uma ótima forma de conhecer como as pessoas de verdade vivem em um lugar).
Mesmo que você esteja hospedado em um hotel, uma passada num supermercado local é sempre uma boa oportunidade para compras coisas para um pique-nique num parque ou uma das muitas praças locais, especialmente no verão.
Existe uma boa variedade de redes, umas com atuação também em outros país se europeus: Lidl, Continente, Pingo Doce, Intermarché, Minipreço, Jumbo, Froiz. Qual o mais barato? Da mesma forma que no Brasil, varia bastante conforme o item. Mas você pode ter uma ideia geral utilizando este app do órgão de defesa do consumidor local. Genial!!!
Outra forma de ter uma ideia dos preços das coisas, é consultar o Jumbo tem um site bem fácil de usar. Isso é especialmente importante para quem viaja com crianças pequenas e precisa pesquisar tipos, marcas e preços de itens específicos.
Garanto que com tanta coisa boa, mesmo que você bata muita perna pelas cidades portuguesas, uns quilinhos a mais na bagagem você certamente trará! 🙂
Booking.com